Portugal vs Itália | André Silva mata borrego italiano

Portugal estreou-se no Grupo 3 da Liga das Nações da UEFA com uma vitória por 1-0 sobre a Itália, no Estádio da Luz.

Um resultado que coloca os campeões europeus na liderança deste agrupamento a três, com três pontos, seguido da Polónia e dos transalpinos, ambos com um ponto.

Numa partida que assinalou o primeiro triunfo de Portugal sobre Itália em jogos oficiais em 60 anos, valeu o golo de André Silva no segundo tempo, a dar cor e justiça a um resultado que teve Portugal sempre como protagonista, ainda que os números não o mostrem de forma esclarecedora, face à atitude mais ofensiva dos visitantes no final de cada metade da partida.

O Jogo explicado em Números

  • Início de jogo animado por parte de Portugal, a assumir o comando da partida com 54% de posse de bola nos primeiros minutos e muito jogo pelas faixas laterais, perante o previsível recuo italiano. Contudo, nesta fase não se registaram remates nem lances de grande perigo.
  • Os remates começaram entretanto a surgir, chegando Portugal com três aos 20 minutos, contra os dois de Itália, e com um enquadrado para cada uma das equipas. O jogo abriu mais um pouco nesta fase, com a Itália a aparecer mais vezes em situações de ataque.
  • Portugal muito perto de marcar aos 27 minutos, na primeira verdadeira ocasião de golo. Num lance em que Gianluigi Donnarumma não conseguiu afastar a bola, esta sobrou para Bernardo Silva, que rematou de pronto. Alessio Romagnoli afastou em cima da linha de baliza.
  • Por volta da meia-hora, a formação lusa registava já 63% de posse de bola, cinco remates contra dois (2-1 em enquadrados) e, aos 32 minutos, um desvio de Bryan Cristante levou a bola à barra da equipa italiana, talvez no melhor período da formação portuguesa.
  • Contudo, os minutos finais da primeira parte pertenceram aos transalpinos, com três remates contra nenhum de Portugal e muitas acções ofensivas, em busca de um golo que lhes garantisse a vantagem ao intervalo.
  • Melhor Portugal durante mais tempo na primeira parte, que se reflecte nos 64% de posse de bola e nos melhores lances da partida. Mas também nos remates.
  • É verdade que, ao descanso, os campeões da Europa registavam apenas mais um disparo que os italianos, mas tal deveu-se à pressão dos visitantes nos momentos finais, que equilibrou um pouco os números.
  • Ainda assim, atenção às transacções da “squadra azzurra”, que colocavam muitos homens na frente. O melhor em campo nesta fase era Giacomo Bonaventura.
  • O médio registava um GoalPoint Rating de 6.5, em especial decido às sete recuperações de bola e quatro intercepções, enquanto o melhor português era João Cancelo, com 6.2.
  • O arranque de segundo tempo não poderia ser melhor para Portugal. Logo aos 48 minutos, André Silva fez o 1-0, a concluir uma transição rápida protagonizada por Bruma. O ponta-de-lança que o Milan emprestou ao Sevilha dominou e rematou colocado de pé esquerdo.
  • Não foi só o golo a definir o bom arranque de segundo tempo de Portugal. Ao contrário da etapa inicial, a formação lusa conseguia anular as tentativas de contra-ataque italianas, pelo que os comandados de Roberto Mancini não registavam qualquer remate desde o intervalo, à passagem da hora de jogo. Ao invés, Portugal somava dois, ambos enquadrados, um deles para defesa incrível de Donnarumma, a remate de Bernardo Silva – para além de 60% de posse de bola.
  • Bom jogo de André Silva, a mostrar qualidade nos vários momentos do jogo. Para além do golo, o avançado tinha, aos 70 minutos, uma ocasião flagrante criada e dois duelos aéreos ofensivos ganhos, em quatro. A sua movimentação complicava em muito as marcações contrárias.
  • Ainda assim, Portugal chegava aos 80 minutos apenas com três remates no segundo tempo (todos enquadrados), permitindo que Itália assumisse outra atitude nos momentos finais, o que lhe garantiu mais bola. A aproximação à baliza de Portugal, agora num declarado 4-4-2, dava ideia de que os transalpinos podiam chegar ao golo.
  • Mas Portugal tinha a situação controlada, terminando a partida com melhores números, embora não de forma muito esclarecedora. É que Itália terminou as duas metades do encontro ao ataque, uma estratégia que acabou por disfarçar a inferioridade transalpina na partida.

O Homem do Jogo

Portugal foi a melhor equipa em campo, mas em termos individuais foram os italianos a registar os dois melhores ratings da partida.

O melhor em campo foi mesmo Giacomo Bonaventura, com o já o era ao intervalo, terminando com um GoalPoint Rating de 7.1.

O médio italiano, descaído para lado esquerdo, esteve em todo o lado, a defender e a atacar, registando impressionantes 12 recuperações de posse de bola, para além de seis intercepções, três dribles eficazes em três tentativas e dois passes para finalização. Um “polvo”.

Jogadores em foco

  • João Cancelo 6.8 – O melhor português, também como ao descanso, foi João Cancelo. O lateral terminou com cinco cruzamentos, 87 acções com bola (máximo do jogo) e incríveis 16 acções defensivas, entre elas quatro desarmes e cinco intercepções.
  • Jorginho 6.8 – Com apenas mais sete centésimas que Cancelo ficou Jorginho. O brasileiro naturalizado italiano fez a ligação entre meio-campo e ataque, com um registo de um passe para finalização, 87% de eficácia de passe, 79 acções com bola e seis intercepções.
  • André Silva 6.5 – O ponta-de-lança decidiu a partida, com o único golo da noite. André só precisou de realizar dois remates para facturar e ainda criou uma ocasião flagrante e ganhou dois de quatro duelos aéreos ofensivos.
  • Pepe 6.4 – Em foco na Luz, ao ser distinguido pelos 100 jogos realizados pela Selecção Nacional, o defesa-central esteve muito certo, com dois duelos aéreos defensivos ganhos em cinco e 12 acções defensivas, entre elas seis alívios.
  • Bernardo Silva 5.9 – O médio do City teve um jogo mais vistoso do que o rating demonstra, explicado pela menor eficácia das suas acções em campo. Para além de ter desperdiçado a única ocasião flagrante da partida, Bernardo registou o número máximo de perdas de bola, nada menos que 20, quatro maus controlos de bola e foi desarmado quatro vezes. Contudo, somou três passes para finalização e completou duas de quatro tentativas de drible.

Resumo

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