O ex-presidente da FIFA revelou que foi testemunha de sorteios na Europa em que se aqueciam e esfriavam as bolas para manipular os sorteios.
Numa entrevista publicada esta segunda-feira pelo diário argentino La Nación, Joseph Blatter decidiu fazer várias revelações, uma delas por causa dos sorteios na Europa.
O ex-presidente da FIFA afirmou que “é possível sinalizar as bolas aquecendo-as ou esfriando-as” para influenciar o cruzamento das equipas nos sorteios e que já foi testemunha desse mecanismo.
Questionado sobre o facto de no Mundial do Brasil, em 2014, o sorteio ter sido bastante benéfico para a seleção argentina, Blatter diz que “o sorteio da FIFA era limpo até ao último detalhe”.
“Eu jamais toquei nas bolas, coisa que outros faziam. Podem-se sinalizar as bolas aquecendo-as ou esfriando-as. É tecnicamente possível. Fui testemunha em sorteios a nível europeu em que isso aconteceu”, disse.
Blatter explicou que as bolas “eram colocadas numa geleira” e que a simples comparação entre umas e outras ao tocá-las “permitia determinar as que estavam frias e quentes”.
Quanto às investigações levadas a cabo pela Justiça norte-americana e pelo Comité de Ética da FIFA, afirmou que “nada vai ser encontrado” porque a lei penal suíça “nunca foi violada”, assegurando estar de “consciência tranquila”.
O ex-líder da FIFA contou ainda que, ao entregar o troféu de melhor jogador da competição a Lionel Messi, minutos depois da Argentina ter sido derrotada na final pela Alemanha, este repetia para si mesmo “sou o melhor, mas não sou campeão”.
“Cristiano Ronaldo não se pode comparar com Leo Messi. Claro que Messi é melhor. Gostava muito de conversar com ele, é um bom rapaz”, rematou.
ZAP / Lusa
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