O árbitro do Paços-Benfica terá saído de Fafe depois da visita na noite de segunda-feira de elementos dos Super Dragões à taberna do pai.
O árbitro Jorge Ferreira está assustado com o episódio da noite de segunda-feira, depois de vários elementos da claque portista terem visitado a taberna do pai, em Fafe, avança o Jornal de Notícias.
O juiz manteve-se ontem, durante praticamente todo o dia, em casa, e só terá saído para se deslocar ao escritório do advogado que está a tratar do caso.
Segundo o JN, o árbitro teme pela sua integridade física e pela dos seus familiares, pelo que terá fugido para parte incerta durante uns dias.
Na altura, Jorge Ferreira ainda pensou contratar um segurança privado, mas rapidamente abandonou essa ideia por não ser fácil de concretizar.
Porém, o árbitro quebrou o silêncio esta manhã com um longo comunicado, citado pela RTP, no qual diz estar a ponderar apresentar uma queixa nos tribunais.
“É o momento para que os clubes digam se concordam com o comportamento dos elementos que compõem as suas claques, que recorrentemente ameaçam e tentam coagir árbitros de futebol”.
Além disso, o juiz aproveita para dizer que “não é nem nunca foi sócio fundador da Casa do Benfica de Fafe e enquanto árbitro, não é nem pode ser adepto de nenhum clube”.
O árbitro repudia ainda “as declarações feitas por alguns comentadores que contribuíram para o episódio de alegada intimidação e que podem continuar a contribuir para a degradação do futebol nacional”.
O episódio deu-se na noite da passada segunda-feira, quando vários elementos dos Super Dragões, entre eles o líder Fernando Madureira, visitaram a taberna do seu pai.
“Onde está o gatuno?”, terá sido a pergunta de Fernando Madureira depois de entrar no estabelecimento, numa clara referência ao juiz que, no passado sábado, assinalou um penálti polémico a favor do Benfica.
A GNR terá mesmo sido chamada ao local e os responsáveis da taberna terão apresentado queixa, acusando os adeptos de consumirem “vários produtos que não pagaram”.
Por outro lado, o “Macaco Líder” já rematou a vários meios de comunicação social que foram eles próprios que chamaram as autoridades por não lhe terem dado o Livro de Reclamações.
O líder da claque portista confirma que esteve na taberna mas que tudo se tratou de “uma coincidência”, defendendo que não sabia que o estabelecimento pertencia a um familiar do árbitro.
Também o presidente dos dragões já reagiu a esta polémica, dizendo que não tem conhecimento de nada do que se tenha passado, conta o JN.
“A claque não tomou posição nenhuma, senão eu teria conhecimento, pelo que não tenho de me demarcar de nada. Do que demarco completamente é desse tipo de arbitragens de Jorge Ferreira”, afirmou Pinto da Costa esta quarta-feira.
O dirigente aproveitou ainda para fazer mais um ataque ao Conselho de Arbitragem e à forma como são nomeados os árbitros, revelando que o seu “palpite” para o próximo jogo do FC Porto se revelou certeiro.
“João Capela no Restelo? Está-me a dar uma novidade, mas acho graça porque quando me perguntaram quem é que eu achava que ia ser o árbitro, eu disse que era um de dois. Ou o João Capela ou o Nuno Almeida. Pelos vistos acertei”.
ZAP
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