O FC Porto tem uma montanha para escalar se quiser ter ainda aspirações na Liga dos Campeões… e estamos a ser optimistas pois a esperança é meramente matemática, pelo que se viu no Dragão.
Os “azuis-e-brancos” receberam o Liverpool e foram goleados por 5-0. Um resultado pesado que até poderia ter assumido outros números, e que reflecte a superioridade total dos ingleses. Destaque para Sadio Mané, que fez um “hat-trick”.
A equipa de Sérgio Conceição deu a ideia de ter respeitado em demasia o seu adversário e pagou por isso com a mais pesada derrota europeia de sempre no seu estádio.
O Jogo explicado em Números
- Otávio, a surpresa de Sérgio Conceição para o “onze” portista, esteve perto de abrir o activo aos dez minutos, mas o seu remate saiu por cima, após desviar num jogador do Liverpool. Nos primeiros dez minutos, porém, os ingleses registaram 68% de posse de bola e 88% de eficácia de passe, sem, porém, causarem perigo.
- Primeiros 20 minutos marcados pelo domínio dos “reds” (74% de posse de bola), com o Porto mais recuado à espera do seu adversário e com ideia de explorar a velocidade das transições. Esta tendência estava expressa nos 63% de jogo disputados na zona central do terreno.
- Até que, aos 25 minutos, os comandados de Jürgen Klopp chegaram ao golo. A bola chegou a Sadio Mané na esquerda da grande área, o extremo rematou e José Sá não conseguiu travar a bola, sendo algo mal batido no lance. Um tento que surgiu ao segundo remate forasteiro, primeiro enquadrado.
- Sinal de preocupação para o Porto era o facto de o melhor em campo da sua equipa ser o defesa-central Marcano, com um rating de 5.3 por altura do golo inglês, em grande medida pelos quatro alívios que havia realizado até essa altura.
- E o 2-0 surgiu aos 29 minutos. James Milner rematou ao poste esquerdo da baliza de José Sá, a defesa portista e o guardião demoraram a reagir e Mohamed Salah teve tempo para dominar, tirar todos da frente e rematar para o fundo da baliza.
- Por volta dos 35 minutos o cenário para o Porto não tinha melhorado. Apenas 35% de posse de bola, dois remates, um enquadrado, contra cinco disparos contrários, dois com a melhor direcção. “Dragões” apenas mais fortes nos cantos, com três contra um.
- Perto do intervalo, Soares quase reduziu, mas o seu remate, o primeiro no jogo, saiu rente ao poste direito de Loris Karius.
- Tudo muito difícil para o Porto ao descanso. Os “dragões” tiveram pouca bola nos primeiros 45 minutos, apenas 32%, e só remataram três vezes, uma enquadrada.
- Por seu turno, o Liverpool marcou dois golos em sete disparos (cinco na área portista), dois com boa direcção, e trocavam a bola tranquilamente, ao ponto de registarem 86% de eficácia de entregas.
- O melhor em campo ao intervalo era Mohamed Salah, com um GoalPoint Rating de 7.0. O extremo egípcio marcou um golo no único remate que realizou, teve eficácia nos dois dribles que tentou (um deles na grande área lusa) e ganhou os cinco duelos em que participou.
- E o recomeço não foi melhor. Logo aos 52 minutos, Roberto Firmino rematou para defesa incompleta de José Sá e Mané só teve de empurrar na recarga para o 3-0, naquele que foi o seu segundo golo da noite.
- O Porto até registou 64% de posse nos primeiros 15 minutos do segundo tempo. Porém, nunca soube converter esse domínio em perigo, com apenas um remate tentado (e enquadrado). O Liverpool perdeu eficácia no passe (69%) neste período, mas ainda assim registava dois disparos, ambos com boa direcção.
- No segundo tempo foi o Liverpool a apostar nas transições rápidas, mas fê-lo sempre com perigo, ao ponto de ampliar para 4-0 aos 69 minutos. James Milner fugiu pela esquerda e cruzou rasteiro para Roberto Firmino. O brasileiro, no coração da área portista, encostou facilmente.
- Se Marcano estava a ser o melhor do Porto no primeiro tempo, no segundo foi Diego Reyes a assumir esse protagonismo, com um rating de 5.9 por volta dos 70 minutos. O mexicano registava nesta altura 13 acções defensivas, seis delas alívios, mas também dois bloqueios de remate.
- Apesar de ter equilibrado as operações no segundo tempo (4-5 em remates nesta fase, por volta dos 80 minutos, 2-3 enquadrados e 55% de posse), a verdade é que os “dragões” nunca foram efectivos no ataque. Ao invés, os “reds” fizeram três golos com naturalidade, o último por Mané, que consumou o “hat-trick” aos 85 minutos, assistência de Danny Ings.
O Homem do Jogo
Jogo mau demais para o Porto, mas bom demais para Sadio Mané. O extremo senegalês destruiu por completo o FC Porto, graças a uma exibição portentosa coroada com três golos e com um GoalPoint Rating de 8.7.
Mas Mané não se limitou a marcar, pois acabou com um registo impressionante em diversas variáveis: quatro remates, três deles enquadrados, um passe para finalização, dois dribles eficazes em quatro tentativas e um manancial de recursos que teria dado muito jeito aos comandados de Sérgio Conceição.
Jogadores em foco
- Mohamed Salah 7.6 – A grande estrela deste Liverpool fez um jogo de grande nível. Para além de ser uma constante dor de cabeça para os “dragões”, marcou ainda um golo no único remate que realizou, fez um passe para finalização, teve sucesso nas duas tentativas de drible, uma delas dentro da área portista, e ainda somou cinco acções defensivas. Então registou qualquer controlo de bola deficiente.
- Roberto Firmino 7.0 – O marcador do quarto golo inglês. O ponta-de-lança pode não ter muita presença física na área, mas a sua movimentação é imprevisível e arrasta os defesas contrários consigo. O brasileiro terminou a partida como o mais rematador (seis disparos, dois deles enquadrados), e teve sucesso nas três tentativas de drible.
- Loris Karius 6.1 – Pode parecer estranho falarmos do guarda-redes do Liverpool quando a sua equipa ganhou 5-0, mas a verdade é que o guardião alemão fez três defesas, mais duas que… José Sá.
- José Sá 3.8 – E por falar no guarda-redes do Porto. O jovem teve uma noite complicada, com um erro que deu em golo (o 1-0). Algo que o marcou para o resto do encontro. E até poderia ter feito melhor no 2-0, não conseguindo desarmar Salah.
- Hector Herrera 5.8 – O melhor do FC Porto. O mexicano fugiu um pouco da mediania, terminando com valorosos três dribles eficazes em três tentativas e 92% de eficácia de passe (68 em 74). Recuperou ainda a posse em nove ocasiões e ganhou os cinco duelos aéreos em que participou.
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