Bilhetes para a final da Taça de Portugal iam render cerca de 200 mil euros aos “Super”. Funcionários do clube encaminhavam adeptos para contentores da família de “Macaco” quando já não havia bilhetes legais disponíveis.
Depois das buscas que tiveram lugar no domingo em vários locais ligados à principal claque do FC Porto, Super Dragões, que fizeram 13 arguidos, é ainda uma incógnita o destino dos quatro mil bilhetes reservados para a claque portista, como habitual, para a final da Taça de Portugal frente ao Sporting, a 26 de maio.
Até ao momento, perante o silêncio da nova direção, os “Super” já reagiram às buscas: pela “primeira vez na história” a bancada não estará preenchida pelos azuis e brancos que costumam estar às ordens de Fernando Madureira, preso preventivamente no âmbito da Operação Pretoriano.
Mas os bilhetes da Taça — que segundo o Correio da Manhã ficaram por entregar à claque e, por isso, não foram apreendidos como aconteceu aos da receção ao Boavista e ficaram no Estádio do Dragão — faziam parte do próximo golpe ilegal do clã do “Macaco Líder”.
Alguns avaliados em mais de 500 euros, os ingressos da final iam render mais de 200 mil euros à família que está, segundo o Ministério Público, por trás do esquema milionário de venda ilegal de bilhetes dos jogos do FC Porto (isto partindo do princípio de que cada bilhete custaria, em média, 50 euros, o que é pouco).
Apesar de não ter conseguido apreender os bilhetes que esperavam os “Super” no Dragão, a PSP encontrou alguns convites nas buscas às residências de Sandra e Catarina Madureira, esposa e filha de “Macaco”, respetivamente.
A final da Taça seria a derradeira mostra da alegada “moeda de troca” entre a claque e Pinto da Costa, que se quer sentar no banco dos dragões uma última vez.
Porto encaminhava adeptos para os Super Dragões
A investigação “Bilhete Dourado”, alegadamente originada a partir de uma certidão extraída da Operação Pretoriano, apurou também que, quando a bilheteira oficial esgotava, funcionários do clube encaminhavam adeptos que nem pertenciam à claque para “candongueiros” , chama-lhes assim o JN, da família Madureira, onde ainda havia bilhetes disponíveis.
Foi num desses contentores que Fernando, Sandra e a filha Catarina Madureira — que assumiu as rédeas do negócio do pai quando este foi preso — foram apanhados, pela vigilância da Divisão de Investigação Criminal da PSP, a liderar a veda ilegal de bilhetes.
A filha do “Macaco” e até a sua bisavó terão sido apanhadas nas câmaras de vigilância a negociar bilhetes. Seriam os sogros do “Macaco Líder” a guardar e branquear o dinheiro “sujo”, que ia todo parar aos cofres da família.
“Novo” FC Porto quer ser assistente do processo
O FC Porto, agora liderado por André Villas-Boas, deverá mesmo constituir-se assistente do processo, avança o jornal O Jogo, enquanto a SAD cessante de Pinto da Costa, que demora em passar o testemunho ao novo presidente azul e branco, mantém o silêncio.
“Vou colocar-me como assistente no processo que está em curso [Pretoriano] para perceber o que aconteceu ao dinheiro”, garantiu, a 17 de março, Villas-Boas, cuja campanha teve como base um grande objetivo: acabar com o “acesso indevido a quantidades enormes de bilhetes” por parte de “uma claque”.
Ainda não se sabe ao certo, no entanto, o “estrago” que o esquema classificado como “altamente rentável” pelo Ministério Público fez nos cofres dos Dragões.
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