O Sporting foi aos Açores vencer de forma concludente, naquele que terá sido, provavelmente, a melhor exibição leonina na condição de visitante nesta Liga NOS.
O 4-0 final ao Santa Clara reflecte um arranque de segunda parte verdadeiramente demolidor, um resultado que até poderia ter assumido outros números. Os 13 remates dos da casa devem-se, sobretudo às muitas tentativas da equipa no último quarto-de-hora, altura em que tentava marcar o seu golo de honra. De resto só deu “leão”, com Luiz Phillype a bisar e mais um golo de Bruno Fernandes, de penálti, e outro de Yannick Bolasie. Com este desfecho, o Sporting subiu ao terceiro lugar, por troca com o Famalicão.
O jogo explicado em números
- Início de jogo sem uma tendência vincada, mas com o Sporting a tentar assumir o domínio territorial. Os “leões” tiveram mais bola no primeiro quarto-de-hora, cerca de 65%, e os três únicos remates do encontro, um deles enquadrado. O Santa Clara tentou lançar contra-ataques rápidos e encontrou alguns espaços na defesa leonina, mas a decisão no último passe nem sempre foi a melhor.
- O jogo, nem sempre bem jogado, ao menos tinha duas equipas à procura do golo, mais o Sporting que, chegada a meia-hora, mantinha o domínio (66% de posse) e mais remates (cinco contra três, o único enquadrado), mas apesar de canalizar muito jogo pelas alas, raramente arriscava chegar à linha, optando por passes para a zona central onde Luiz Phellype era facilmente anulado pelos centrais contrários.
- Assim, Luiz Phellype, uma das três alterações de Silas em relação à vitória ante o Moreirense – junto com Marcos Acuña e Sebastián Coates -, ia-se destacando no jogo pela forma como era chamado a intervir na área açoriana. O ponta-de-lança registava dois remates à meia-hora, um deles numa situação em que desperdiçou uma ocasião flagrante de golo, pelo que registava o pior rating nesta altura – 4.8. Mas era claramente uma referência e com potencial para ter impacto importante no jogo.
- E teve mesmo. Em cima dos 40 minutos, Luciano Vietto fugiu pela esquerda e cruzou certeiro para o ex-Paços de Ferreira, que só teve de encostar de cabeça para o 1-0. Um golo ao décimo remate da partida para o “leão”, segundo com boa direcção.
- Intervalo Vantagem perfeitamente ajustada do Sporting no primeiro tempo, reflexo da superioridade patente em 63% de posse de bola e maior competência nos diversos momentos do jogo, em concreto no passe, momento em que o “leão” teve eficácia de 90%, mas também no ataque, com dez remates, dois deles enquadrados, contra quatro disparos dos açorianos, todos sem a melhor direcção. Isto num jogo com apenas oito faltas, o que é sempre de salientar na Liga portuguesa. O melhor ao intervalo era… Bruno Fernandes. Pode achar repetitivo, mas não há como fugir à realidade dos desempenhos objectivos. O médio registava um GoalPoint Rating de 6.6, com duas ocasiões flagrantes criadas em três passes para finalização e 91% de eficácia de passe.
- A segunda parte começou como terminou a primeira, com golo do Sporting e de Liuz Phellype. Logo aos 47 minutos, Ristovski fugiu pela direita, cruzou atrasado e o brasileiro rematou a contar, de primeira. E aos 53 surgiu o 3-0, com Yannick Bolasie a marcar de cabeça, na sequência de um canto da esquerda de Bruno Fernandes.
- O jogo ameaçava tornar-se um pesadelo para o Santa Clara, pois aos 60 minutos, grande penalidade para o Sporting, por falta de Sanuzi sobre Bolasie. Bruno Fernandes fez o 4-0 sem hesitar, no segundo remate que fez na partida.
- Os números por volta dos 65 minutos eram esclarecedores. No segundo tempo a equipa de Alvalade registava 71% de posse de bola, seis remates, quatro enquadrados, três golos, perante uma formação açoriana com dois disparos, nenhum enquadrado – aliás, os homens da casa não tinham qualquer “tiro” com boa direcção em todo o jogo.
- Os 75 minutos mostravam um Santa Clara a tentar reagir às adversidades, mas a não conseguir colocar elementos em número suficiente no último terço para causar problemas ao Sporting. Nesta fase, os homens da casa registavam somente duas acções com bola na grande área leonina e quatro remates… nenhum enquadrado com a baliza. Noite tranquila para Luís Maximiano.
- O jogo estava decidido, o Sporting tinha o jogo na mão e até teve mais ocasiões para marcar, nomeadamente numa excelente oportunidade desperdiçada por Vietto, mesmo estando somente a controlar as operações.
O melhor em campo GoalPoint
Vira o disco e toca o mesmo. E o mesmo é Bruno Fernandes. O médio foi, mais uma vez, o MVP da partida, numa bela exibição do Sporting nos Açores que acabou em goleada. O médio luso terminou com um GoalPoint Rating de 8.0, com um golo, de penálti, uma assistência e outros números de grande relevo, como três remates enquadrados, duas ocasiões flagrantes criadas em quatro passes para finalização, dois cruzamentos eficazes em três e 11 passes progressivos certos.
Jogadores em foco
- Luiz Phellype 7.0 – O brasileiro chegou a estar no fundo dos ratings, com uma ocasião flagrante desperdiçada, mas notava-se que era uma questão de tempo até abanar com a consistência açoriana. E conseguiu-o, terminando com dois golos, seis remates (máximo do jogo), três deles enquadrados, e três duelos aéreos ofensivos ganhos em quatro.
- Yannick Bolasie 6.9 – O congolês é um jogador desconcertante, pelo estilo de jogo e pelos extremos do seu futebol, conseguindo do melhor e do pior. Estava a realizar um jogo “trapalhão”, até que marcou um belíssimo golo de cabeça, no único remate enquadrado (num total de quatro). Terminou ainda com uma ocasião flagrante desperdiçada e dois dribles completos em cinco.
- Stefan Ristovski 6.6 – Bom jogo do lateral, em grande parte porque pôde sempre subir com a bola controlada e sem grande oposição. Terminou o jogo com uma assistência, uma ocasião flagrante criada em três passes para finalização e cinco recuperações de posse.
- Luciano Vietto 5.9 – Um remate ao ferro em quatro disparos e uma assistência são os números mais relevantes de um jogador que se assume cada vez mais como um dos melhores do plantel deste Sporting. E ainda completou três de quatro tentativas de drible.
- Mathieu 5.8 – O mais interventivo na partida. O francês registou o máximo de acções com bola, nada menos que 104, teve eficácia em 90% dos passes que efectuou, dez deles longos (em 13), e somou 17 passes progressivos certos.
- Marco Pereira 5.6 – O melhor do Santa Clara foi o seu guarda-redes, apesar de ter sofrido quatro golos, o que diz bem do desequilibrado que foi este jogo. O português fez três defesas, duas a remates na sua grande área.
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