Os atletas portugueses Vasco Vilaça e Melanie Santos contraíram uma infeção gastrointestinal após a prova de natação da competição de triatlo nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Os níveis de bactérias fecais no rio Sena continuam a preocupar.
O Comité Olímpico de Portugal (COP) informa, em comunicado, que o atleta Vasco Vilaça desenvolveu “sintomas compatíveis com infeção gastrointestinal“.
Também a atleta Melanie Santos que participou igualmente na prova de triatlo, apresenta sintomas idênticos, embora menos agudos, segundo o COP.
A entidade nota ainda que a Federação Internacional de triatlo garantiu, nos dias em que a prova se realizou, que “a avaliação da qualidade da água cumpria com os regulamentos definidos”.
Apesar disso, o COP realça que “a presença de alguns dos parâmetros avaliados comporta um risco de infeção neste contexto ambiental”.
Treinos cancelados devido à presença de bactérias
Nas últimas horas, os treinos de natação em águas abertas no rio Sena voltaram a ser cancelados devido à qualidade da água, algo que tem sido uma preocupação ao longo destes Jogos Olímpicos de Paris.
Foi a quinta vez que os treinos foram cancelados, e já houve adiamento de provas devido à poluição no Sena.
Entretanto, os treinos já foram retomados, mas os níveis das bactérias E. coli e enterococcus encontrados na água continuam a preocupar os responsáveis.
Quatro triatletas ficaram doentes nos dias seguintes à prova no Sena, mas não ficou confirmado que tenha sido devido à água do rio. A atleta belga Claire Michel chegou a ficar de fora da competição depois de ter sido internada.
A maioria das bactérias de E. coli e enterococcus são inofensivas, existindo nos intestinos das pessoas e dos animais sem causarem infecções. Contudo, existem algumas estirpes perigosas que podem causar infeções urinárias ou nos intestinos.
A transmissão destas bactérias ocorre, geralmente, quando alguém ingere água ou alimentos contaminados por fezes de pessoas infectadas. O Sena recebe os esgotos de muitos prédios antigos de Paris.
Antes dos Jogos Olímpicos, a cidade empreendeu um mega-plano de limpeza do rio, com gastos milionários. Contudo, as chuvas que caíram em Paris, desde a abertura das Olimpíadas, voltaram a deteriorar a qualidade da água.
Era proibido nadar no Sena desde 1923 devido à poluição do rio.
Antes do arranque dos Jogos Olímpicos, chegou a ser organizado o chamado “movimento do cocó” que tinha planos para realizar uma defecação colectiva em protesto contra os gastos realizados no torneio.
Campeão olímpico denuncia vermes na comida
Mas os problemas nos Jogos de Paris são vários e há quem se queixe da qualidade da comida, como é o caso do campeão olímpico britânico Adam Peaty que foi medalha de Prata nos 100 metros bruços.
Peaty revelou ao jornal The Independent que alguns atletas olímpicos encontraram vermes no peixe que foi servido na Aldeia Olímpica, criticando também a a falta de opções de carne no menu.
O nadador de 29 anos destacou que “a narrativa da sustentabilidade foi punitiva para os atletas”. Os organização comprometeram-se a servir 60% das refeições livres de carne.
“Eu quero comer carne, eu preciso de carne para actuar“, notou ainda Peaty.
“Eu gosto de peixe e há pessoas a encontrarem vermes no peixe“, denunciou também, sublinhando que “o catering não é suficientemente bom para o nível que se espera que os atletas atinjam”. “Precisamos de dar o melhor que podemos”, concluiu.
Em Tóquio e no Rio de Janeiro, “a comida foi incrível”, mas, em Paris, “não havia opções de proteína suficientes”, além de existirem “longas filas” e “esperas de 30 minutos pela comida“, lamentou também.
O The Independent repara que a delegação britânica terá enviado um cozinheiro para Paris, para servir os seus atletas depois das queixas quanto à comida “inadequada”.
[sc name=”assina” by=”Susana Valente, ZAP”]
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