Aves vs Sporting | Dez leões agarram vitória

O Sporting cumpriu na deslocação ao terreno do Desportivo das Aves, vencendo por 3-1 num jogo que arrancou prometendo dificuldades, mas que o “leão” soube tornar fácil.

Num embate em que dominou amplamente no primeiro tempo, os visitantes viram-se em inferioridade numérica logo aos cinco minutos, por expulsão de Renan Ribeiro, mas tiveram sempre muito mais bola até ao intervalo, deixando, contudo, que os avenses criassem bastante perigo e até empatassem o jogo.

No segundo tempo tudo se inverteu, com os da casa a dominarem e o “leão” a criar os melhores lances de perigo. Os lisboetas acabaram por sair por cima, com três golos apontados, todos eles com menos um jogador em campo.

O Jogo explicado em Números

  • Problemas para o “leão” logo no arranque da partida. Num lance de ataque, Luquinhas roubou a bola a Mathieu e Renan Ribeiro à entrada da área do lado direito e sofreu falta do guardião leonino. O árbitro assinalou o lance e mostrou vermelho directo ao guardião brasileiro, aos cinco minutos. Para o seu lugar entrou Romain Salin, saindo Jovane Cabral. Esta foi a mais rápida expulsão no Sporting na História do campeonato, atrás de Luís Vidigal, aos dez minutos de um jogo com o Chaves em 1995/96.
  • Mesmo com dez jogadores, o Sporting chegou ao primeiro quarto-de-hora com claro domínio, expresso em 75% de posse de bola. Apenas conseguiu dois remates, os mesmos que o Aves, mas enquadrou um. Os quatro disparos do jogo foram, contudo, todos realizados de fora das grandes áreas.
  • Até que, aos 24 minutos, o “leão” facturou. Marcos Acuña cruzou da esquerda e Luiz Phellype surgiu a cabecear ao primeiro poste para o 1-0, marcando pelo terceiro jogo consecutivo. Ao terceiro disparo, os visitantes colocavam-se na frente.
  • Mas a resposta chegou em cima da meia-hora. Mais uma vez Luquinhas a fugir à defesa leonina e a ser travado pelo guarda-redes Salin. Só que desta feita na grande área. O árbitro assinalou grande penalidade e Cláudio Falcão não desperdiçou, ao terceiro remate avense, primeiro com boa direcção.
  • Jogo muito atribulado, com uma expulsão, um penálti, dois golos e a equipa em inferioridade numérica, ainda assim, a dominar, muito por mérito da certeza no passe. Nesta fase, o Sporting havia acertado 87% das entregas, tornando complicada a tarefa do Aves em recuperar bola.
  • Os homens da casa não atacavam muito, mas quando o faziam era quase sempre pelo flanco direito, registando 63% dos ataque por esse lado. Os “leões privilegiavam a sua ala esquerda, com 55% de lances pela “canhota”.
  • O Sporting continuou a mandar no jogo e chegou ao 2-1 aos 44 minutos. Na sequência de um livre de Bruno Fernandes, a bola passou por Sebastián Coates e Wendel, em lances de primeira, antes de chegar a Mathieu no coração da área. O francês, ao quinto remate leonino (terceiro enquadrado), não desperdiçou.
  • Vantagem justa no primeiro tempo para o Sporting, que marcou por duas vezes mesmo estando em inferioridade numérica desde os primeiros minutos da partida. Esse contratempo não impediu os “leões” de registarem 67% de posse de bola na primeira metade da partida, chegando a ter bem mais do que 75%.
  • A segurança no passe e o ataque pela certa ajudaram os visitantes nesse detalhes, sendo que registaram menos dois remates que os homens da casa, mas dispararam com mais competência.
  • O melhor ao intervalo era Acuña, com um GoalPoint Rating de 6.7, ele que fez a assistência para o 1-0, realizou dois passes para finalização e somou cinco recuperações de posse.
  • O Aves reagiu no segundo tempo, com muita posse de bola (60%) e três remates desde o descanso, chegada a hora de jogo. Mas a melhor ocasião pertenceu ao Sporting, com Raphinha a isolar-se aos 58 minutos, mas a não conseguir bater Quentin Beunardeau.
  • Os homens da casa assumiam as despesas ofensivas, mas deixavam muitos espaços na retaguarda, que permitiam aos “leões” realizar algumas transições muito perigosas. Aliás, a formação lisboeta chegou aos 70 minutos com apenas menos um remate na segunda parte que o Aves (7-8), mas com quatro enquadrados, contra dois dos anfitriões.
  • O lateral brasileiro Rodrigo Soares, um dos destaques deste campeonato, mostrava-se numa das características que melhor o define, o passe para finalização. Por volta dos 75 minutos já registava sete, para além de dois cruzamentos eficazes em cinco e dois dribles completos nas suas únicas tentativas.
  • A formação da casa atacava muito e chegava aos 20 remates à passagem do minuto 80, mas do outro lado estava Bruno Fernandes. Aos 84 minutos, Ristovksi cruzou da direita e Bruno Fernandes, à ponta-de-lança, saltou mais alto que todos e cabeceou para o 3-1. Um golo ao 13º disparo leonino, oitavo enquadrado.
  • Respondeu o Aves, aos 91 minutos, com Derley a reduzir através de um bom remate de fora da área, mas o golo foi anulado por falta do brasileiro. Era tarde para roubar pontos ao “leão”, que segurou a vantagem até final.

O Homem do Jogo

As palavras já faltam para descrever a época de Bruno Fernandes, mas o médio lá vai fazendo o seu trabalho, sempre acima dos demais, e a dar-nos motivos e novos detalhes para falarmos do que realiza em campo.

O português foi o MVP na Vila das Aves, com um GoalPoint Rating de 7.7, fruto de um golo, de cabeça, “à ponta-de-lança”, acorrendo a um cruzamento de Ristovski do lado direito, antes de realizar um cabeceamento como mandam as regras, muito colocado.

No total, Bruno fez quatro remates, três enquadrados, e realizou um excelente trabalho defensivo, com dez recuperações de posse e quatro desarmes.

Jogadores em foco

  • Rodrigo Soares 6.8 – Do lado do Aves, o melhor foi a sua habitual figura. O lateral brasileiro voltou a mostrar grande competência no jogo ofensivo, terminando a partida com sete passes para finalização, mais quatro que qualquer outro jogador. E ainda registou dez recuperações de posse, concluiu dois dribles e somou o número máximo de acções com bola (99).
  • Cláudio Falcão 6.7 – O golo do Aves foi apontado pelo médio brasileiro, de grande penalidade. Falcão esteve bem nos momentos defensivos, com cinco desarmes e dez recuperações de posse, e ainda subiu para realizar três remates, dois enquadrados.
  • Quentin Beunardeau 6.6 – O guardião do Aves teve muito trabalho na segunda parte, sendo um dos melhores da sua equipa, apesar da derrota e chegando a liderar os ratings, por momentos. O francês realizou cinco defesas, duas a remates na sua grande área, todas seguras, e ainda registou duas saídas pelo solo.
  • Sebastián Coates 6.3 – O uruguaio não se aventurou muito no ataque, mas na defesa esteve praticamente intransponível, com 14 acções defensivas, das quais nove foram alívios e quatro bloqueios de remate.
  • Wendel 6.1 – O brasileiro esteve pouco activo em termos defensivos no primeiro tempo, mas foi corrigindo esse detalhe, em especial na segunda parte, altura em que os “leões” tiveram de lidar com a reacção do Aves. O médio terminou com uma assistência, duas ocasiões flagrantes criadas em dois passes para finalização e dez recuperações de posse.

Resumo

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