“Ninguém descobriu a pólvora no futebol.” Foi desta forma que o ex-defesa-central do Benfica Argel, actual treinador do CS Alagoano, do Brasil, desvalorizou os resultados de Jorge Jesus no Flamengo. E o treinador português respondeu-lhe com “o ovo de Colombo”.
“O Flamengo está a jogar o que a Selecção de 70 jogava”, salientou Argel em conferência de imprensa, logo após a derrota da sua equipa diante do Flamengo, por 1-0, em jogo no Maracanã. “Ninguém descobriu a pólvora no futebol”, apontou ainda.
O ex-futebolista vincou que trabalhar no Flamento “é muito mais fácil” do que noutros clubes, porque tem “os melhores jogadores, tem estrutura, condições de trabalho e bons profissionais”. Já outros treinadores brasileiros foram campeões pelo Flamengo com estruturas muito mais desorganizadas, salientou Argel.
Desvalorizando a euforia que existe no Brasil com os resultados de Jesus no Flamengo, Argel realçou que é preciso “valorizar os treinadores brasileiros”. “O treinador estrangeiro tem lugar, sim, há lugar para todos”, “para quem tem competência”, sublinhou. “Agora venham e ganhem”, atirou ainda.
Jorge Jesus tem tido um percurso vitorioso no Flamengo, tornando-se um fenómeno de sucesso entre os adeptos e até entre os jornalistas e analistas de futebol brasileiros.
Em resposta às declarações de Argel, Jesus começou por dizer que não iria “discutir a opinião de um colega” que acha que “não trouxe nada ao futebol brasileiro”. Mas, ainda assim, lá lhe respondeu, tirando do bolso um velho dizer português.
“Cristóvão Colombo conseguiu pôr o ovo em pé, a partir daí, é fácil, todos conseguiram”, destacou, frisando que “é fácil dizer que a Selecção de 70 era assim”.
“O futebol brasileiro foi sempre marcante em todo o mundo”, apontou ainda o treinador português, salientando que foi uma “paixão” na sua carreira e que em Portugal, noutros tempos, se torcia pela canarinha. Mas “Portugal é hoje uma das equipas mais fortes do mundo”, notou.
“O Brasil tinha grandes equipas, mas hoje o futebol mudou, não se expressa só pelas acções individuais, como nessa altura, hoje o futebol tem uma componente técnico-táctica tão importante como a individual, e poucos percebem isto”, considerou Jesus.
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