A Comissão de Investigação do Parlamento Europeu aos chamados “Panama Papers” quer explicações do agente desportivo Jorge Mendes quando há suspeitas de que o super-agente está no centro de uma “teia de empresas de fachada” para permitir a fuga aos impostos de figuras como Cristiano Ronaldo e José Mourinho.
Jorge Mendes e o presidente da FIFA, Gianni Infantino, vão ser chamados a depor na Comissão de Investigação do Parlamento Europeu aos “Panama Papers“. O grupo parlamentar Los Verdes-Alianza Libre Europea já confirmou que os dois homens do futebol vão ser ouvidos a 5 de Setembro.
“FIFA, intermediários e futebolistas têm de dar explicações, porque todos têm responsabilidade, por isso pedimos que Jorge Mendes compareça”, esclarece Ernest Urtasun, o eurodeputado do partido ecologista espanhol Iniciativa per Catalunya Verds, em comunicado citado pela Lusa.
Para Urtasun, a gestão de Jorge Mendes “parece estar no centro da ‘teia’ de empresas de fachada para evitar que jogadores e treinadores paguem impostos”.
Estas suspeitas surgem depois de a plataforma “Football Leaks” ter começado a divulgar documentos confidenciais, em Setembro de 2015, alguns dos quais denunciavam eventuais evasões fiscais de Cristiano Ronaldo, agenciado por Jorge Mendes.
O Fisco espanhol está a investigar o capitão da Selecção Portuguesa pelo alegado desvio de 150 milhões de euros, no âmbito do alegado “esquema” posto em prática por Jorge Mendes, arriscando uma pena de seis anos de prisão.
Vários outros jogadores representados pelo empresário, nomeadamente Ricardo Carvalho, Fábio Coentrão e Pepe, também estarão sob a alçada da justiça espanhola e José Mourinho terá igualmente, sido forçado a pagar supostos impostos em falta, em virtude da mesma situação.
Há suspeitas de que o super-agente terá posto em prática uma rede gigantesca e altamente sofisticada, passando por paraísos fiscais como as Ilhas Virgens Britânicas e o Panamá e pela criação de empresas de fachada, para evitar que os seus representados pagassem elevados valores em impostos.
O Parlamento Europeu está a investigar os contornos dos “Panama Papers” que foram divulgados, desde o início de Abril de 2016, por um consórcio de jornalistas de investigação, com base em cerca de 11,5 milhões de documentos provenientes da sociedade de advogados Mossack Fonseca.
Estes documentos levaram à abertura de muitos inquéritos em todo o mundo e à demissão do primeiro-ministro islandês e de um ministro espanhol.
[sc name=”assina” by=”ZAP” source=”Lusa” ]
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