Pela primeira vez na história da maratona um atleta completou a prova em menos de duas horas. Foi Eliud Kipchoge, recordista queniano que passou seis meses a preparar-se intensivamente para este desafio, realizado este sábado em Viena, na Áustria.
Uma hora, 59 minutos e 40 segundos foi a marca estabelecida pelo maratonista de 34 anos, já conhecido pelos seus feitos lendários neste campo.
Mas apesar deste número para os habituais 42.195 quilómetros que os atletas devem percorrer, o recorde fixado não deverá ser considerado oficial nem reconhecido como tal, uma vez que Eliud beneficiou de várias ajudas ao longo do percurso, com Salemon Barega, Matthew Centrowitz, Paul Chelimo, Augustine Choge, López Lomong ou os irmãos noruegueses Ingebrigtsen a contribuírem para o desempenho, a que se junta a proximidade e ritmo pautado pelo carro que abria caminho.
Remember where you were when @EliudKipchoge ran 26.2 miles in 01:59:40.
You've just witnessed history. 💪🇰🇪#INEOS159 #NoHumanIsLimited pic.twitter.com/N5caReC0Ub
— INEOS 1:59 Challenge (@INEOS159) October 12, 2019
“Nós podemos fazer um mundo mais bonito e mais pacífico”, reagiu, dizendo ainda que estava feliz por ter na assistência a mulher e os três filhos e por ter feito história perante eles. O queniano disse ainda que quer trazer mais positivismo ao desporto.
“Os recordes existem para serem quebrados, então alguém irá tentar bater este, mas fez-se história. É inacreditável”, disse Patrick Sang, treinador de Eliud Kipchoge. “Ele inspirou-nos a todos e mostrou que podemos ir além dos nossos limites na vida. Fizeste história”, disse também, dirigindo-se ao seu atleta.
“Tudo esteve perfeitamente certo. No desporto, é um desafio para os atletas mais jovens. Para a humanidade, seja em que nível estejamos podemos passar sempre para o próximo nível”, frisou.
O recorde agora fixado na capital austríaca segue-se depois de Kipchoge acumular já no seu currículo desportivo quatro vitórias na maratona de Londres.
Em abril, bastaram-lhe duas horas, dois minutos e trinta e sete segundos para ganhar a prova — 18 segundos à frente de Mosinet Geremew. Mas o resultado não era o melhor tempo de Kipchoge, que era, até aqui, o melhor resultado de todos os tempos: duas horas, um minuto e trinta e nove segundos feitos em setembro de 2018 na Maratona de Berlim. Nessa prova bateu o recorde mundial por 78 segundos — a maior diferença em cinquenta anos.
“É diferente correr em Berlim e correr em Viena. Correr em Berlim é para vencer e bater um recorde mundial, Viena é como ir à Lua”, afirmou o queniano, campeão do mundo dos 5000 em 2004 e vencedor das maratonas de Chicago, Londres e Berlim.
Desde que se mudou para a maratona, em 2013, o homem treina 300 dias por mês, está longe da mulher e dos três filhos, conquistou dez das onze provas em que correu, e a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (2016). Antes a carreira brilhara menos nas provas de 5 mil metros: recebeu a prata e o bronze olímpicos, respetivamente em Beijing (2008) e em Atenas (2004), mas não foi chamado para a equipa do Quénia nos Jogos Olímpicos de Londres (2012).
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