O Comité de Controlo e Disciplina da UEFA aplicou à Rússia uma pena de exclusão do Euro 2016, suspensa até ao fim do torneio. Entretanto, as autoridades francesas anunciaram que os adeptos russos que estão sob vigilância da polícia no sul de França vão ser expulsos do país
O Comité de Controlo e Disciplina da UEFA aplicou uma multa de 150 mil euros e uma pena de desqualificação do Euro 2016 à Rússia, suspensa até ao fim do torneio.
Assim, caso de registem mais incidentes com adeptos no estádio, como aconteceu frente à Inglaterra, a seleção russa volta de imediato a casa.
“De acordo com o artigo 20 dos Regulamentos Disciplinares da UEFA, a desqualificação está suspensa até ao final do torneio. Esta suspensão poderá ser levantada caso incidentes de natureza semelhante se verifiquem dentro do estádio em qualquer uma das restantes partidas da equipa russa durante o Euro”, lê-se numa nota publicada no site da UEFA.
A decisão refere-se apenas aos incidentes registados no Estádio Vélodrome, nomeadamente agressões a adeptos ingleses, comportamento racista, utilização de fumos e arremesso de objetos.
Ao longo de todo o fim de semana, antes, durante e depois do jogo em Marselha, registaram-se vários incidentes violentos implicando adeptos russos, ingleses e franceses.
Os incidentes provocaram 35 feridos, quase todos ingleses. O mais grave permanecia em estado crítico na segunda-feira, mas estável, segundo o procurador de Marselha Brice Robin.
Entre as duas dezenas de detidos, seis britânicos, um austríaco e três franceses foram presentes a tribunal esta segunda-feira por envolvimento nos confrontos e condenadas a penas até um ano de prisão.
Adeptos russos deportados
Adeptos russos que estão sob vigilância da polícia no sul de França vão ser expulsos do país, por representarem ameaça para ordem pública, após os incidentes registados no sábado em Marselha, à margem do jogo Inglaterra-Rússia para o Euro 2016.
A AFP, citando autoridades locais, informa que a polícia identificou 29 adeptos russos num hotel de Mandelieu-la-Napoule, perto de Marselha, e, embora a operação não tivesse terminado, foi decidido deter alguns tendo em vista a sua expulsão do país.
A operação de identificação foi feita pela gendarmaria em coordenação com a divisão nacional de luta contra o hooliganismo, com o objetivo de verificar se estes russos estão incluídos numa lista de adeptos considerados de risco.
As pessoas que foram alvo do controlo preparavam-se para partir de autocarro com destino a Lille, onde a seleção da Rússia defronta a Eslováquia na quarta-feira, em jogo da segunda jornada do Grupo B do Euro 2016.
Brice Robin, procurador de Marselha, confirmou esta segunda-feira que 150 adeptos russos que estiveram por trás dos confrontos violentos estavam “altamente treinados”, alertando que os adeptos russos viajaram para França para causar problemas.
“Esses adeptos, que eram, na realidade, verdadeiros hooligans, estavam bem preparados para intervenções muito rápidas e muito violentas, daí a dificuldade de proceder à sua detenção”, afirmou o procurador, durante uma conferência de imprensa.
“Estamos a falar de pessoas extremamente bem treinadas”, acrescentou.
O ministro francês dos Desportos também lamentou a “ausência de cooperação” da Rússia, acusando-a de ter permitido a viagem de hooligans implicados nos atos de violência em Marselha, durante o Euro 2016.
“Há 150 a 200 hooligans russos que devem ser impedidos de causar estragos”, afirmou Kanner à AFP, acrescentando que as autoridades russas e em primeiro lugar a federação “deviam reagir”.
Na sua opinião, esta era “uma questão de prevenção acima de tudo”, pelo que “certos vistos jamais poderiam ter sido atribuídos”.
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