Portugal saiu da Lituânia com um resultado gordo. Uma goleada por 5-1 assente sobretudo numa excelente segunda parte, na qual conseguiu reagir à igualdade 1-1 que se registava ao intervalo.
A mudança do 4-3-3 para o 4-4-2 após o descanso desmontou o esquema de marcações dos homens da casa e os golos começaram a surgir, com Cristiano Ronaldo em grande destaque, a fazer quatro. No final, os números são esclarecedores, em especial no ataque, com os comandados de Fernando Santos a somar 29 remates, 14 deles enquadrados.
O jogo explicado em números
- O jogo não podia começar melhor para Portugal. Logo aos sete minutos surgiu o 1-0, por Cristiano Ronaldo, de grande penalidade, a castigar mão na bola de Markus Palionis na sequência de um cruzamento de João Félix. Primeiro remate luso e o marcador a funcionar.
- Adivinhava-se um jogo se sentido único e, à passagem do primeiro quarto-de-hora, a formação lusa registava 60% de posse de bola e três remates contra um ( e o único enquadrado, o do golo). Contudo, os homens da casa não estavam pelos ajustes e empataram a partida.
- Aos 28 minutos, na sequência de um pontapé de canto, o lateral-esquerdo Andriuskevicius saltou mais alto que toda a gente e cabeceou muito colocado, com a bola a bater ainda no poste direito da baliza de Rui Patrício, antes de entrar. A Lituânia chegava ao golo ao segundo remate, primeiro enquadrado, quando registava apenas 37% de posse. Porém ganhara 14 dos 23 duelos disputados com os jogadores portugueses.
- À passagem da meia-hora, Cristiano era o jogador luso mais em foco, com um rating de 6.2, com um golo em três remates, dois enquadrados. O melhor em campo era o autor do golo lituano, com 6.6.
- Até ao intervalo, Portugal pressionou em busca do segundo golo, verificando-se um duelo particular entre o guarda-redes Ernestas Setkus e João Félix, com vantagem para o lituano, a registar duas grandes defesas.
- Bom arranque de partida de Portugal, com um golo, domínio, futebol de ataque, mas pouca presença na grande área, pelo que aos poucos os jogadores lusos tornaram-se presas fáceis para a defesa contrária. A Lituânia acabou por empatar na sequência de um canto, enervando de certa forma os campeões da Europa, que só criaram perigo perto do fim da etapa inicial, quase sempre por João Félix – pela frente o jovem encontrou um guarda-redes inspirado. O melhor na primeira parte foi o lateral-esquerdo da casa, Andriuskevicius, com um GoalPoint Rating de 6.8, pelo golo que marcou e pela capacidade nos duelos aéreos, tendo ganho os três em que participou, um deles no ataque. O melhor das “quinas” era Bruno Fernandes, com 6.1, em especial pelos quatro passes para finalização e os dois dribles completos.
- A superioridade lusa na primeira metade foi colocada à prova no arranque da segunda, com os lituanos a terem 48% de posse de bola nos primeiros 15 minutos. A turma lusa registava, por seu turno, quatro remates, um enquadrado. Mas ao sexto, Portugal chegou ao 2-1. Aos 61 minutos, Ronaldo rematou, fraco, Setkus não agarrou a bola e esta acabou por bater-lhe nas costas e encaminhar-se lentamente para a baliza deserta (em primeira instância a Opta atribuiu ao guardião um autogolo, e só depois a Ronaldo).
- O 3-1 apareceu aos 65 minutos, o “hat-trick” do capitão português. Bernardo Silva cruzou e CR7 surgiu a desviar para o fundo da baliza. Cristiano marcava de novo, quando registava um total de seis remates (máximo do jogo), quatro deles enquadrados.
- A entrada de Rafa Silva para o lugar de Bruno Fernandes e consequente passagem de Félix para o eixo de ataque (num claro 4-4-2) acabara por desequilibrar as marcações defensivas lituanas, pelo que Portugal passou a criar muito mais perigo. Por volta dos 70 minutos os lusos somavam oito remates no segundo tempo, cinco deles enquadrados, 62% de posse, 93% de eficácia de passe, enquanto os lituanos não iam além de duas acções com bola na área portuguesa desde o descanso.
- A parceria Bernardo-Cristiano voltou a funcionar aos 76 minutos, com o jogador do City a assistir mais uma vez o avançado da Juventus para mais um golo, o quarto do capitão, que somava já oito remates, cinco enquadrados e ameaçava rebentar com a escala do nosso GoalPoint Rating – o que vale é que saiu aos 79 minutos.
- O quinto golo surgiu nos descontos, num lance confuso na grande área concluído com oportunidade por William Carvalho – o segundo tento do médio em dois jogos. Uma goleada que assenta na excelente segunda metade de Portugal.
O melhor em campo GoalPoint
O jogo estava difícil e empatado ao intervalo, com Portugal sem conseguir arranjar espaço na área contrária para criar perigo. Ainda assim, Cristiano Ronaldo já se destacava com um golo e diversas acções ofensivas de relevo. No segundo tempo abriu o livro, marcando por mais três ocasiões, atingindo a nota máxima, um GoalPoint Rating de 10.0. CR7 terminou a partida com oito remates, cinco deles enquadrados, e ainda somou três passes para finalização.
Jogadores em foco
- Bernardo Silva 7.4 – Uma espécie de “mordomo”, de bandeja na mão a distribuir classe e passes de qualidade acima da média. O jogador do City fez impressionantes sete passes para finalização, dois deles terminando em assistências para Ronaldo, e ainda teve sucesso em dois de quatro cruzamentos e duas de seis tentativas de dribles (ambas no último terço).
- William Carvalho 7.0 – O médio-defensivo luso voltou a estar em plano de destaque, com mais um golo, o segundo em dois jogos. Para além disso, o jogador do Bétis concluiu 89% dos passes que fez e foi o quarto jogador com mais acções com bola (97).
- Ernestas Setkus 6.8 – O guardião lituano não deu nas vistas apenas pelo seu nome sui generis, mas também pelas acções em jogo, embora nem todas boas. O destaque vai para as dez defesas que realizou, número gordo, das quais cinco a remates na sua grande área, mas a sua prestação fica marcada pelo “frango” monumental que deu o 2-1 para Portugal.
- Rúben Neves 6.6 – O médio do Wolves teve a liberdade suficiente para pegar na batuta do jogo de Portugal, pelo que registou números muito interessantes. Para além de quatro passes para finalização, completou 93 de 100 entregas e registou o número máximos de acções com bola, nada menos que 116.
- Raphäel Guerreiro 6.5 – O lateral português teve pouco trabalho defensivo, mas ainda assim somou nove recuperações de posse. No apoio ao ataque fez três passes para finalização, teve sucesso em dois de seis cruzamentos, falhou apenas dois de 67 passes e registou 102 acções com bola.
- João Félix 5.6 – O avançado do Atlético de Madrid esteve muito activo e melhorou o seu jogo quando passou a acompanhar Ronaldo no eixo do ataque, mas não esteve inspirado no momento da finalização. Ao todo somou sete disparos, apenas menos um que Cristiano, e enquadrou quatro, mas teve pela frente um guardião contrário em bom plano.
Resumo
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