O FC Porto foi a Lisboa vencer o seu segundo “clássico” da temporada. Na visita ao Sporting, os “dragões” venceram por 2-1, graças a uma eficácia ofensiva inversamente proporcional ao desperdício leonino.
Após inaugurarem cedo o marcador, por Moussa Marega, os portistas tiveram de lidar com o empate de Marcos Acuña e a superioridade leonina, em especial na segunda parte.
Mas ao desperdício dos homens da casa, os visitantes responderam com uma precisão ofensiva, expressa num muito maior número de remates enquadrados (sete contra um) e num golo de Tiquinho Soares. Esteve aqui o segredo da primeira vitória portista em Alvalade para o campeonato desde 2008.
O jogo explicado em números
- O jogo parecia assumir contornos de táctico e cauteloso de ambos os lados, só que aos seis minutos os “dragões” colocaram-se na frente. Passe longo de Jesús Corona e Moussa Marega, mais rápido que toda a defesa leonina, desviou apenas ligeiramente a bola, batendo Luís Maximiano, que pareceu poder fazer mais nesse lance. Um remate no jogo, um golo.
- O Sporting sentiu o golo, mostrando não saber bem o que fazer para sair da teia montada pelo Porto e que impedia os homens da casa de chegar sequer perto da grande área contrária. Chegado o primeiro quarto-de-hora, os visitantes tinham mais bola (57%) e dois remates, ambos enquadrados, contra um disparo (sem a melhor direcção) da formação leonina.
- A meio do primeiro tempo, Sérgio Conceição perdeu Pepe por lesão, entrando para o seu lugar Chancel Mbemba. E aos poucos os “leões” começaram a assumir o jogo, com mais lances ofensivos, e já uma ligeira vantagem na posse de bola (51%) à meia-hora, registando também três remates (sem enquadramento) e impedindo os “dragões” de alvejar a baliza.
- Perto do intervalo, o Porto só registava quatro acções defensivas dentro da área leonina, num jogo em que tardavam a surgir remates enquadrados (último aos 12 minutos) e situações de golo. Mas enquanto escrevíamos a última linha, Marcos Acuña decidiu contrariar-nos.
- Aos 44 minutos, Luciani Vietto desmarcou Marcos Acuña do lado esquerdo da área e o argentino “fuzilou” Agustín Marchesín para o 1-1, numa jogada de belo efeito. No primeiro disparo leonino na direcção da baliza, à sexta tentativa, aí estava o golo.
- Primeira parte nervosa em Alvalade, com o golo madrugador de Marega a mudar, aparentemente, as ideias dos treinadores, pelo menos as de Silas.
- O jogo estava cauteloso e incerto, mas esse tento obrigou o “leão” a pegar no jogo, algo que conseguiu sensivelmente a meio da etapa inicial.
- Ainda assim, o intervalo chegou com equilíbrio em termos de posse de bola, apesar de algum ascendente leonino nas tentativas de remate, com menor eficácia que os “dragões”, que enquadraram mais um.
- O melhor nesta fase era Acuña. Para além do golo, o argentino ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou e no único ofensivo, registando um GoalPoint Rating de 6.9.
- Excelente início de segunda metade, de parte a parte. As duas equipas entraram dispostas a atacar e a procurar o golo que desatasse o nó de um resultado que não interessava a nenhuma delas – Vietto (48′) acertou mesmo no poste.
- Nestes primeiros 15 minutos, os “leões” tiveram mais bola (55%) e remates (3-1), mas mais uma vez o único enquadrado pertencia ao “dragão”. Destaque negativo para a eficácia de passe dos portistas, que não passava dos 68% nesta fase do jogo.
- Aos 63 minutos, Bruno Fernandes, solto na esquerda, rematou cruzado, com a bola a sair rente do poste dos “azuis-e-brancos”, e Luiz Phellype atirou por cima, logo a seguir, quando tinha tudo para acertar na baliza.
- O problema leonino era mesmo a competência nos momentos da finalização. Essa ideia ficava bem expressa aos 70 minutos, altura em que o Sporting somava cinco remates no segundo tempo, todos desenquadrados, enquanto o Porto tinha dois com boa direcção em dois. E quando isso acontece…
- … essa diferença acaba por se reflectir no marcador. Aos 73 minutos, na sequência de um canto apontado por Alex Telles, Tiquinho Soares saltou mais alto que todos e fez o 2-1, enquadrando o terceiro remate do Porto em três disparos desde o descanso.
- O “leão” voltou a sentir o golo, com o Porto a assumir o jogo nesta fase, “escondendo” a bola da equipa da casa. E a verdade é que o Sporting, para além de um remate à barra de Sebastián Coates, aos 85 minutos, nunca mais conseguiu importunar a baliza portista até final.
O melhor em campo GoalPoint
O argentino foi a grande figura do “clássico” de Alvalade. Num jogo em que o Sporting mostrou qualidade, mas uma ineficácia gritante no momento da finalização, Marcos Acuña remou contra a corrente, sendo competente em quase tudo o que fez em campo. Para além do golo que marcou, no único remate que fez, o esquerdino fez três passes para finalização, completou dois de sete cruzamentos e as duas tentativas de drible, e ainda recuperou oito vezes a posse de bola e fez quatro desarmes. Terminou o jogo com um GoalPoint Rating de 8.7.
Jogadores em foco
- Tiquinho Soares 7.3 – O brasileiro estava a ter um jogo relativamente apagado, com muitas dificuldades para ganhar os duelos aéreos ofensivos a Coates. Mas quando foi preciso, apareceu para decidir o “clássico”. Soares enquadrou os dois remates que fez, realizou dois passes para finalização, um deles para ocasião flagrante, teve êxito nas quatro tentativas de drible, mas ganhou somente dois de nove duelos aéreos ofensivos.
- Sebastián Coates 6.4 – Bons números do uruguaio, num daqueles casos em que a estatística não mostra tudo (falhas posicionais nos golos). Ofensivamente, destaque para o cabeceamento à barra, aos 85 minutos; na retaguarda, o realce vai para os três duelos aéreos que ganhou em cinco, as nove recuperações de posse e as nove acções defensivas. Numa análise subjectiva, podia ter feito melhor em ambos os golos.
- Moussa Marega 5.8 – O maliano marcou bem cedo, num lance em que mostrou todo o seu oportunismo, mas depois como que desapareceu do jogo, terminando com um único remate e um drible eficaz em três tentativas.
- Alex Telles 6.1 – Voltou a fazer de “Pai Natal”. O lateral brasileiro fez a assistência para o golo decisivo, num pontapé de canto, completou duas de três tentativas de drible e foi um dos jogadores mais interventivos, com 73 acções com bola.
- Luciano Vietto 5.4 – Com o “eclipse” de Bruno Fernandes, o argentino foi um dos destaques do Sporting nos momentos ofensivos. Vietto nem teve uma nota relevante, isto porque desperdiçou duas ocasiões flagrantes. Em compensação, fez a assistência para o golo de Acuña e acertou no poste, num dos seus três remates.
- Shoya Nakajima 5.7 – O japonês esteve muito activo, antes de ser substituído aos 66 minutos. Ao todo completou três de cinco tentativas de drible e foi incansável na pressão em zonas altas do terreno, com nove recuperações de posse.
Resumo
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