A claque do Inter escreveu ao futebolista Romelu Lukaku, que esta temporada trocou o Manchester United pelo emblema italiano, para explicar que os cânticos “racistas” de que foi alvo no jogo de domingo não são, na verdade, racistas.
Na partida do passado fim-de-semana, quando se preparava para bater uma grande penalidade, que acabou por dar a vitória ao Inter frente ao Cagliari (2-1), Lukaku ouviu cânticos da equipa adversária a imitar macacos vindos da bancada.
No fim da partida, e recorrendo ao Twitter, o futebolista belga recorreu ao Twitter para condenar os cânticos, mencionando um “mundo que anda para trás” e recordando outros colegas que foram vítimas de abuso racial nos últimos meses.
https://twitter.com/RomeluLukaku9/status/1168514840060674050
Face ao sucedido, a Federação Italiana de Futebol prometeu investigar e até a claque do Inter, a Curva Nord, veio defender, através de uma carta aberta, a atitude dos adeptos do Cagliari. Segundo os adeptos do Inter, aquele tipo de cânticos fazem “parte do jogo”, defendendo que Lukaku entendeu mal a tradição do futebol em Itália.
Na mesma carta, divulgada pela claque do Inter nas suas redes sociais, os adeptos dizem mesmo que os próprios vão continuar a utilizar esta “tática”, referindo-se ao cânticos”, para desestabilizar os adversários.
“Estamos a escrever-te da parte da Curva Nord. Sim, os que te receberam na chegada a Milão. Lamentamos verdadeiramente que tenhas pensado que o que aconteceu em Cagliari foi racismo. Tens de perceber que Itália não é como vários outros países do Norte da Europa, onde o racismo é um problema real“, pode ler-se.
“Acreditamos que possa ter-te parecido [racismo], mas não é nada disso. Em Itália, usamos alguns truques para ajudar as nossas equipas e tentar enervar os adversários. Não é racismo, é só para os enervar”, explica a claque.
“Somos um grupo multiétnico e sempre recebemos jogadores de todos os lados. No entanto, sempre usámos esses métodos com jogadores de outros clube e vamos continuar a usar. Os adeptos do Cagliari não são racistas. Considera, por outro lado que é uma forma de respeito, porque apenas têm medo que lhes marques um golo, não porque te odeiam. O verdadeiro racismo é outra coisa”, detalha a claque, insurgindo-se depois contra o jogador da sua própria equipa.
“Quando dizes que o racismo deve ser combatido em Itália, estás a ajudar a que haja repressão contra os adeptos e contribuis para a criação de um problema que não existe. Somos muito sensíveis e inclusivos. A luta contra o racismo deve começar nas escolas e não nos estádios”, rematam os adeptos.
Segundo escreve o Sapo Desporto, o Cagliari tem já registo deste tipo de comentários contra jogadores africanos ou de origem africana. Eto´o, Balotelli, Muntari, Matuidi, Moise Kean são alguns dos exemplos.
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