AG para destituir Bruno de Carvalho marcada para 23 de junho

O presidente da mesa da Assembleia do Sporting, Jaime Marta Soares, fala aos jornalistas à saída da reunião dos órgãos sociais do Sporting

O presidente demissionário da Mesa da Assembleia-Geral do Sporting, Jaime Marta Soares, disse hoje que ficou agendada uma Assembleia-Geral de destituição dos órgãos sociais do clube para 23 de junho.

Após uma reunião entre os órgãos demissionários, Mesa da Assembleia-Geral e Conselho Fiscal, com o Conselho Diretivo, que durou cerca de três horas, ficou decidido marcar uma Assembleia-Geral para destituição dos órgãos sociais do clube para 23 de junho próximo.

Foi, segundo o jornal Record, com muita dificuldade que Jaime Marta Soares revelou aos jornalistas o que aconteceu na reunião de cerca de três horas dos órgãos sociais do Sporting, em que Bruno de Carvalho recusou demitir-se, levando à marcação de uma AG de destituição para 23 de junho.

Sob os insultos de inúmeros adeptos, o presidente demissionário da Mesa da Assembleia Geral do Sporting adiantou que Bruno de Carvalho “recusou tudo”. O presidente do Sporting “falou durante 2 horas e meia e nós meia hora“, acrescentou Marta Soares, que várias vezes notou que “não havia condições” para fazer a sua intervenção e pediu “serenidade e respeito”.

Marta Soares já tinha adiantado que depois da reunião nada ficaria como dantes e que seriam tomadas decisões importantes para o futuro dos ‘leões’, recusando assumir responsabilidades no clima de instabilidade.

Na segunda-feira o presidente da MAG leonina tinha já adiantado que após a reunião de hoje seria colocado “preto no branco” o futuro de Bruno de Carvalho, que tinha garantido não ter a intenção de se demitir. Esta era “uma reunião de decisões“, realçou então Marta Soares.

O líder da MAG tinha convocado hoje uma reunião entre os órgãos sociais do Sporting. A reunião teve início às 19:00 e pretendia decidir a convocação ou não uma assembleia geral para a destituição de Bruno de Carvalho à frente da presidência do Sporting.

A crise ‘leonina’ teve o seu foco inicial em 15 de maio, dia em que cerca de 40 alegados adeptos encapuzados invadiram a Academia de Alcochete, agredindo jogadores e elementos da equipa técnica.

A GNR deteve 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva depois de terem sido ouvidos no tribunal de instrução criminal do Barreiro.

Paralelamente, no âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados atos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol tendo como objetivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete arguidos, incluindo o ‘team manager’ do clube, André Geraldes.

“Um dos dias mais tristes que vivi no Sporting”

Em conferência de imprensa após da reunião desta quinta-feira com os órgãos sociais do clube, Bruno de Carvalho lamentou o desfecho da mesma, dizendo ser este o dia mais triste desde que entrou em funções como presidente do Sporting.

“Hoje é um dos dias mais tristes que vivi no Sporting. Cada derrota, cada não conquista… Quem me conhece bem sabe que são marcantes para mim, mas realmente, acumulado com a reunião de dia 21, é o momento institucional mais triste da minha vida, e falo por todos”, explicou o presidente do Sporting.

“Pedimos várias vezes, dando todos os argumentos à mesa da AG, explicámos o que é do conhecimento público, que isto colocará em causa o empréstimo obrigacionista que seria realizado até ao final do próximo mês”, acrescentou.

O Presidente do Sporting Clube de Portugal, Bruno de Carvalho

“Esta Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal, que eu não quero com isto dividir o Sporting, apenas lhes dizer a verdade sobre estas duas reuniões. Não foram minimamente sensíveis aos interesses do Sporting e da SAD; não foram sensíveis aos interesses dos acionistas e obrigacionistas, que deram voto de confiança a esta direção quando aprovaram a dilatação do prazo do empréstimo obrigacionista que vencia agora no dia 25″, realçou.

Deitaram abaixo todo o trabalho que fizemos com os bancos e CMVM. Esta necessidade de atrasar o empréstimo obrigacionista e fazer outro tinha a ver com questões de tesouraria e foi explicado ao pormenor. Nada os podia demover, nada os podia demover”, lamentou o presidente do clube leonino.

Bruno de Carvalho alertou ainda que a decisão de avançar para uma assembleia de destituição desta direção coloca em causa a preparação da próxima temporada. “Isto põe em causa a preparação da época, venda e compra de jogadores, põe em causa o colocar a escrito a nova reestruturação financeira… e isto por nada”.

Esta direção tentou de tudo. Pedimos para nos darem as razões para nos demitirmos. Foi-nos dito que não queriam entrar em discussões e nós garantimos que não discutíamos nada. Mostrámo-nos disponíveis para discutir e até fizemos uma proposta”, disse o presidente do Sporting.

“Palavras vagas, no meu entender irresponsáveis. ‘Toda a gente sabe’. Não é assim que se lida com assuntos de máxima gravidade, com a queda de uma direção. Colocou-se tudo em causa por um capricho”, concluiu.

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