Na última parte da última entrevista da vida de Pinto da Costa, o ex-presidente do FC Porto falou sobre o património que deixou ao e no FC Porto, o dinheiro do Fernando Madureira e a instrumentalização da justiça contra o “amigo”.
Jorge Nuno Pinto da Costa deu aquela que afirma ter sido a última entrevista da sua vida.
Depois de na primeira parte da entrevista se ter focado na vida, na doença, morte e outros aspetos da vida pessoal, a conversa entre Sandra Felgueiras e o histórico dirigente não pôde fugir ao tema do futebol e tudo que o envolve.
Durante 42 anos presidente do FC Porto, Pinto da Costa diz ter deixado o clube cheio de património.
“Quando dizem que ficaram oito mil euros na conta, que não sei se eram oito, se eram dez, se eram sete… O que deixámos foram 50 milhões de euros que vamos receber por irmos ao Campeonato do Mundo de clubes. Deixámos um contrato de 65 milhões com a Ithaka. (…) E depois deixaram um plantel que é só quererem vender, ainda agora venderam o Evanilson por 37 milhões“, enumerou, desvalorizando as polémicas sobre a situação financeira do FC Porto.
“É este património que deixámos. Não me preocupo com o que dizem. Eu deixei 69 títulos no futebol, 2560 nas modalidades. Deixei um estádio que fizemos. Deixei um museu que fizemos. Deixei um pavilhão que fizemos. E, o mais importante, desde 1962 deixei a maior parte dos dias da minha vida“, concluiu.
Dinheiro de Macaco? “Nunca lho contei”
Na mesma entrevista, Pinto da Costa falou do “amigo Fernando Madureira”. Quando questionado sobre o dinheiro que o ex-líder dos Super Dragões pode ter ganho com o FC Porto, o antigo presidente respondeu: “Algum dinheiro acho que ganhou, nunca lho contei (…) ele tinha um acordo com FC Porto em que comprava os bilhetes (…) segundo dizem ganhou algum“.
No entanto, o Pinto da Costa recusou a ideia de que Madureira enriqueceu à sua custa: “Ele tinham um acordo com o FC Porto desde 1986 que foi cumprido. Se ganhava dinheiro com os bilhetes, o problema já não era nosso
Pinto da Costa disse nunca ter ouvido falar do envolvimento de “Macaco” à máfia da noite e ao tráfico de droga. Caso contrário, não o consideraria amigo.
Fernando Madureira está na prisão desde o início da Operação Pretoriano, que investiga os incidentes ocorridos na Assembleia-Geral (AG) do FC Porto, no dia 13 de novembro.
Pinto da Costa acha que Madureira está preso “injustamente”, por não ter agredido ninguém na AG. No entanto, a investigação encontrou, nos telemóveis dos suspeitos (incluindo “Macaco”) conversas comprometedoras sobre o clima de intimidação vivido na reunião marcada para se votar os estatutos do clube.
A investigação destacou uma mensagem de voz de Madureira, enviada a Vítor Catão, onde o líder da claque prometeu “vamos partir os cornos a toda a gente” a 12 de novembro de 2023, na véspera da Assembleia Geral do FC Porto.
Recordando essa “noite negra”, Pinto da Costa insinuou que o caos foi “muito bem preparado”, por parte da equipa de Villas-Boas: “Aquilo foi muito bem preparado. Não é normal numa Assembleia-Geral incitamentos, da parte da equipa do André Villas-Boas, a irem à Assembleia e a filmarem tudo. Quando uma pessoa pede isso, é porque sabem que há coisas para filmar.
“Três procuradores sócios do FC Porto estiveram a controlar a assembleia. A Assembleia cabou às 2 horas da manhã e, no dia seguinte, às 10 horas da manhã, já havia uma queixa de uma procuradora contra os acontecimentos, (…) Eu acho que houve instrumentalização daquele grupo com a colaboração da justiça”, considerou Pinto da Costa.
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