Adepto que se perdeu em Milão conseguiu voltar a casa dez anos depois

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Aquilo que parecia ser uma simples viagem para acompanhar a equipa do coração, acabou por se tornar na maior reviravolta da vida deste adepto.

Rolf Bantle tinha 71 anos quando, em 2004, decidiu viajar até Milão para assistir ao jogo de futebol entre a sua equipa, o Basileia, contra o Inter.

A viagem, que previa ser um desperdício de dinheiro, já que a equipa suíça acabou por perder 4-1 com os italianos, transformou-se na maior aventura deste adepto.

Bantle, que estava acompanhado por um grupo da comunidade onde vivia, decidiu, no final do jogo, ir a uma das casas de banho do estádio ‘San Siro’ e acabou por se perder.

“De repente, estava num setor [do estádio] diferente. Tinha cerca de 20 euros no bolso, não tinha telemóvel, por isso, comecei a andar pela cidade”, explicou ao jornal suíço Schweiz am Sonntag, citado pelo Daily Mail.

O adepto, que estava já reformado, não conseguiu encontrar ninguém e acabou por viver nas ruas da cidade italiana durante mais de dez anos.

“As pessoas davam-me comida e cigarros, um estudante chegou a oferecer-me um saco-cama”, recorda Bantle.

Estádio Giuseppe Meazza "San Siro", em Milão
Estádio Giuseppe Meazza “San Siro”, em Milão

O adepto, que conseguia tomar banho uma vez por semana em balneários públicos e que frequentemente visitava a biblioteca local, disse ter gostado da liberdade que Milão lhe proporcionava.

Até este episódio acontecer, o suíço vivia num centro de reabilitação, sem familiares a quem pudesse recorrer, e a lutar contra o vício do álcool.

“Não tinha mais nenhum motivo para regressar a casa. Gostei da liberdade de Milão“, assegura.

Passada mais de uma década, o adepto viu-se obrigado a voltar às suas origens, isto depois de ter partido o fémur e ter ido parar ao hospital. Como não tinha seguro de saúde, os funcionários decidiram entrar em contacto com o consulado do seu país, que o fez regressar a terras suíças.

Bantle está agora a viver num lar de terceira idade, em Basileia, com as despesas pagas pelo Governo.

“Gosto de estar aqui. Dez anos foram suficientes e sinto-me muito bem agora”, conclui.

ZAP


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