Triunfo sofrido do Benfica no “clássico” frente ao Braga, no Estádio da Luz. Os “encarnados” entraram bem, mas cedo mostraram que o contexto da época em torno da equipa não ajuda e esta mostrou-se nervosa e precipitada nos processos ofensivos.
Foi assim que o Braga aproveitou para se fechar e marcar na primeira parte, por Ricardo Horta. Na segunda metade, contudo, os da casa pegaram no jogo e praticamente não deixaram os visitantes criar perigo, alcançando a “remontada” com golos brasileiros, de Marcos Leonardo (2) e David Neres.
Nervos quase tramaram a “águia”
A partida iniciou-se com mais Benfica, a ter mais a bola e com iniciativa ofensiva, em especial no primeiro quarto-de-hora, com alguns lances rápidos e um perigoso, e com Arthur Cabral a não conseguir concluir em cima do minuto dez, atirando à barra. Aos poucos o Braga foi equilibrando a partida e, quando isso aconteceu, teve mais frieza e aproveitou melhor os espaços para criar estragos.
Aos 28 minutos, Álvaro Djaló foi à linha, cruzou atrasado e Ricardo Horta rematou de pronto, com Trubin sem conseguir travar o disparo. Estava aberto o activo, que poderia ter sido ampliado aos 40 minutos, mas Trubin negou um golo quase feito a Djaló.
O melhor ao intervalo, em grande parte devido a esse lance, era Trubin. O guardião benfiquista registava um excelente GoalPoint Rating de 7.2, fruto de cinco defesas, três a remates na sua área, duas a disparos a menos de poito metros.
O Benfica assumiu em definitivo as rédeas do jogo no segundo tempo, com muita bola, pressão e várias jogadas de perigo, mas insistia em demasia em lances individuais ou em movimentos das alas para dentro, nomeadamente por Neres e Di María, afunilando o jogo e facilitando a tarefa defensiva dos minhotos. Contudo, o minuto 70 acabou por ser importante, com as entradas de Kökçü e Marcos Leonardo para os lugares dos apagados Rafa e Arthur.
Aos 71, João Mário rematou, a bola acabou por sobrar para Leonardo que, de primeira, rematou cruzado para o 1-1. Estavam lançados minutos finais tensos, com os bracarenses a tentarem explorar a velocidade das suas transições e o Benfica no desespero a tentar a reviravolta. Que viria aos 85 minutos. Os “encarnados” aproveitaram uma das tais subidas do Braga, Di María, do lado esquerdo, arrancou um cruzamento fantástico da esquerda e Neres, ao segundo poste, cabeceou com sucesso.
Até final, destaque para a expulsão de Víctor Gómez, com vermelho directo, por entrada sobre Di María, e para o 3-1, com Marcos Leonardo a ganhar na força na grande área e a atirar para o bis.
Melhor em campo
Pode parecer estranho uma vitória do Benfica por 3-1 com uma bela segunda parte ter o guardião “encarnado” como MVP, mas tal deve-se essencialmente ao que aconteceu no primeiro tempo, altura em que foi fundamental com algumas intervenções de vulto. Trubin terminou com um GoalPoint Rating de 7.4, fruto de seis defesas, três a remates na sua grande área.
Destaques do Benfica
Di María 7.3
O argentino voltou a perder muitas posses (26), devido ao facto de arriscar muito, tanto no drible, como no passe. Contudo, o seu peso no futebol benfiquista é grande. Se encostado à direita afunila muito jogo e os seus cruzamentos eram muitas vezes interceptados por bracarenses, quando encostou à esquerda arrancou um centro fantástico que assistiu Neres para o 2-1. Di María foi o mais rematador do encontro, com cinco disparos, três enquadrados, fez quatro passes para finalização (máximo), teve sucesso em três de oito cruzamentos de bola corrida (também valor mais alto), recebeu oito passes progressivos e completou as três tentativas de drible.
Marcos Leonardo 7.3
O brasileiro entrou aos 70 minutos e revolucionou o jogo, marcando o primeiro e o terceiro golos benfiquistas. Marcos Leonardo precisa de apenas 44 minutos em campo para marcar, valor mais baixo entre todos os jogadores das principais Ligas europeias (mínimo de 270 minutos).
David Neres 7.1
O extremo lutou muito e foi sempre um dos mais inconformados desde o início, tentando levar a equipa para a frente e esticar o jogo. Teve a sua recompensa com o golo da reviravolta, de cabeça, e terminou com quatro remates, três passes para finalização, dez passes progressivos recebidos (máximo) e cinco acções com bola na área contrária.
Florentino 6.3
Grande jogo do médio-defensivo, que esteve em todo o lado e foi sempre lesto a entregar a bola para a frente mal a recuperava. Falhou apenas sete de 67 passes, recuperou nove vezes a posse de bola, somou quatro desarmes e duas intercepções e registou o máximo de acções defensivas no meio-campo contrário (6).
António Silva 6.2
Jogo competente do jovem central, que falhou somente um de 70 passes (!), precisamente um dos nove longos que tentou, somou nove passes progressivos (máximo) e acumulou sete recuperações de posse. Assinou três conduções progressivas e 263 metros com a bola nos pés.
Carreras 5.8
O espanhol entrou no arranque da segunda parte para o lugar do lesionado Bah e esteve muito activo no lado esquerdo da defesa, integrando-se bem nos momentos ofensivos, à imagem do que havia feito em Faro. Recuperou seis vezes a posse de bola.
João Mário 5.7
No “miolo” dá consistência e qualidade de passe. Somou seis progressivos e dois super progressivos e atingiu as nove recuperações de posse.
Destaques do Braga
Ricardo Horta 6.6
Já não marcava há oito jogos, mas aproveitou bem a melhor situação que teve para abrir o activo. Melhor elemento do Braga na Luz, Horta enquadrou os seus três remates, fez dois passes para finalização e somou sete recuperações de posse.
João Moutinho 6.0
Dá gosto ver o médio jogar. Moutinho pautou todo o jogo bracarense, colocou “ordem na casa”, somou quatro desarmes e ainda criou uma ocasião flagrante e fez um passe de ruptura.
Resumo
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