Ainda em serviços mínimos, Silas resgata Sporting e quebra várias maldições

Desde agosto que o Sporting já não sabia o que era ganhar. A vitória magra do Sporting na Vila das Aves significa o fim de uma série negra de resultados dos ‘leões’.

Costuma dizer-se que depois da tempestade vem a bonança. Este é o princípio que os adeptos do Sporting esperam ver replicado com a chegada de Silas ao comando técnico. A exibição não agradou na vitória pela margem mínima frente ao Desportivo das Aves, mas estes são três pontos valiosos para o emblema de Alvalade.

A chegada de um novo técnico normalmente exige mudança e foi isso que se observou no jogo de estreia do antigo treinador do Belenenses. Wendel e Marcos Acuña ficaram no banco — eles que eram os únicos jogadores sportinguistas que tinham alinhado em todos os encontros — e deram lugar a Eduardo Henrique e Cristián Borja, respetivamente.

Acuña e Wendel não jogaram por fadiga. Iam para o quarto jogo seguido de três em três dias, com um risco elevado de lesão. E neste momento, o pior que me podia acontecer era perder jogadores por lesão. Além disso, posso dizer que acredito muito nos que jogaram: o Eduardo foi meu jogador e sabia que ia render e o Borja acabou por estar bem”, justificou o treinador em conferência de imprensa, citado pelo jornal A BOLA.

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Na teoria, o Sporting procurou mudar a sua ideologia de jogo, mas em termos práticos pouco estava a fazer efeito. Sem nenhum remate enquadrado com a baliza até ao golo, os ‘leões’ mostravam dificuldades em penetrar no último terço do terreno. E frente ao ‘lanterna vermelha’ do campeonato, esperava-se uma exibição mais revigorante.

“Fizemos muito passes, tivemos muita posse de bola, mas acabámos por perder mais lances do que aquilo que eu quero. Isso é a fadiga acumulada que se está a fazer sentir. Estamos a jogar na Liga contra equipas intensas, num campo muito rápido. Acabámos por pagar o preço de ter de jogar de três em três dias”, concluiu.

O Sporting acabou por conseguir marcar através de uma grande penalidade convertida por Bruno Fernandes ao minuto 83. O suspeito do costume voltou a fazer das suas e apontou o sexto golo da temporada, totalizando cinco jogos seguidos a marcar.

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E se Bruno Fernandes a marcar já é o pão nosso de cada dia, para Silas o golo significou muito mais. Além de permitir ao treinador respirar de alívio no seu jogo de estreia, este é também o primeiro golo (e vitória) de Silas esta época. Nos cinco jogos em que esteve no comando técnico do emblema do Restelo, a equipa não ganhou nem marcou qualquer golo.

Um aspeto positivo para o Sporting é que este é também o primeiro jogo da época em que o Sporting não sofre golos. Renan Ribeiro conseguiu manter a baliza inviolável, face à falta de tentativas dos caseiros. Destaque ainda para o regresso de Coates às boas exibições — o uruguaio foi criterioso no capítulo do passe e raramente perdeu um duelo aéreo.

“Não entendo esta proteção a Bruno Fernandes”

Quem não ficou satisfeito com o resultado foi o treinador do Desportivo das Aves. Augusto Inácio considerou que a sua equipa merecia mais, já que os ‘verdes e brancos’ apenas conseguiram colocar-se na frente do marcador graças a uma grande penalidade.

O futebol é o que é. O Sporting marcou um golo, nós não marcámos nenhum. Os meus jogadores portaram-se bem, bloqueámos muito o jogo do Sporting. Tivemos oportunidades, mas o Sporting foi feliz num penálti que soube aproveitar. Parabéns aos meus jogadores, não merecíamos nunca na vida perder este jogo. Saímos daqui com uma espinha atravessada porque foi extremamente injusto“, explicou o treinador.

O técnico dos avenses deixou ainda uma crítica à arbitragem, acusando uma alegada proteção a Bruno Fernandes. “Fala-se muito do Bruno Fernandes. À segunda falta que sofreu, o árbitro mostrou-nos logo amarelo. E não entendo como Doumbia passa o jogo inteiro sem receber um cartão. Não entendi esta proteção a Bruno Fernandes“, atirou.

O Doumbia fartou-se de dar fruta e nem amarelo levou. Não sei onde está o critério e nesse aspeto o Sporting foi muito beneficiado”, disse Augusto Inácio, desejando, ainda assim, boa sorte ao novo treinador do Sporting.

Apesar da vitória, os adeptos sportinguistas ainda não estão convencidos com a gestão de Frederico Varandas. Entre insultos, alguns adeptos ‘leoninos’ reuniram-se à porta do estádio exibindo uma tarja em que se lia “Fivelas, o terrorista és tu”.

A presidências de Varandas tem sido muito criticada por vários adeptos, que, segundo o JN, já tinham exibido uma faixa durante a partida com a inscrição: “Varandas out”.

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