Advogado argentino acusado de corrupção no caso FIFA suicida-se

Sede da FIFA em Zurique

O ex-advogado argentino Jorge Alejandro Delhon cometeu suicídio depois de ter sido acusado de receber subornos, no que é o mais recente desenvolvimento de uma investigação de corrupção no seio da FIFA, o maior escândalo de corrupção da história de futebol.

O argentino Jorge Delhon, ex-advogado do programa televisivo governamental Futebol para Todos, suicidou-se na noite de terça-feira passada, horas depois de ter sido acusado de ter recebido subornos, num tribunal de Nova Iorque, durante uma extensa investigação ao escândalo de corrupção na FIFA que rebentou em 2015. 

Delhon suicidou-se esta terça-feira, depois de ter sido colhido por um comboio em Buenos Aires, na Argentina. Segundo a Reuters, o maquinista disse à polícia que o ex-advogado, de 50 anos, correu ao lado da linha e que, embora tenha buzinado e tentado abrandar, não conseguiu evitar o atropelamento.

De acordo com o testemunho do ex-director da empresa de marketing desportivo Torneos y Competencias, Alejandro Burzaco, Delhon recebeu subornos desde o final do ano de 2011 até 2014.

Após ter chegado a um acordo judicial com a acusação, Burzaco testemunhou contra três ex-responsáveis de futebol acusados: o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF, o argentino Juan Angel Napou, ex-vice-presidente da FIFA e eleito presidente da CONMEBOL em 2014, e Manuel Burga, que liderou o futebol no Peru até 2014.

Estes são apenas três dos 42 funcionários e executivos de marketing denunciados por Burzaco, que no seu testemunhoacusou também grupos de comunicação social, entre os quais a brasileira Rede Globo de pagar subornos à FIFA para assegurar direitos de transmissão televisiva.

Os subornos eram comuns nos meios de comunicação social, diz Burzaco, que aponta o dedo também à Fox Sports, da 21st Century Fox, ao grupo argentino Full Play, à mexicana Televisa e à MediaPro, de Espanha.

Segundo o ex-diretor de marketing da Torneos y Competencias, os subornos foram pagos por transferência bancária para contas bancárias na Suíça ou com dinheiro “em sacos ou envelopes”.

A cadeia brasileira de TV negou as irregularidades apontadas e declarou, num nota, que “o Grupo Globo colocar-se-á plenamente à disposição das autoridades americanas. Para a Globo, isto é uma questão de honra. Os nossos princípios editoriais nem permitiriam que tivéssemos outra postura”.

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