Tondela 1-0 Sporting | Água gelada no banho do leão

O Tondela foi obreiro da primeira grande surpresa da 10ª jornada da Liga NOS, ao vencer o Sporting em casa por 1-0.

Num jogo amplamente dominado pelos “leões”, em especial no segundo tempo, sem praticamente lances de perigo por parte dos beirões, um golo de Bruno Wilson – formado no clube de Alvalade -, já perto do fim, causou sensação e serviu como “balde de água fria” para os visitantes, que se mostravam mais perto de marcar do que sofrer.

Esta foi a primeira vitória do Tondela em casa esta temporada este foi o terceiro encontro consecutivo para o campeonato em que os “leões” não conseguem bater este seu adversário. As duas equipas estão separadas por dois pontos.

O jogo explicado em números

• Arranque de jogo algo confuso, sem ocasiões de golo, mas com o Sporting a mandar nos acontecimentos, com 62% de posse no primeiro quarto-de-hora. As duas equipas registavam um remate cada, ambos sem a melhor direcção, e o Tondela ganhara 11 de 18 duelos individuais.

• Pouco mudou até à meia-hora de jogo. Os “leões” continuavam a mandar na partida, mas sem conseguir ameaçar a baliza de Cláudio Ramos, nem através do seu rematador principal, Bruno Fernandes, que não registava qualquer disparo nesta fase. Aliás, o Sporting tinha apenas um, desenquadrado, contra dois dos beirões, um deles com boa direcção. As duas formações registavam uma acção com bola cada uma nas área contrárias.

• O central da casa, Bruno Wilson, destacava-se na partida, com um rating de 6.0, anulando grande parte do jogo leonino graças a cinco acções defensivas, duas recuperações de posse e um duelo aéreo defensivo ganho. Ristovski (5.6), com uma ocasião flagrante criada, era o melhor “leão”.

• A equipa de Silas conseguiu ser um pouco mais acutilante na frente a partir daqui e, perto do intervalo, já era dono de cinco remates, três de fora da área, mas nenhum na direcção da baliza contrária. Os da casa, por seu turno, já haviam obrigado Renan Ribeiro a duas defesas.

• O nulo na primeira parte penalizava as duas equipas essencialmente pela pouca qualidade patenteada no ataque. Ao todo houve nove remates, cinco para o Sporting, mas só dois enquadrados, ambos para os homens da casa.
• Os “leões” foram mais dominadores, mas os anfitriões souberam anular as principais pedras visitantes, em especial nos duelos individuais, nos quais os anfitriões foram superiores.
• Ao intervalo o melhor em campo era o central Bruno Wilson, com dois remates (um com boa direcção), 18 passes certos em 19 (4 em 4 longos) e seis acções defensivas – um GoalPoint Rating de 6.0.

• O primeiro remate enquadrado do Sporting surgiu apenas aos 57 minutos, pelo inevitável Bruno Fernandes, na conversão de um livre directo. Cláudio Ramos, com uma grande defesa, impediu o tento leonino no reatamento.

• Intenso o domínio leonino nesta fase da partida. Chegada a hora de jogo, os “leões” registavam 82% de posse de bola e os únicos dois remates do desafio desde o descanso, e já apresentavam uma melhor eficácia nos duelos individuais (61%).

• Aos poucos a “normalidade” leonina começou a surgir. Bruno Fernandes, que havia tido um jogo discreto na primeira parte, muito colado ao flanco esquerdo, passou a jogar mais no meio e transfigurou-se. Pelos 70 minutos era já o líder dos ratings, a organizar toda a manobra ofensiva do Sporting, com dois remates, ambos enquadrados, dois passes para finalização, dois dribles completos em três tentativas e quatro desarmes.

• O Sporting manteve o domínio intenso até final, rematou muito e impediu praticamente o Tondela de criar perigo e adivinhava-se o tento leonino. Contudo, o golpe de teatro aconteceu aos 88 minutos, com o golo beirão.

• Pepelu cobrou o livre na direita e, ao segundo poste, Bruno Wilson surgiu a cabecear fora do alcance de Renan Ribeiro. Ao segundo remate no segundo tempo, o Tondela garantiu a primeira vitória caseira esta temporada.

O melhor em campo GoalPoint

Bruno Wilson fez toda a sua formação no Sporting, mas agora, no Tondela, não teve qualquer pejo em ser o melhor em campo, marcando inclusive o golo ao cair do pano que derrotou o seu antigo clube.

O defesa-central já era o melhor ao intervalo, e cimentou isso mesmo no segundo tempo, terminando com um GoalPoint Rating de 7.7.

Um golo em três remates, dois deles enquadrados, quatro duelos aéreos defensivos ganhos em cinco e nove acções defensivas foram os números de uma exibição para recordar.

Jogadores em foco

• Bruno Fernandes 7.1 – Encostado à esquerda na primeira parte, o capitão leonino esteve desaparecido nesta fase, mas na segunda ocupou o seu lugar habitual e tudo mudou. Bruno Fernandes foi o melhor “leão”, com um registo de quatro remates, dois enquadrados, 82% de eficácia de passe (sete certos em 11 longos), 100 acções com bola (terceiro registo mais alto) e ainda cinco desarmes.

• Pepelu 7.0 – O espanhol esteve na origem do golo do Tondela, com uma assistência na cobrança de um livre. O médio esteve ainda muito activo no trabalho colectivo, com um total de 12 acções defensivas, entre elas três intercepções.

• Marcos Acuña 6.8 – O lateral leonino voltou a assumir-se como um dos mais inconformados do Sporting, e terminou mesmo o jogo com o máximo de acções com bola, nada menos que 113. Ao todo fez dois passes para finalização, seis cruzamentos (um eficaz) e somou nove recuperações de posse.

• Sebastián Coates 6.1 – Jogo sólido do uruguaio, que concluiu 92% dos passes que fez e foi dos mais interventivos, com 102 acções com bola. Ganhou quatro dos seis duelos aéreos em que participou e contabilizou oito acções defensivas.

• Renan Ribeiro 6.0 – O Tondela praticamente não criou perigo no segundo tempo e o brasileiro não teve responsabilidades no golo anfitrião. Ao todo, o guardião fez duas defesas, ambas a remates na sua grande área, uma a disparo a um ângulo superior.

• Cláudio Ramos 5.4 – O guarda-redes do Tondela só teve trabalho na segunda parte, altura em que fez três defesas, mas a sua tarefa foi “facilitada” pelo facto de os remates enquadrados do Sporting terem acontecido todos de fora da sua área. Ainda assim fez uma intervenção de vulto num livre de Bruno Fernandes.

Resumo

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