A quádrupla campeã olímpica de ginástica revelou, esta segunda-feira, no Twitter, que foi abusada sexualmente pelo antigo médico da seleção dos EUA.
“A maior parte de vocês conhecem-me como uma jovem mulher feliz, sorridente e cheia de vitalidade”, escreveu a norte-americana de 20 anos. “Mas recentemente senti-me esmagada e quanto mais procurava calar a voz na minha cabeça, mais a ouvia. Já perdi o medo de contar a minha história”.
Simone Biles revela o quão difícil foi revelar a verdade e que só agora foi capaz de o fazer por saber que “a culpa não é minha“. Sem entrar em detalhes, a campeã olímpica acusa Larry Nassar de comportamentos “nojentos e abusivos”, afirmando que não carregará a culpa que pertence ao médico e à federação norte-americana de ginástica (Usag).
Feelings… 💭 #MeToo pic.twitter.com/ICiu0FCa0n
— Simone Biles (@Simone_Biles) January 15, 2018
“É muito difícil soltar estas experiências e parte-me o coração ainda mais pensar que enquanto trabalhava ao máximo no meu sonho de competir nos Jogos de Tóquio em 2020, teria de continuar a voltar ao mesmo centro de treinos onde fui abusada”, lê-se na publicação da atleta.
Na carta, Biles diz ter consciência de que esta má experiência não a define e que prometeu a si mesma que irá continua a competir “com todo o coração”. No fim, pede a todos que respeitem a sua privacidade. “Isto é um processo e um processo em que irei necessitar de mais tempo para poder superar”.
De acordo com o Observador, Larry Nassar, o antigo médico da equipa de ginástica, admitiu em novembro ter molestado várias raparigas e, em dezembro, foi condenado por um tribunal do Michigan a 60 anos de cadeia por posse de pornografia infantil, num outro processo que decorria em paralelo.
A juíza Janet Jeff determinou que Nassar só começa a cumprir a sentença depois de os restantes casos em que é acusado de abuso sexual estejam concluídos.
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