O Benfica regressou às vitórias em casa na Liga NOS. Após a derrota com o Moreirense na nona jornada, na Luz, e da goleada sofrida na Liga dos Campeões, ante o Bayern, em Munique, as águias deram uma boa resposta às dúvidas pairaram sobre os “encarnados”.
A resposta à turbulência da semana foi um triunfo categórico por 4-0 sobre o Feirense, numa partida em que a “águia” mostrou duas caras. Após uma primeira metade de fraca qualidade, o Benfica voltou transfigurado do intervalo e marcou todos os seus golos na etapa complementar.
O Jogo explicado em Números
- Início de jogo morno, sem grandes oportunidades de golo, mas com um domínio intenso do Benfica em termos de posse de bola. À passagem do primeiro quarto-de-hora os “encarnados” registavam 83% de posse de bola, mas somente um remate, enquadrado, para nenhum do Feirense.
- Contudo, esse domínio acontecia mais através de acções com bola ainda no meio-campo benfiquista, faltando profundidade atacante à formação da casa. Ainda assim, à meia-hora as “águias” somavam cinco remates, três enquadrados. Quatro desses disparos, no entanto, aconteceram de fora da grande área dos visitantes.
- Bem Rafa na ala esquerda do Benfica. O extremo era dos mais inconformados da formação da casa, registando um remate (enquadrado) e três dribles eficazes em três tentativas. Caio Secco, na baliza “fogaceira”, mostrava-se seguro, com três defesas por volta dos 35 minutos.
- O domínio da “águia” mantinha-se por volta dos 40 minutos, com 72% de posse de bola. Contudo, agora era o Feirense a aproximar-se com perigo da baliza de Odysseas Vlachodimos, registando três remates nesta fase, um deles enquadrado, que obrigou o guardião benfiquista a aplicar-se.
- Nulo ao descanso a castigar a total desinspiração das duas equipas no último terço atacante – num jogo com muitas faltas. O Benfica teve muita bola, mas quase sempre em zonas longe da área contrária, como demonstra o facto de registar, ao intervalo, quatro remates de fora da área em seis.
- No entanto, os “encarnados” conseguiram enquadrar quatro dos seus disparos, o que fez de Caio Secco o melhor em campo a meio da partida.
- O guardião do Feirense registava nesta altura um GoalPoint Rating de 6.5, graças a quatro defesas, uma delas a negar o golo a Pizzi, num livre directo.
- Mas o reatamento mudou tudo e trouxe o 1-0 bem cedo. Aos 49 minutos, Jonas, sempre ele, recebeu um cruzamento rasteiro de Álex Grimaldo na grande área, tirou um adversário do caminho com um toque subtil e rematou cruzado, com força, para o fundo da baliza. Um tento ao sétimo remate benfiquista, quinto enquadrado, terceiro disparo do brasileiro, segundo com a melhor direcção.
- Aos 52 minutos, Rafa roubou uma bola à entrada da área e serviu Jonas. O brasileiro, isolado, desviou a bola do guarda-redes, mas esta foi ao poste e saiu, numa ocasião flagrante desperdiçada pelo ponta-de-lança. O Benfica estava transfigurado e adivinhava-se o segundo tento…
- … que surgiu aos 57 minutos, num autogolo de Bruno Nascimento. Grimaldo lançou Rafa, este passou pelo guardião Caio Secco e, como não tinha o melhor ângulo de remate, cruzou para Jonas. Porém, o central “fogaceiro” antecipou-se e desviou para o fundo da baliza.
- Em poucos minutos o Benfica fez mais do que em todo o primeiro tempo. No primeiro quarto-de-hora da etapa complementar os “encarnados” registaram quatro remates, um enquadrado, dois bloqueados, todos de dentro da área – contra apenas dois na primeira parte -, e dois golos, para além de 93% de eficácia de passe e 66% de posse de bola. Destaque para somente uma falta nesta fase.
- Este estava a ser o jogo de Rafa. O extremo estava a realizar uma grande exibição e coroou-a com um golo aos 68 minutos, a concluir uma jogada na qual Caio Secco ficou mal na fotografia, ao não segurar um cruzamento da esquerda. Rafa só teve de encostar, naquele que foi o sétimo disparo benfiquista no segundo tempo, quinto na grande área.
- O vencedor estava encontrado, mas ainda havia muito futebol para ser jogado, embora o Benfica optasse por gerir a partida, em vez de pressionar em busca de novo golo. Por volta dos 80 minutos, a equipa de Rui Vitória registava 66% de posse de bola no segundo tempo, sete remates, dois com a melhor direcção e apenas duas faltas cometidas. O Feirense ainda não havia realizado qualquer remate, limitando-se a tentar minimizar os estragos.
- Mas não evitou o 4-0. Aos 89 minutos, Zivkovic cruzou da esquerda para Seferovic e o ponta-de-lança, à segunda, atirou para o fundo da baliza, no primeiro remate que fez no jogo.
O Homem do Jogo
A goleada do Benfica, baseada numa excelente segunda parte, teve como protagonistas alguns nomes, como Jonas ou Grimaldo, mas houve um que brilhou mais do que qualquer outro. Rafa Silva fez um jogo de grande nível, mesmo na primeira parte, quando a equipa benfiquista pouco ou nada conseguiu produzir de relevante em termos ofensivos. O extremo português registou um GoalPoint Rating de 8.4, fruto não só do golo que marcou, mas também de inúmeros detalhes do seu jogo em que esteve verdadeiramente endiabrado, como os sete dribles eficazes em nove tentativas, uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização e ainda três intercepções.
Jogadores em foco
- Álex Grimaldo 7.4 – O lateral-esquerdo foi um dos principais catalisadores do futebol ofensivo dos “encarnados”. Para além de ter sido o jogador com mais acções com bola nesta partida (104), o espanhol completou as suas duas tentativas de drible, fez uma assistência para golo em quatro passes para finalização e teve eficácia em dois de três cruzamentos.
- Jonas 6.7 – O brasileiro desbloqueou o jogo, com um golo em que mostrou toda a sua qualidade técnica. O ponta-de-lança rematou seis vezes, o máximo da noite na Luz, mas só enquadrou dois disparos e desperdiçou uma ocasião flagrante, pelo que a sua nota é reflexo disso mesmo. Destaque ainda para os três dribles eficazes em quatro tentativas e para os dois duelos aéreos ofensivos ganhos.
- Pizzi 6.0 – Jogo positivo do médio benfiquista, embora tenha sido menos acutilante do que o costume no último terço. Pizzi fez dois remates (um enquadrado) e realizou somente um passe para finalização, mas somou dois desarmes e seis recuperações de posse.
- Ljubomir Fejsa 5.9 – Apesar de não ter feito um jogo deslumbrante, o “trinco” sérvio contribuiu decisivamente para os equilíbrios da equipa “encarnada”, em especial através do seu excelente posicionamento. Foi assim que conseguiu somar 13 recuperações de posse, máximo do jogo, e completar 92% dos passes que fez.
- Antonio Briseño 5.5 – O guarda-redes Caio Secco era o melhor em campo ao intervalo, mas tudo mudou na segunda parte. Os quatro golos que sofreu e os dois erros resultantes em golo atiraram-no para o fundo dos ratings, “aproveitando” Briseño para ser o melhor dos “fogaceiros”. O mexicano destacou-se pelas 14 acções defensivas, entre elas quatro desarmes.
Resumo
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