Comunicado do espanhol e dos seus representantes desmente postura que terá levado ao afastamento do plantel e aborda o “afastamento anunciado, críticas na praça pública e o amesquinhamento público” dos azuis e brancos.
Utilizado 29 vezes — embora raramente como titular — por Sérgio Conceição, Iván Jaime chegou ao Dragão com o estatuto de talentosa promessa, mas desiludiu o treinador e a direção do clube (e não foi apenas pelas prestações aquém das expectativas dentro das quatro linhas).
O médio ofensivo não foi o único. O espanhol foi um de quatro jogadores afastados — a par de Toni Martínez, Jorge Sánchez e André Franco — do plantel a 16 de abril.
Em causa, pelo menos parcialmente, está a diversão e boa disposição protagonizadas por Jaime e Jorge Sánchez depois do empate (2-2) com o Famalicão, ex-equipa do jogador de 23 anos. O ambiente era tenso e de desilusão, mas os dois jogadores estiveram a divertir-se logo a seguir, algo que não agradou à direção.
Até Pinto da Costa, destronado por André Villas-Boas da presidência do clube este fim-de-semana, chegou a abordar o caso de Iván Jaime: “era um talento no Famalicão, era desejado por todos, e de facto não se adaptou ainda convenientemente e não tem rendido o que nós esperávamos e justifica pelo que custou”, disse em entrevista à Renascença, no dia 17 de abril.
“Os jogadores têm de sentir que para estarem a jogar têm de estar no máximo, têm de ser jogadores à Porto”, disse Pinto da Costa: “O ser jogador à Porto não é chutar mais alto nem mais baixo, é ter uma entrega total nos 90 minutos de jogo, esteja a ganhar, esteja a perder. Estou convencido de que esses jogadores, que momentaneamente se afastaram desse espírito, vão ser recuperados e seguir o caminho correto.”
Atleta desmente azuis e brancos
Agora, o jogador respondeu aos Azuis e Brancos. Em comunicado assinado a meias com os representantes da CAA Stellar e enviado às redações esta segunda-feira, queixa-se do tratamento do FC Porto, das “críticas na praça pública” e do seu “amesquinhamento público”.
Em referência às “insinuações que têm vindo a pôr em causa o bom nome, o prestígio profissional e os méritos desportivos” do jogador, o comunicado vem colocar um ponto final no “silêncio doloroso” e pede aos dragões que acabem com o “amesquinhamento”.
Com o FC Porto a “iniciar um novo ciclo”, tanto o jogador como os seus representantes acreditam que este é também o momento para o atleta “encontrar espaço para fazer ouvir a sua voz, a verdade que vive todos os dias”.
“Em nenhum destes dias o atleta cumpriu menos ou pior, se entregou com falta ou com desconfiança, se apresentou com reserva mental ou física ou deixou de desejar profundamente que o Futebol Clube do Porto possa ser a sua casa afetiva, desportiva, profissional e pessoal”. pode ler-se ainda.
O atleta diz ainda nunca ter recebido “reconhecimento” e “agradecimento” pela postura: apenas um “afastamento anunciado, críticas na praça pública e o seu amesquinhamento público, com prejuízo profissional, mas também com dano pessoal”.
“O jogador, durante meses, nada disse, em nada se defendeu. O Futebol Clube do Porto vinha em primeiro e, em momento eleitoral sensível, era-lhe imprescindível ser fator de estabilidade e não de instabilidade, de união e nunca de desunião”, lê-se.
“Definido o rumo que o Futebol Clube do Porto viverá nos próximos anos, o jogador Iván Jaime apela a que cessem todos os comportamentos, oficiais ou oficiosos, institucionais e pessoais, que, de forma contra a ética e até contra a lei, o têm gravemente prejudicado e, por isso mesmo, natural e consequentemente prejudicado também o contributo que ele tem a mesmíssima vontade de dar ao FC Porto que tinha quando chegou”, conclui o comunicado.
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