Caso dos e-mails: Horácio Piriquito apresentou a demissão

Pedro Guerra, ex-diretor de conteúdos da Benfica TV

O membro do Conselho Fiscal da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), acusado de passar documentos internos confidenciais do organismo ao comentador do Benfica Pedro Guerra, apresentou a demissão esta quarta-feira.

Depois da notícia da revista Sábado, que deu conta de uma alegada troca de e-mails entre o ex-diretor de conteúdos da BTV e comentador do Benfica, Pedro Guerra, com o membro do Conselho Fiscal da FPF, Horácio Piriquito, eis que chega agora a sua demissão.

Em causa está a partilha de documentos internos e confidenciais da federação, “relacionados com auditorias trimestrais” e que “não eram de divulgação pública”, o que levou o organismo a fazer uma denúncia à Polícia Judiciária (PJ) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a situação.

O agora ex-membro da federação anunciou a sua decisão num comunicado enviado às redações, considerando “os superiores interesses da FPF”, que coloca acima dos seus “interesses pessoais ou dos objetivos desse jornalista com cor e empenhamento clubístico”.

Na mesma nota, Piriquito explica que é “amigo do Pedro Guerra há mais de 20 anos” e que trocam regularmente e-mails, “por amizade ou na sequência das participações ocasionais em painéis de debate na BTV, ou do Pedro nos canais em que colabora”.

“O Pedro Guerra sempre me pediu ajuda sobre informação financeira numa troca normal de informações e esclarecimentos, verbalmente ou por email, o que fiz sempre com todo o gosto. No caso da FPF até para evitar especulações e na defesa da própria instituição. Isto fez, aliás, de Pedro Guerra um defensor enérgico da atual direção da FPF. O acesso criminoso a conversas privadas permite estes abusos, truncá-las, ajustá-las aos interesses de cada um. Foram utilizados factos e dados disponíveis em qualquer documento público da FPF. Nenhuma informação confidencial foi passada para a praça pública”, lê-se.

Piriquito deixa ainda críticas, considerando que este tipo de notícias se “enquadram claramente no atual registo de guerra aberta no futebol português, em que vale tudo, em que se tenta espalhar o ódio e o medo, e pretendem criar ruído e fazer vítimas”.

Por último, reafirma que tomou a decisão de se demitir, não por considerar “ter praticado algum ilícito, mas porque é esta a forma de melhor defender o prestígio e o bom nome da instituição em causa”.

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