Bruno de Carvalho, que continua detido sob suspeita de ser o autor moral do ataque à Academia do Sporting, despediu Jorge Jesus na véspera das agressões, mas obrigou o treinador a estar no centro de treinos no dia e à hora da invasão dos adeptos.
Este dado é avançado pelo Correio da Manhã (CM) que refere que depois da derrota na Madeira, diante do Marítimo, Jorge Jesus tinha decidido dar dois dias de folga aos jogadores, perante o mau-ambiente que se vivia, dados os insultos dos adeptos devido aos maus resultados.
Assim, o treinador só esperava voltar aos treinos na quarta-feira, 16 de Maio. Mas Bruno de Carvalho obrigou-o a dar treino na terça-feira, 15 de Maio, às 17 horas. Foi precisamente a essa hora que se deu a invasão de adeptos na Academia.
O CM frisa que Bruno de Carvalho comunicou a Jesus que o ia despedir, no encontro que manteve com ele na segunda-feira, mas que tinha ainda que dar esse treino no dia seguinte, “atraindo-o à emboscada, para que também ele fosse agredido”.
O jornal refere ainda que o ex-presidente leonino “teve o cuidado” de mudar o horário do treino da equipa de futebol feminino, que estava marcado para a hora do ataque.
O testemunho de Jorge Jesus, que o Ministério Público (MP) quer ouvir com urgência, afigura-se, assim, essencial para o processo. Mas o treinador que está a trabalhar na Arábia Saudita, só deverá poder viajar para Portugal em Dezembro.
A SIC avança ainda que Jorge Jesus “terá provas do alegado envolvimento de Bruno de Carvalho no ataque”.
Bruno aguenta-se com calmantes e cigarros
Entretanto, o antigo vice-presidente do Conselho Directivo do Sporting, Vítor Ferreira, vem confirmar a ideia de que Bruno de Carvalho controlava a Juventude Leonina, financiando-a com dinheiro do clube.
Em declarações à TVI24, Vítor Ferreira contou que, numa reunião, durante o primeiro mandato de Bruno de Carvalho, o ex-presidente terá sugerido dar 15 mil euros por mês à claque para a “ter na mão”. O antigo vice-presidente opôs-se, defendendo que essa ajuda fosse feita através da apresentação de facturas das despesas efectuadas. Mas Bruno de Carvalho terá levado a sua ideia avante.
O ex-presidente leonino começou, nesta quarta-feira a ser ouvido pelo juiz de instrução no Tribunal do Barreiro, em Setúbal. Arrisca ficar em prisão preventiva.
Bruno de Carvalho passou as três últimas noites detido, “debaixo de forte medicação“, incluindo “calmantes e anti-depressivos“, e fumando muitos cigarros, como avança o CM.
O ex-dirigente desportivo tem recebido a visita de familiares, nomeadamente dos pais e da irmã, uma benesse que não costuma ser dada a quem está sob custódia judicial à espera de ser ouvido pelo juiz.
[sc name=”assina” by=”ZAP”]
Deixe um comentário