O FC Porto fez o que lhe competia para garantir que chegava ao “clássico” do próximo sábado, com o Benfica, no primeiro lugar do campeonato.
Na visita ao Tondela, os “dragões” não deram grandes veleidades aos anfitriões e, mesmo não realizando uma exibição brilhante, venceram por 3-0. Óliver Torres, autor de um golo de levantar o estádio, foi a grande figura de uma equipa que apresentou várias mexidas no “onze” – há jogo da Taça de Portugal na terça-feira, com o Sporting de Braga -, mas que mostrou sempre que a vitória não lhe fugiria.
O Jogo explicado em Números
- Início de domínio portista, com 56% de posse de bola por altura do 1-0. Aos 11 minutos, Pepe marcou o seu primeiro golo no regresso ao FC Porto, ao rematar com sucesso uma bola afastada pela defensiva da casa, após livre cobrado por Óliver Torres. Um golo ao terceiro remate portista, primeiro enquadrado, mas ao segundo disparo do brasileiro que, aos dois minutos, já havia desperdiçado uma ocasião flagrante.
- O Tondela só rematou pela primeira vez após o golo portista, e logo duas vezes num curto espaço de tempo, aos 15 e 16 minutos, um deles enquadrado, por António Xavier. Por volta dos 20 minutos, os beirões não passavam dos 37% de posse de bola e modestos 57% de eficácia de passe. Ainda assim esboçavam a primeira reacção, embora sem criarem muito perigo.
- O jogo perdeu um pouco de qualidade, com o Porto a não conseguir evitar que os homens da casa subissem no terreno. Por volta da meia-hora, ambas as equipas registavam o mesmo número de remates (4) e enquadrados (1), valendo aos “dragões” a melhor pontaria de Pepe. E o beirão Sergio Peña registava o melhor rating do jogo nesta fase, 5.8, fruto, essencialmente, dos dois passes para finalização que somava.
- Muito perto do descanso, as duas equipas chegavam aos seis remates cada, dois enquadrados para cada uma, parecendo desenvolver-se um duelo especial no que toca aos disparos. Contudo, o Tondela sentia mais dificuldades de penetração, pelo que quatro dos seus remates haviam sido realizados de fora da área.
- Ainda antes do apito final, Jaquité teve de ser substituído, devido a lesão, numa altura em que já havia ultrapassado o seu colega de equipa Peña na liderança dos ratings, com 6.1, com quatro faltas sofridas, três dribles eficazes (em três) e dois duelos aéreos ofensivos ganhos em quatro.
- Jogo muito disputado em Tondela, nem sempre bem jogado, mas de muita luta, como demonstram as 19 faltas no primeiro tempo, 13 delas cometidas por jogadores do FC Porto.
- Os “dragões” chegaram ao descanso na frente do marcador, fruto de um bom arranque de jogo, no qual criaram perigo e marcaram por Pepe. Depois, os “azuis-e-brancos” foram incapazes de impedir a reacção beirã, com os da casa a chegarem ao intervalo com 44% de posse de bola e somente menos dois remates que os visitantes.
- O melhor em campo nesta fase era Óliver Torres, com um GoalPoint Rating de 6.2, graças a uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização e sete recuperações de posse.
- Jogo confuso no arranque do segundo tempo, mas mais uma vez o Porto marcou cedo. Aos 52 minutos, Óliver Torres – que já na primeira parte mostrara ser o mais esclarecido – arrancou um pontapé forte de fora da área para o 2-0. Ao décimo remate, quarto enquadrado, o espanhol ampliava, no primeiro remate que realizava.
- À hora de jogo o Porto tinha os acontecimentos controlados. Mais uma vez, os “dragões” marcavam antes de o Tondela conseguir qualquer remate desde o apito inicial. Nesta fase, apenas dois disparos, ambos dos portistas, apenas um enquadrado, que deu golo, e 55% de posse de bola para os visitantes.
