O FC Porto quebrou o enguiço de vitórias para o campeonato que perdurava há quatro épocas consecutivas e saiu de Moreira de Cónegos com os três pontos na bagagem – e manteve distâncias para o Benfica, que antes tinha vencido o Aves.
A equipa forasteira esteve a perder, deu a volta, deixou-se empatar e só na etapa final é que conseguiu carimbar o triunfo por 4-2. Fábio Abreu e Luís Aurélio marcaram para os minhotos. Soares, Alex Telles, Luis Díaz e Corona assinaram os tentos “azuis-e-brancos”.
O jogo explicado em números
- Nakajima e Marega não se entenderam. O Moreirense aproveitou, Luís Machado iniciou o lance, descobriu Fábio Abreu, que tirou Diogo Leite do caminho e, com um remate certeiro, inaugurou o marcador.
- O avançado apontou o quarto golo na prova e o sexto na temporada. Início de sonho para os cónegos e de apreensão para os “dragões”, que não venciam no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas desde 2014/15, contabilizando desde então três empates e um desaire.
- Num duelo frenético, aos dez minutos, além do golo, contabilizavam-se, ainda, mais dois lances de perigo, um gizado por Pedro Nuno, que obrigou Marchesín a defesa apertada, e outro por intermédio de Alex Telles, que atirou um pouco por cima da baliza contrária.
- Aos 15 minutos, o Moreirense tinha dois remates enquadrados no alvo, um canto, quatro faltas cometidas, dois cruzamentos, um total de 62 passes – 71% de eficácia – e 37% da posse de bola. Por sua vez, o FC Porto dois remates desenquadrados, dois cantos, uma falta cometida, 105 passes – eficácia de 84% – e 63% da posse de bola. A partida continuava movimentada…
- Numa fase de maior equilíbrio, as acções dos dois conjuntos passavam muito pela zona central – 54%. E ao minuto 32, chegou o empate. Soares foi incisivo e, de cabeça, assinou o 1-1, após cruzamento de Corona.
- O camisola 29 marcou pela terceira jornada consecutiva na Liga NOS. À sexta tentativa, os “azuis-e-brancos” marcaram na primeira vez que tiveram um remate enquadrado às redes de Mateus Pasinato, numa fase em que os comandados de Sérgio Conceição já jogavam em 4x4x2, com Marega e Soares a actuarem na linha ofensiva, Nakajima na esquerda e Otávio na direita.
- Bastaram sete minutos para os vice-campeões darem a volta ao marcador. Após consultar o VAR, Artur Soares Dias considerou que Abdu Conté travou Corona em falta. Da marca dos 11 metros, Alex Telles não vacilou e decretou o 1-2, apontando o quinto golo na competição. Os “dragões” precisaram de dez remates – e apenas dois enquadrados – para estarem na frente do resultado.
- Mas o festival de golos prosseguiu. João Aurélio cruzou, a bola não tocou em mais ninguém e acabou por entrar no fundo das redes “azuis-e-brancas”. Estava feito o empate. Dos três remates dos donos da casa, todos levaram a direcção da baliza adversária e dois resultaram em golo.
- Primeira parte emocionante em Moreira de Cónegos, com quatro golos e muitos lances para ver e rever.
- O Moreirense começou o duelo a todo o gás, o FC Porto conseguiu dar a volta num curto espaço de tempo e, em cima do descanso, os homens de Ricardo Soares voltaram a festejar.
- Pela quarta época seguida, o FC Porto não conseguia estar em vantagem ao intervalo no reduto da formação da casa.
- Nestes primeiros 48 minutos, João Aurélio, com um golo – no único remate que fez –, 34 acções com a bola, um duelo aéreo defensivo ganho, era o melhor elemento no terreno e registava um GoalPoint Rating de 6.7.
- No recomeço, Nakajima ficou a escassos centímetros de marcar à passagem do minuto 54. Na resposta, Pedro Nuno, na conversão de um livre directo, rematou à figura de Marchesín. Pouco depois, Iago quase marcava um autogolo. Com o rumo dos acontecimentos, Sérgio Conceição foi ao banco e decidiu apostar em Luis Díaz, tal como tinha ocorrido no “clássico” da última jornada frente ao Sporting, em detrimento de Uribe. Teria os mesmos resultados esta substituição?
- Na segunda parte, até aos 68 minutos, o Moreirense tinha um remate realizado – enquadrado – e o FC Porto três e nenhum à direcção da baliza. O “joker” Luis Díaz foi aposta acertada e deu razão a Sérgio Conceição aos 72 minutos quando marcou – o seu terceiro golo na prova – e voltou a deixar os “dragões” em vantagem.
- Ai Jesús. A cinco minutos dos 90, Corona assinou uma obra de arte, com um remate num gesto a dois tempos, que entrou canto superior direito da baliza adversária. Foi o primeiro golo do internacional mexicano no campeonato, ele que começou o jogo como lateral-direito, mas que após a entrada de Manafá para a vaga de Nakajima passou a actuar como extremo.
- Corona, já em período de descontos, foi expulso por acumulação de amarelos.
O melhor em campo GoalPoit
Encontro superlativo de João Aurélio. O lateral-direito dos “cónegos” manteve a bitola que demonstrou na primeira metade e concluiu o duelo desta sexta-feira com um GoalPoint Rating de 7.7. Números que vão de encontro a alguns destes dados: além do golo, sofreu duas faltas, realizou nove desarmes, três intercepções, quatro alívios, cinco recuperações da posse de bola e ainda sofreu duas faltas.
Jogadores em foco
- Alex Telles 6.6 – Mais uma boa exibição do internacional brasileiro. Que no capítulo da finalização teve um eficácia de 50% – dois remate e um golo -, esteve afirmativo nos cruzamentos, com cinco tentativas, falhou dez dos 53 passes tentados – 81% de eficácia – e foi seguro na defesa: quatro desarmes e dois alívios.
- Corona 6.3 – Esteve ligado à corrente e apenas manchou a “performance” e os números finais com a expulsão já no último suspiro do encontro. O mexicano assistiu Soares para o tento do empate e marcou um golo de antologia.
- Luis Díaz 6.2 – Cartada certeira de Sérgio Conceição. O colombiano foi decisivo e precisou de apenas 34 minutos em cena para marcar o golo – expected goals (xG) de 0,5 – da “remontada” e ainda assistir Corona no lance que decretou o resultado final.
- Pedro Nuno 6.0 – Com 39 acções com a bola, o médio foi o apoio mais directo de Fábio Abreu e esteve sempre mexido. Dos seus números, destacamos os dois duelos aéreos ganhos, os cinco desarmes e os cinco alívios.
- Mbemba 5.8 – Chamado ao “onze” inicial, face à lesão de Pepe e ao castigo de Marcano, formou dupla com o jovem Diogo Leite. O internacional congolês acertou nove dos 13 passes longos tentados e foi 100% eficaz nos nove passes progressivos que fez, contou ainda com três desarmes, dois alívios e duas intercepções.
- Rosic 5.5 – “Rei” nas alturas, com quatro duelos ganhos em cinco, tem no seu registo um remate de cabeça enquadrado, cinco recuperações de bola, cinco alívios e ainda bloqueou dois remates do FC Porto.
Resumo
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