Bruno de Carvalho está agarrado ao Sporting “com unhas e dentes”, como ele próprio diz, e admite vir a impugnar a “bomba atómica” lançada ontem, com a convocação de uma Assembleia Geral para a sua destituição. Por outro lado, o treinador Jorge Jesus está decidido a sair do clube a bem ou a mal.
A instabilidade continua no Sporting, depois de uma tensa reunião entre o Conselho Directivo e os elementos demissionários da Mesa da Assembleia Geral, e dos Conselhos Fiscal e Disciplinar.
O encontro, realizado esta quinta-feira, terminou com um protesto de adeptos apoiantes de Bruno de Carvalho e com Jaime Marta Soares, o presidente demissionário da Mesa da Assembleia Geral, a anunciar a convocação de uma Assembleia Geral (AG) extraordinária para destituição do presidente do Sporting, agendada para 23 de Junho próximo.
“Bruno recusou tudo”, queixou-se Marta Soares aos jornalistas, depois da reunião, rodeado de um grupo de adeptos sportinguistas, a gritarem frases de apoio ao presidente do clube.
Marta Soares referiu que Bruno de Carvalho falou durante duas horas e meia. “Não deixou falar ninguém só enxovalhou, insultou“, disse já em declarações ao Tribuna Expresso.
Bruno de Carvalho, por seu lado, contesta a convocação desta AG de destituição, considerando que é uma “bomba atómica” que “põe em causa a preparação da época, a contratação de jogadores, a reestruturação financeira”, conforme disse aos jornalistas, em conferência de imprensa, após a reunião dos órgãos sociais do Sporting.
O presidente leonino também avisa que a AG põe em risco o pagamento de salários, uma vez que a sua convocação trava o processo de emissão do empréstimo obrigacionista que foi recentemente aprovado.
Bruno de Carvalho admite vir a impugnar a AG de destituição, realçando que a sua convocação está cheia de “irregularidades” e que constitui “um atropelo” aos estatutos do clube.
“Estamos a agarrar o Sporting com unhas e dentes”, garante também Bruno de Carvalho, prometendo que não deixará “o Sporting ser tomado de assalto”.
Nesta conferência de imprensa, Bruno de Carvalho também se atirou ao médico Frederico Varandas que anunciou a saída do Departamento Clínico do Sporting para ser candidato à direcção do clube, referindo-se ao facto de ele ter prestado serviço militar no Afeganistão.
“Em nasci em 1972 e fui colocado na reserva territorial. Mas tenho mais honra militar do que alguns que hoje disseram que são militares. Porque nunca se abandona, nunca se deixa os colegas no combate”, acusou o presidente do Sporting.
“Bruno de Carvalho é um mentiroso compulsivo”
Em declarações ao Record, Marta Soares referiu que os elementos presentes na reunião dos órgãos sociais lhe deram “todas as possibilidades” para resolver a crise do Sporting.
“Foram-lhe dadas todas as hipóteses mas ele a tudo dizia que não. A postura dele era de acusações, de insinuações, de chantagear. Dramatizava todas as questões. Os outros é que são culpados, nós é que estamos a inventar, a arranjar álibis. Diz que é um linchamento, que são estratégias políticas”, queixou-se Marta Soares.
“Bruno de Carvalho é um mentiroso compulsivo“, referiu ainda o presidente demissionário da Mesa da AG, alertando que a realização da Assembleia Geral de destituição “será difícil”, temendo pelo ambiente que se pode criar.
“Tenho vergonha de um dia dizer as coisas que, efectivamente, sei sobre ele”, referiu ainda Marta Soares em declarações ao Tribuna Expresso.
Jesus quer sair “a bem ou a mal”
Entretanto, as dúvidas em torno do plantel de futebol são muitas, mas a saída de Jorge Jesus será uma certeza, de acordo com dados divulgados pelo Público e pela TVI.
Augusto Inácio, recentemente nomeado director de futebol do Sporting, terá telefonado ao treinador para lhe mostrar o desejo de que continuasse no clube.
Mas Jesus não terá manifestado “grande abertura” para continuar, conforme revela o comentador da TVI Pedro Sousa, frisando que o técnico ficou com a “sensação clara” de que tinha sido despedido por Bruno de Carvalho e que seria alvo de um processo disciplinar.
Esse processo de que se chegou a falar não terá, afinal, sido instaurado, mas Jesus estará decidido a deixar Alvalade, “a bem ou a mal”, nota o Público. O jornal destaca que o treinador está receptivo “a negociar e a baixar os valores da sua rescisão” para sair a todo o custo.
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