O Benfica venceu hoje em casa o Paços de Ferreira por 3-0, em jogo da sexta jornada da Liga de futebol, depois de uma exibição sofrível, ‘salva’ por um ‘bis’ de Jonas e um golo de Gonçalo Guedes.
A equipa de Rui Vitória fez uma primeira parte frouxa, devido à pouca intensidade que colocou no seu processo ofensivo, com muitas dificuldades de penetração na organização defensiva do Paços, a despeito deste nunca ter encostado o seu bloco defensivo à sua área, defendendo em zonas mais subidas.
A opção a que a equipa mais recorreu foi colocar a bola na esquerda em Gaitán, à espera que este ‘inventasse’ os espaços que não existiam, o que limitou muito as soluções ofensivas, tanto mais que, no flanco oposto, os ‘miúdos’ Nelson Semedo e Gonçalo Guedes não se entenderam e raramente criaram lances à linha.
No entanto, o problema principal do Benfica residiu justamente no corredor central com Samaris e André Almeida, dois jogadores de características defensivas, com pouca criatividade e que raramente protagonizam movimentos de rutura no meio-campo adversário por forma a surgirem no apoio direito a Jonas, o segundo avançado.
Resultado disto, o Benfica passou a primeira parte a forçar o jogo pelas laterais, sendo que a direita não funcionou e a esquerda viveu dos rasgos de Gaitán, sempre muito marcado, e à espera que este inventasse um desequilíbrio para chegar ao golo.
Basta referir que o Benfica criou uma única oportunidade de golo na primeira parte, aos 15 minutos, por Gaitán, numa diagonal interior em que tabelou com Jonas no eixo, isolou-se, mas o guarda-redes Marafona evitou o golo, ao desviar a bola para canto.
O Benfica chegou ao intervalo a vencer única e exclusivamente devido à classe de Jonas, que ‘inventou’ o golo e desatou o nó, ao receber uma bola fora da área, rodar e aplicar um remate com o pé esquerdo ao ângulo superior direito da baliza de Marafona, indefensável.
O Paços de Ferreira confirmou o que já fizera em Alvalade, onde roubou dois pontos ao Sporting, mostrando-se uma equipa bem organizada em termos defensivos e personalizada e atrevida a sair com a bola na fase de construção, o que lhe permitiu criar três lances de perigo, aos seis, 21 e 36 minutos.
Na segunda parte, em vantagem, Rui Vitória resolver pedir aos seus jogadores maior contenção de bola, trocando-a em zonas mais recuadas, para convidar o Paços a subir no terreno de forma a explorar os espaços nas costas da defesa pacense, num opção estratégica pouco condizente co uma equipa grande que luta pelo título.
O Paços não se fez rogado, subiu as linhas, passou a comandar a iniciativa de jogo, a ter mais bola e a obrigar o Benfica a defender mais atrás, mas, aos 59 minutos, quase ‘bebeu do veneno’ que lhe ofereceram num lance de contra-ataque típico em que Mitroglu falhou o segundo, na cara de Marafona, após jogada iniciada em Gonçalo Guedes e continuada por Jonas.
O cariz do jogo manteve-se, com o Paços atrevido e a pisar o meio-campo encarnado, mas, aos 67 minutos, Gaitán – quem mais – conseguiu espaço na esquerda e meteu a bola milimétrica em Gonçalo Guedes no coração da área para este assinar o segundo golo.
A partir daí, só ‘deu’ Benfica, com os seus jogadores como que a soltarem-se das amarras táticas e dos receios e a imporem uma dinâmica forte, que redundou em vários oportunidades de golo, tendo apenas uma delas sido concretizada, por Jonas, aos 74 minutos, que envolveu Gonçalo Guedes e que teve na origem, mais uma vez, um cruzamento ‘adocicado’ de Gaitán.
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