A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, que decorrem em Sochi, marca hoje o arranque oficial do mais importante evento realizado na Rússia desde o desmembramento da União Soviética, em 1991, tendo sido investidos 37 mil milhões de euros.
Apesar de a chegada a Sochi na quarta-feira ter sido acompanhada por manifestações em várias cidades estrangeiras e em São Petersburgo contra a lei antigay, a tocha olímpica termina hoje o seu périplo no novíssimo estádio Fisht, palco da cerimónia de abertura, à beira do Mar Negro, onde a chama ficará acesa até 23 de fevereiro.
Sob fortes medidas de segurança, que envolvem 100 mil militares, os Jogos de Sochi terão uma participação recorde de 88 países, incluindo Portugal, que leva pela primeira vez dois atletas, os lusodescendentes Camille Dias, de 17 anos, e Arthur Hanse, de 20 anos, o porta-estandarte na pequena delegação na cerimónia de abertura.
Ambos vão participar em slalom e slalom gigante, provas de esqui alpino, que é uma das 15 disciplinas que em Sochi vão distribuir 98 títulos ao longo da quinzena olímpica, para a qual se qualificaram cerca de 2.800 atletas.
A cerimónia de abertura está agendada para as 20h (16h de Lisboa), mas na quinta-feira já decorreram as primeiras eliminatórias de slopestyle de snowboard, de esqui acrobático feminino e de patinagem artística por equipas.
Jogos Olímpicos mais caros de sempre
Uma olimpíada com uma tocha enviada ao Polo Norte e ao espaço, uma estrada pavimentada com “ouro e caviar” – nas palavras de um crítico – com contratos exorbitantes executados por amigos do presidente e um estádio para 40 mil pessoas que será usado apenas duas vezes (nas cerimónias de abertura e encerramento).
Essas são algumas das peculiaridades dos Jogos de Inverno de Sochi, que estão a ser chamados de a “Olimpíada mais cara da história”. O orçamento não-oficial dos Jogos, de 50 mil milhões de dólares (37 mil milhões de euros), seria suficiente para financiar todas as obras somadas do Mundial de Futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.
O governo russo afirma que o orçamento oficial é de sete mil milhões de dólares – levando em conta apenas as obras diretamente ligadas aos Jogos. Mas o governo reconhece que foram gastos os 50 mil milhões de dólares – quando somados todos os investimentos em infraestrutura na rica região de Sochi, no sul da Rússia.
No entanto, os responsáveis não se livraram de acusações de corrupção e críticas aos efeitos ambientais das obras em Sochi, que a poucos dias do início dos Jogos Olímpicos apresentava uma série de deficiências em espaços públicos e de alojamento.
Polémica gay
A mais cara edição de Jogos Olímpicos começa, também, sob o signo dos protestos, sobretudo contra a lei aprovada pelo presidente Vladimir Putin em junho que proíbe e pune a “propaganda” de homossexualidade perante menores e que motivou variadas tomadas de posição internacionais e ameaças de boicote institucionais.
Uma entidade canadiana para a Diversidade e Inclusão lançou uma campanha de alerta para o assunto, que com uma boa dose de humor pede ao governo russo para deixar cair as medidas antigay.
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ZAP / Lusa / BBC
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