Ex-canarinhos em maus lençóis. Robinho foi levado pela polícia em Santos para cumprir pena de nove anos de prisão. Em Espanha, Dani Alves voltou a passar a noite atrás das grades — o pai de Neymar não vai pagar a fiança milionária.
Condenado em fevereiro a quatro anos e meio de prisão pela violação, em 2022, de uma jovem numa discoteca de Barcelona, em Espanha, o ex-internacional brasileiro Daniel Alves voltou a passar a noite na prisão.
O ex-lateral direito do Barcelona poderia sair em liberdade condicional mediante o pagamento de um milhão de euros, mas não conseguiu pagar a tempo. Nas redes sociais, diversos órgãos de comunicação social avançaram que seria o pai de Neymar quem iria avançar com o dinheiro para o libertar, mas o mesmo já disse que não o faria (outra vez, pelo menos).
“Como é do conhecimento de todos, num primeiro momento, ajudei Dani Alves, sem nenhum vínculo com qualquer processo. Neste segundo momento, numa situação diferente da anterior, em que a justiça espanhola já decidiu pela condenação, estão a especular e a tentar associar o meu nome e do meu filho a um assunto que hoje não nos compete mais”, escreveu o pai do jogador do Al-Hilal, comandado por Jorge Jesus, no Instagram.
“Espero que o Daniel encontre junto da sua própria família todas as respostas que ele procura. Para nós, para a minha família, o assunto terminou. Agora ponto final!”, concluiu.
Ex-Real Madrid e City também vai para a prisão
Do outro lado do mundo, a polícia brasileira prendeu o ex-jogador de futebol Robinho numa das suas residências no litoral paulista para começar a cumprir a pena de nove anos de prisão imposta por violação coletiva em Itália.
Agentes da Polícia Federal prenderam o ex-atacante na sua casa em Santos, cidade onde se formou como jogador, e levaram-no para a delegacia depois do Superior Tribunal de Justiça do Brasil ter confirmado a sentença imposta a pela justiça italiana e ordenado que fosse condenado à prisão.
Robinho, de 40 anos, será submetido aos exames médicos obrigatórios no Instituto Médico Legal e será encaminhado ao sistema prisional, indicou a Polícia Federal em comunicado. As autoridades ainda não informaram em qual presídio cumprirá a pena de nove anos, que começará em regime fechado.
A ordem de prisão foi feita pela Justiça Federal no estado de São Paulo logo após o juiz do Supremo Tribunal Federal Luis Fux rejeitar um pedido de habeas corpus feito pelo ex-jogador do Real Madrid, Milan e Manchester City.
O caso Robinho
O ex-futebolista foi condenado em Itália em 2017 por uma violação em grupo de uma jovem albanesa cometida em Milão em 2013, mas Robinho vivia em liberdade até este momento no seu país de origem, uma vez que a Constituição brasileira proíbe a extradição dos seus nacionais.
No entanto, na quarta-feira, o Superior Tribunal de Justiça, o mais alto tribunal para assuntos não constitucionais, decidiu que Robinho deve cumprir a pena no Brasil e ordenou a sua prisão imediata.
“Esse é um crime que não merece nenhuma consideração ao abusador, ao violador. (…) Tem de cumprir a pena que é estabelecida, ou lá ou aqui, imediatamente”, disse a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos brasileira Damares Alves em 2020.
No meio de toda a polémica, o portal ‘GloboEsporte’ publicou as transcrições das conversas telefónicas que a Justiça italiana usou para condenar Robinho, em que o jogador de futebol afirmou que não estava “nem aí” para a situação, porque “a mulher estava completamente bêbada”.
“A sensação que aquilo (transcrição dos áudios) me causou foi náuseas, tive vontade de vomitar. Foi fatal ler o que li de um jogador daquela dimensão”, frisou a ministra.
Durante a sessão de quarta-feira, o advogado do ex-jogador do Real Madrid apontou alegadas violações do devido processo legal em Itália e alegou que a lei brasileira que permite a homologação de sentenças estrangeiras é posterior ao crime cometido, argumentos que foram rejeitados pelo juiz de instrução, Francisco Falcão.
Após tomar conhecimento da decisão do Tribunal, a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, afirmou que “isso mostra que é possível respeitar os acordos diplomáticos sem comprometer a justiça”.
Nesse sentido, a ministra apelou para que a lei prevaleça, garantindo que a sentença seja cumprida, pois só assim a sociedade entenderá que as mulheres “devem ser respeitadas”.
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