Há novas revelações sobre as razões que levaram Cristiano Ronaldo a deixar o Real Madrid e a rumar à Juventus, depois de ter feito história no clube espanhol. O jornal El Mundo revela essa “verdade escondida”.
Num artigo intitulado “A verdade escondida da saída de Ronaldo”, o El Mundo relata que a transferência do craque do Real Madrid começou a desenhar-se na noite de 11 de Maio de 2017.
Naquela data, Cristiano Ronaldo reuniu o seu staff de confiança, com advogados e assessores, para abordar o problema que teve com o Fisco espanhol e que o levou a ter que assumir quatro crimes fiscais e a pagar uma multa de 18,8 milhões de euros.
“Quem é o responsável por tudo isto?”, perguntou Ronaldo nessa quente reunião, como relata o El Mundo. “Doutor, disse-lhe que não queria riscos”, terá dito ao advogado Carlos Osório que terá engendrado o esquema assente em paraísos fiscais, para pagar menos impostos, que levou o atleta a violar a Lei do Fisco de Espanha.
“Não tenho estudos. A única coisa que fiz na minha vida foi jogar futebol, mas não sou estúpido e não confio em ninguém. Por isso, quando contrato um assessor, pago-lhe sempre 30% mais do que pede, porque não quero problemas”, terá dito ainda Ronaldo.
O El Mundo refere que só ao motorista, Ronaldo paga 25 mil euros por mês, para garantir a sua privacidade. O advogado Carlos Osório recebe bastante mais do que isso e terá confessado ao capitão da Selecção Portuguesa que era “o responsável” pelo problema com o Fisco, garantindo-lhe que estava “tudo bem” e que ia “lutar até à morte” para resolver o assunto.
Mas o que é certo é que acabou por ter que assumir a culpa e desembolsar mais de 18 milhões para pagar ao Fisco espanhol.
Traído por Florentino
“Eu nunca disse que não se pagassem impostos! Quero saber o que se passou! Não entendo nada, os impostos pagam-nos os patrocinadores. Porque me acusam a mim?”, terá questionado o jogador nos dias quentes do processo.
Pelo meio, o atleta esperava que Florentino Pérez, o presidente do Real Madrid, intercedesse a seu favor no caso e também que acabasse por o compensar pelo dinheiro que teria que pagar ao Fisco, com um aumento salarial.
Mas nem uma coisa, nem outra aconteceu. Florentino deixou-o sozinho com o seu problema e Ronaldo sentiu-se traído e decidiu que o seu tempo no Real Madrid tinha chegado ao fim.
A situação causou tanto desconforto ao jogador que Zinedine Zidane, o ex-treinador do Real Madrid, chegou a pedir à direcção que resolvesse o problema. “Resolvam o caso do Cristiano seja como for porque não fala de outra coisa no balneário, é insuportável”, terá desabafado o técnico francês.
Entretanto, Ronaldo sentia também que não o valorizavam como deviam no clube merengue. “Põem-me sempre atrás do Di Stéfano. Já não sei que mais tenho que fazer”, queixava-se entre os seus mais próximos, relata o El Mundo.
Enquanto isso, Messi renovava com o Barcelona, passando a ganhar o dobro de Ronaldo, e Neymar assinava pelo Paris Saint-Germain (PSG) com um contrato milionário. O jogador português caía para o terceiro lugar dos futebolistas mais bem pagos. Em campo era decisivo naquele que foi um dos melhores anos da história do Real Madrid.
“Não é o dinheiro, é o estatuto”, queixava-se Ronaldo, notando que “é uma falta de respeito” que ele, “o Bola de Ouro, ganhe menos do que Messi e Neymar”.
O Real Madrid ainda lhe ofereceu uma renovação contratual, com uma proposta em que passaria dos 21 milhões de euros salariais líquidos por ano para os 25 milhões – só atingiria os 30 milhões desejados por Ronaldo se cumprisse certos objectivos. Mas nessa altura, já Ronaldo tinha decidido definitivamente que ia sair do Real Madrid.
Milan, United e PSG também tentaram Ronaldo
O AC Milan terá sido o primeiro clube a tentar contratar o jogador, oferecendo-lhe um contrato de cinco anos por 150 milhões de euros líquidos. Mas Ronaldo recusou.
Depois disso, apareceu o Manchester United que estava interessado em fazê-lo regressar a Old Trafford, mas sem desembolsar uma grande quantia.
A seguir foi o PSG quem tentou contratar Ronaldo, mas na condição de que o negócio só avançasse “no último dia do mercado”, “para não dar oportunidade ao Madrid de contratar Neymar ou Mbappé”, frisa o El Mundo. Era demasiado arriscado e Ronaldo também recusou.
Finalmente, apareceu a hipótese Juventus, clube que agradava ao jogador português pelo facto de já o ter tentado contratar, quando tinha apenas 17 anos e jogava no Sporting.
A possibilidade de rumar a Itália, que surgiu a meio da época passada, acabou por ganhar força com a aproximação do presidente da Juventus, Andrea Agnelli, a Jorge Mendes, o empresário de Ronaldo, logo depois de o avançado português ter marcado aquele tremendo golo de bicicleta à Juventus, nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Nascia ali uma história de amor, com os adeptos da Vecchia Signora a aplaudirem Ronaldo, que alguns meses mais tarde acabou em casamento.
O Nápoles ainda terá surgido como hipótese, com o treinador Carlo Ancelotti, que trabalhou com Ronaldo no Real Madrid, interessado na sua contratação. Mas o presidente do clube italiano, Aurelio de Laurentiis, não permitiu o negócio, alegando que levaria o Nápoles à falência.
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