O advogado do treinador leonino, Luís Miguel Henrique, garantiu que Jesus não cometeu qualquer irregularidade na saída do Benfica e que está apenas focado no trabalho.
“Jorge Jesus está de consciência tranquila, pois não só no Benfica, mas em todos os clubes que representou, sempre cumpriu escrupulosamente, e da maneira mais leal, com todos os contratos que assinou. Está tranquilo, seguro e com a razão legal do seu lado”, disse à Lusa o representante Luís Miguel Henrique.
Relativamente às declarações do Benfica, nas quais o clube confirma não ter pago o último salário porque o treinador “trabalhou para outra entidade”, o advogado afirma que servem apenas para destabilizar o treinador.
Segundo o representante, Jorge Jesus “antes de ir de férias, como qualquer pessoa, acautelou o seu futuro profissional e, no início de junho, assinou um contrato com o Sporting com efeito a partir do dia 1 de julho”.
“O que posso questionar é a data das notícias, que não é inocente. Os tribunais estão fechados e nada pode ser feito entretanto, por isso penso que isto foi, uma vez mais, uma forma de destabilização”, acrescentou.
A resposta surge depois do diretor de comunicação do Benfica, João Gabriel, ter reclamado uma indemnização de 7,5 milhões de euros prevista no contrato, em caso de rescisão unilateral.
Para o presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol, José Pereira, esta reclamação deve-se apenas ao facto da transferência do técnico ter sido para o clube rival.
“Eu penso que este desentendimento tem origem porque o Jesus foi para o Sporting porque, provavelmente, se fosse para outro clube que não o Sporting ou o FC Porto já não havia qualquer tipo de desentendimento”, explica à Lusa.
Para o presidente da ANTF, a existência de contactos entre treinadores e clubes antes do final dos vínculos não ‘belisca’ o profissionalismo dos envolvidos, sejam técnicos ou dirigentes.
“É uma situação perfeitamente normal. Não tem a ver com o profissionalismo das pessoas”, sublinhou.
Durante o dia de hoje, também o especialista em direito desportivo Emanuel Calçada falou à agência Lusa e considerou que não faz sentido o Benfica acusar Jorge Jesus e diz mesmo que nesse mês o treinador poderia estar a gozar férias.
“Não faz sentido dizer que o trabalhador terá acionado a rescisão unilateral do seu contrato de trabalho durante o mês de junho, quando o próprio contrato terminava a 30 de junho. Mesmo que o trabalhador ou o clube nada fizessem, o contrato caducaria naturalmente a 30 de junho”, afirma o especialista.
Caso Jorge Jesus se encontrasse de férias, Emanuel Calçada considera que os argumentos de que o técnico terá visitado as instalações do Sporting e começado a trabalhar não fazem sentido.
“Se era o mês de férias ninguém tem nada a ver com isso”, refere Emanuel Calçada, lembrando que a Convenção Coletiva de Trabalho, que rege os contratos dos técnicos, prevê que “após o fim da época o treinador tem direito a 30 dias de férias”.
Treinador do Benfica nos últimos seis anos, Jorge Jesus deixou o clube encarnado e rumou ao rival lisboeta, com o qual assinou um vínculo válido para as próximas três temporadas.
Focado no trabalho, Jesus defronta hoje o CSKA, às 19h45, no ‘play-off’ de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, com transmissão na RTP.
ZAP / Lusa
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