Várias entidades do universo portista foram ouvidas, esta sexta-feira, na terceira sessão do julgamento do processo imposto pelo Benfica, que pede indemnizações pela divulgação dos e-mails internos do clube. O FC Porto defende que se limitou a divulgar informação de interesse público.
Ouvido, esta sexta-feira, no Tribunal do Juízo Central Cível do Porto, Diogo Faria, membro do departamento de comunicação do FC Porto, afirmou que só ele e Francisco J. Marques tinham acesso aos e-mails do Benfica. A sala onde estava o computador estava fechada maior parte do tempo e apenas eles tinham a password de acesso.
“Sei que o Francisco J. Marques recebia a correspondência eletrónica por e-mail, enviada do endereço ‘[email protected]’”, disse Diogo Faria, citado pelo Público. A plataforma de mailing alemã era de segurança aumentada, já que encriptava os e-mails. O diretor de comunicação portista acabaria por criar uma conta nesse serviço.
Diogo Faria e os restantes membros julgados esta sexta-feira afastam-se das acusações do SL Benfica, que exige uma indemnização total de 17,7 milhões de euros, por danos provocados ao clube após a divulgação dos e-mails.
“O nosso objetivo era analisar as caixas de correio para ver se existiria informação do interesse público e confirmar as suspeitas que já existiam no futebol português”, afirmou o funcionário do FC Porto.
Diogo Faria defendeu que o clube não teve interesse em aceder a qualquer outro tipo de informação, como informações de contratos publicitários e metodologias de treino do clube. Todos os e-mails com esse tipo de conteúdo seriam “passados à frente” pelos dois funcionários do clube, segundo revelou.
O colaborador do departamento de comunicação portista era quem, alegadamente, escolhia os conteúdos para que Francisco J. Marques divulgasse no programa do Porto Canal.
“Nunca soube antecipadamente dos conteúdos”
O próprio diretor do canal, Júlio Magalhães, disse em tribunal, na quinta-feira, que não tinha conhecimento dos e-mails até eles serem divulgados no programa Universo Porto – da Bancada, pelo diretor de comunicação do FC Porto.
“A única coisa que pedi foi que os e-mails não fizessem referência a questões pessoais”, disse Júlio Magalhães, citado pelo Jornal de Notícias. “Nunca soube antecipadamente dos conteúdos”, acrescentou.
Segundo o diretor do Porto Canal, as audiências também nunca foram equacionadas na divulgação dos e-mails. Júlio Magalhães realçou que os picos de audiências atingidos durante a transmissão do programa não se traduziram em aumento de receitas, mas sim de share.
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