- Mais uma vez, o Tondela só se aproximou da baliza de Iker Casillas após o tento de Óliver, com dois remates, mas nenhum enquadrado. Ainda assim, os beirões apresentavam uma eficácia de passe melhorada em relação ao primeiro tempo (70%) à passagem dos 70 minutos.
- Mas a eficácia do Porto na frente de ataque não dava hipóteses e, aos 74 minutos, os “dragões” ampliaram para o 3-0. Yacine Brahimi, recém-entrado na partida, serviu Héctor Herrera e o mexicano rematou para o fundo da baliza de Cláudio Ramos, ao 12º remate da equipa no jogo, quinto enquadrado (3-2 desde o intervalo). Estava definido no vencedor do encontro.
- Jogo pouco conseguido de Jesús Corona. O mexicano chegava aos 80 minutos com um rating de 4.2 e com um máximo no jogo pouco invejável. Ao todo somava sete maus controlos de bola, para além de três desarmes sofridos e 19 perdas de posse. O extremo pareceu não se adaptar à posição no eixo de ataque portista.
- O jogo foi-se encaminhando para o fim com o Tondela sem desistir de procurar o golo, mas claramente com a noção de que este seria apenas o tento de honra. Os “dragões”, mesmo com mais bola, preocupavam-se mais em controlar e resguardar-se para o jogo de terça-feira.
O Homem do Jogo
Não podia ser de outra forma. O melhor em campo foi claramente Óliver Torres, o grande “maestro” por detrás do resultado folgado dos “dragões” no terreno do Tondela.
O médio espanhol esteve em todas, terminando com um GoalPoint Rating de 8.1.
À vista salta o golo espectacular que marcou num remate de primeira de fora da área – que pode ver no vídeo abaixo -, mas fez muito mais para merecer a distinção. Para além dos 85% de eficácia de passe, Óliver criou uma ocasião flagrante de golo em dois passes para finalização, acertou oito de 11 passes longos, foi o elemento mais em jogo, com 77 acções com bola, e ainda somou dez recuperações de posse.
Jogadores em foco
- Adrián López 6.7 – Segundo espanhol do FC Porto, segundo rating mais alto. Após marcar um golo potencialmente decisivo em Roma, o avançado esteve mais uma vez em bom plano, com três remates realizados (um enquadrado), dois passes para finalização, quatro duelos aéreos ofensivos ganhos em oito e três defensivos ganhos em quatro. É obra para um jogador da sua estatura.
- Felipe 6.1 – Num jogo de muita luta, Felipe conferiu os equilíbrios que a equipa necessitou, perante a reacção do Tondela aos dois primeiros golos. O brasileiro terminou o jogo com nove passes longos certos em dez, todos os cinco duelos aéreos defensivos ganhos e ainda quatro alívios.
- Jaquité 6.1 – A prova da impotência beirã para discutir o resultado está no facto de o melhor da equipa da casa ter sido Jaquité, que saiu ainda antes do intervalo devido a lesão. O guineense fez um passe para finalização, teve sucesso no único cruzamento que realizou, completou as três tentativas de drible e ganhou dois de quatro duelos aéreos ofensivos.
- Wilson Manafá 6.1 – O lateral chegou em Janeiro ao Porto, mas aos poucos vai assumindo protagonismo na equipa. O português esteve muito activo no seu flanco, registando dois passes para finalização, um cruzamento eficaz em duas tentativas e um drible completo. Defensivamente não teve muito trabalho, pois o Tondela privilegiou o ataque pelo flanco direito (58% dos lances).
- Pepe 5.9 – Bom jogo do central. O internacional luso marcou um golo madrugador, o primeiro do jogo, mas já antes havia desperdiçado uma ocasião flagrante – algo que lhe penaliza o rating. Na retaguarda registou dez acções defensivas, entre elas três desarmes, e ganhou os três duelos aéreos defensivos em que participou.
Resumo
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