O Sporting igualou esta segunda-feira o FC Porto na liderança da I Liga portuguesa de futebol, ao vencer em casa o Nacional, por 1-0, no jogo que encerrou a quinta jornada da competição.
Com mais um elemento desde os 32 minutos, quando Sequeira foi expulso, os leões chegaram ao triunfo aos 86 minutos, pelo colombiano Fredy Montero.
O Sporting passou a somar 13 pontos, os mesmos do FC Porto, que tem, contudo, melhor diferença de golos, enquanto o Nacional segue no 11º lugar, com seis pontos.
Bastou ao Nacional copiar a tática dos russos CSKA e Lokomotiv nas provas europeias para colocar o Sporting em grandes apuros para vencer em Alvalade.
Tivesse a equipa insular um avançado com a velocidade dos que os conjuntos russos apresentaram e provavelmente o Sporting estaria hoje a lamentar mais uma derrota em casa, a despeito de ter jogado cerca de uma hora em superioridade numérica por expulsão de Sequeira, devido a um erro de avaliação do árbitro Fábio Veríssimo.
O Nacional apresentou-se num 4x2x3x1, a defender com as linhas subidas, procurando pressionar o Sporting logo na primeira fase de construção, mas, depois da expulsão, Manuel Machado adotou a tática russa com duas linhas de quatro a defender bem em cima da sua área e com Soares lá na frente.
O Sporting denotou grandes dificuldades de penetração desde o início de jogo, não só quando o Nacional meteu o autocarro à frente da sua baliza, porque a equipa insistiu até à exaustão em romper pelo eixo do terreno, em toques curtos e tabelas, em vez de flanquear o jogo para abastecer os seus dois avançados.
De resto, tanto Téo Gutierrez como Slimani participaram nesse rendilhado constante que caracterizou o processo ofensivo do Sporting, de toque curto e tabela, condenado ao malogro face à aglomeração de jogadores do Nacional no corredor central, dando-se o absurdo do ponta de lança argelino vir constantemente à procura de receber a bola de costas para a baliza.
Por outro lado, o Sporting desenvolveu o seu jogo numa dinâmica baixa, de posse e troca de bola curta, sem profundidade e sem acelerações, a dar tempo sempre ao adversário de se recolocar e reorganizar nas raras situações em que ocorria algum desequilíbrio fruto de uma situação de um contra um.
O Sporting voltou a revelar a mesma vulnerabilidade que já tinha apresentado frente às duas formações de Moscovo, pois, quando perdia a bola a equipa, foi apanhada uma mão cheia de vezes em desequilíbrio, em situações de 2×2 ou 3×3.
O Sporting envolve habitualmente sete unidades no processo ofensivo, mas para jogar dessa forma tão arriscada a equipa tem de ter uma capacidade de posse e circulação de bola acima do normal, que (ainda) não tem, e defesas rápidos e capazes de ir buscar os adversários em situação de contragolpe, sendo que o único capaz de o fazer é Paulo Oliveira.
A agravar a situação dos leões na primeira parte, o rendimento de Bryan Ruiz foi dececionante, o lateral direito Esgaio esteve abaixo do esperado, com Gelson Martins a ser o jogador mais criativo e capaz de acelerar o jogo, mas está ainda verde e ainda não tem a maturidade para saber o timing para soltar a bola, para a segurar, para cruzar.
Na segunda parte, o Nacional manteve a mesma estratégia do último quarto de hora da primeira parte, com o autocarro à frente da baliza à espera do Sporting e a espreitar sempre o contragolpe.
Os leões entraram para a segunda parte mais dinâmicos e a fazerem o que não tinham feito até aí, a flanquear o jogo, o que lhes permitiu criar duas situações de golo, aos 47 minutos, com Esgaio a cruzar para Bryan Ruiz falhar de cabeça na entrada da pequena área, e aos 57, com Jefferson a ir à linha oferecer o golo a Slimani, mas o cabeceamento deste saiu torto, numa situação de quase golo feito.
Jorge Jesus lançou mão de Montero e Mané para os lugares dos apagados Bryan Ruiz e Téo Rodriguez, mas o cariz do jogo não se alterou, com o Sporting a mastigar o jogo, incapaz de criar desequilíbrios na bem organizada defesa insular, sempre lento e previsível.
Valeu ao Sporting para evitar novo tropeção em Alvalade um momento de inspiração de Montero, que conseguiu abrir uma brecha na defesa insular, aos 86 minutos, com um passe de rutura – faltaram sempre ao ataque leonino – para a desmarcação de Mané, que teve o mérito e a perícia para o devolver para um espaço vazio onde surgiu o mesmo Montero a finalizar.
/Lusa
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