O FC Porto deve, sobretudo, à falta de ousadia a sua primeira derrota na atual edição da Liga dos Campeões de futebol, infligida hoje em casa pelo Dínamo de Kiev (0-2), complicando o apuramento para os oitavos de final.
Os ‘dragões’, que podem ser obrigados a vencer em casa do Chelsea, caso os ucranianos vençam em casa o Maccabi, que hoje perdeu com o Chelsea e ainda não pontuou, foram ‘vítimas’ de uma tremenda capacidade organizativa, de um grande espírito de sacrifício dos adversários e dos golos de Yarmolenko (31 minutos, de grande penalidade) e do ex-benfiquista e paraguaio Derlis González (64).
A equipa de portista, que não perdia para a Liga dos Campeões, no Dragão, desde 10 de outubro de 2013 (derrota com o Zenit por 1-0), é primeira classificada no Grupo G, com os mesmos 10 pontos que o Chelsea e com apenas mais dois que o Dínamo de Kiev, equipas que têm vantagem no confronto direto com os ‘dragões’ em caso de empate pontual a 11 pontos.
Mantendo André André no banco e com o francês Imbula de volta aos titulares – Evandro saiu do ‘onze’, por comparação com a última partida para o campeonato (2-0 ao Vitória de Setúbal) e excetuando as muitas alterações para a Taça -, Julen Lopetegui apostou num claríssimo 4x3x3.
Os portistas até entraram ‘mandões’, dominando as operações em todos os sectores, mas bateram sempre de frente contra a bem escalonada defesa ucraniana, que contou com o português Antunes a lateral esquerdo, um dos que ajudou muito a fechar os caminhos para a baliza de Shovkovskiy.
Aliás, o guarda-redes visitante quase nem teve trabalho no primeiro tempo, obrigado, apenas aos 41 minutos, a defender um remate frouxo de Rúben Neves, da zona frontal e já com os ‘dragões’ a perder por 1-0.
A ousadia ucraniana revelou-se por volta dos 25 minutos, com Derlis González a obrigar Casillas a aplicar-se, e três minutos mais tarde, quando Garmesh cabeceou à trave e o brasileiro Júnior Moraes falhou o alvo na recarga.
Aos 30, o francês Imbula fez Rybalka tropeçar na linha lateral direita da grande área e Andriy Yarmolenko cobrou com sucesso o penálti, no minuto seguinte.
No reatamento, Lopetegui trocou Maxi Pereira por André André, deslocando Indi para a lateral esquerda e Danilo Pereira para central, com o objetivo de soltar Layún no corredor direito, posto anterior do uruguaio.
Só aos 59 minutos, após entendimento entre Brahimi e Tello é que o FC Porto conseguiu levar o perigo à área contrária, mas o espanhol rematou fraco.
Garmash, aos 62, perdeu uma oportunidade soberana, quando ficou isolado frente a Casillas, após uma perda de orientação de Marcano junto da sua grande área.
Mas Derlis González ‘emendou’ o falhanço do colega e, dois minutos depois, ganhou em velocidade a Danilo Pereira, após perda de bola de Brahimi, e fez o segundo golo, num lance em que Casillas podia ter feito mais.
Lopetegui resolveu arriscar, fazendo entrar o ítalo-argentino Osvaldo e o mexicano Corona, para os lugares de Imbula e Brahimi, ambos muito abaixo do seu nível habitual.
Aos 79 minutos, André André conseguiu penetrar na área, cruzou tenso e Dragovic quase fazia o golo portista, ao desviar para a baliza, mas a bola bateu miraculosamente no poste e anichou-se nas mãos de Shovkovskiy.
Até final, e com o árbitro espanhol Carlos Velasco Carballo muito complacente com o antijogo do Dínamo de Kiev, os portistas praticamente não conseguiram chegar com perigo à área adversária, com a exceção de mais um remate ao poste de André André, desferido desde o interior da área, ainda desviado por Antunes.
Caso tivesse marcado um golo, ao FC Porto ‘bastar-lhe-ia’ empatar em Londres para seguir em frente.
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