Outrora um Eldorado para os jogadores em final de carreira, a MLS está agora a tornar-se numa liga que aposta em jovens talentos do futebol mundial.
A pouco mais de um mês do início da Major League Soccer (MLS), a principal liga de futebol dos Estados Unidos, os olhos estão postos na nova franquia da Conferência Este: o Inter Miami CF, de David Beckham. O antigo internacional inglês não é estranho à MLS, onde jogou nos Los Angeles Galaxy entre 2007 e 2012.
Beckham está agora à frente do projeto do Inter Miami naquela que pode ser considerada uma reencarnação do soccer norte-americano. Se nos seus tempos de jogador, as estrelas iam para os Estados Unidos no final da carreira para ganhar uma ‘coroas’ a mais, o panorama está agora a mudar.
E a sua equipa é um pouco o exemplo do que está a acontecer. Com uma média de idades a rondar os 25 anos, o emblema da Miami tem uma forte aposta na juventude, conjugando a experiência de alguns veteranos da liga.
Os argentinos Matías Pellegrini e Julián Carranza são uma dupla trazida por Beckham e que constituem futuras promessas e simbolizam a vontade em apostar na juventude. Ambos com 19 anos, chegam do futebol argentino prontos para se afirmarem nos States.
As equipas tentam replicar o mais recente exemplo de sucesso na MLS, Miguel Almirón, antigo jogador dos Atlanta United, que se transferiu em 2018 para o Newcastle, da Premier League. O Newcastle pagou 24 milhões de euros pelo internacional paraguaio, naquela que é a maior venda de sempre no futebol norte-americano.
Alphonso Davies, que se transferiu dos Vancouver Whitecaps para o Bayern de Munique, é também um maiores talentos do futebol mundial. O canadiano tem alinhado ocasionalmente em algumas partidas dos campeões bávaros e tem deixado marcas do seu enorme talento.
Para fomentar ainda mais esta mudança de mentalidade nos Estados Unidos, a Major League Soccer está a pensar fazer algumas alterações nas regras de contratações para encorajar as equipas a trazer jogadores mais jovens.
A liga tem um conjunto de regras específicas que limita a inscrição de atletas, permitindo contratar apenas três Jogadores Designados, conhecido como Designated Players. Os jogadores entram nesta categoria dependendo da sua idade e do seu salário, que pode chegar no máximo a 477 mil euros.
A MLS pretende mudar este regulamento, provavelmente aumentando o teto salarial dos jogadores mais jovens, permitindo às equipas oferecer melhores salários aos jovens, encorajando-as a trazerem mais talentos para o plantel.
Certamente os Estados Unidos não deixarão de ter antigas estrelas do futebol mundial em fim de carreira, mas aos poucos, essa tendência pode-se ir esbatendo. Possivelmente, a liga pode tornar-se num habitat para estes dois tipos de jogadores: estrelas em ascensão e antigas glórias do futebol.
Beckham, Ibrahimovic, Gerrard, Pirlo, Henry, Nani e Rooney são apenas alguns exemplos de nomes que fizeram esta liga crescer e ser vista um pouco por todo o mundo. Agora, está na hora de a MLS deixar de ser uma liga onde lendas vão pendurar as botas e passar a ser uma liga onde lendas são feitas.
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