Luciano Gonçalves, presidente da APAF, não ficou em silêncio após as recentes declarações do Benfica e realçou que talvez faça mais sentido “dirigentes estrangeiros.
Desde que o Benfica apelou à Liga Portuguesa de Futebol Profissional e à Federação Portuguesa de Futebol para que nomeiem “árbitros estrangeiros internacionais para todos os jogos” das ‘águias’ e do FC Porto até final da época, reações de indignação têm chovido um pouco de todos os lados.
Esta segunda-feira foi a vez do presidente de Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Luciano Gonçalves, que sugere que talvez faça mais sentido “dirigentes estrangeiros”.
“No regulamento existe essa possibilidade, mas se calhar faria sentido também se trouxéssemos dirigentes do estrangeiro para os nossos clubes”, disse Luciano Gonçalves em declarações à SIC Notícias.
“Os nossos árbitros também apitam em outros países. Temos dos melhores árbitros da Europa. Pedir que venham estrangeiros arbitrar os nossos jogos só porque alguém está a pedir não faz qualquer sentido e é completamente descabido“, acrescentou.
Vieira pede intervenção do Governo
O presidente benfiquista continua insaciável após o resultado do Clássico de domingo, num jogo que ficou marcado por polémicas com a arbitragem. Luís Filipe Vieira reitera o pedido de árbitros internacionais e fala da pressão feita a Artur Soares Dias, o árbitro principal do jogo contra o FC Porto.
“Quando há desconfiança, quando se penduram árbitros e jogadores numa forca. Se isto envolve FC Porto e Benfica porque não árbitros estrangeiros, esses podem errar, não estão conectados com o FC Porto e o Benfica”, começou por dizer Vieira.
“Vou dar um exemplo: imaginemos que o penálti marcado no Dragão é marcado contra o FC Porto. Acha que a pastelaria do Artur Soares Dias estaria aberta hoje? Não estaria. Eu estou por dentro do futebol e sei o que está a passar-se”, atirou.
O presidente ‘encarnado’ fala ainda de uma “dualidade de critérios flagrante”, mencionando um penálti que não existe e dois cartões vermelhos por mostrar a jogadores portistas.
“Compete à Liga e à FPF saber o que querem fazer do futebol e desta indústria. Não podemos esconder o que quer que seja. O Benfica tem dado o exemplo de como deve ser encarada esta indústria. O Benfica e os seus profissionais são elogiados em toda a Europa, vive uma boa situação financeira. E o Governo não pode continuar a demitir-se perante o que sucede dentro e fora das quatro linhas”, salientou.
O líder das ‘águias’ aproveitou também para falar do ambiente de hostilidade vivido no Dragão: “Parece que quando vou ao Dragão jogar tenho de levar polícia de choque qualquer dia”.
Clássico “instalou dúvida sobre capacidade” de Lage
O FC Porto também não tardou em reagir mais uma vez nesta troca de galhardetes e fala que o resultado do Clássico “instalou dúvida sob a real capacidade” de Bruno Lage e do plantel benfiquista.
“Consideramos que este expediente de condicionamento ‘pré-match’ prossegue em sucessivas tomadas de posição públicas do Benfica, reclamando, entre outras alarvidades, árbitros estrangeiros para o que resta do campeonato. Como a memória nestes casos é sempre curta, recordamos que na época passada, após a derrota que lhes infligimos na meia-final da Taça da Liga, o presidente do Benfica declarou que o árbitro desse jogo não poderia continuar em funções”, escreveram os ‘dragões’, citados pela Rádio Renascença.
Além disso, os ‘azuis e brancos’ consideram que os golos marcados no encontro com o Benfica não deixaram margem para dúvida.
“É desta recordação que vive a atual novela, a qual, como é fácil ver, resulta no essencial da forma como o FC Porto venceu no sábado passado o Benfica com futebol e golos sem margem para qualquer dúvida, o que instalou na direção do Benfica a dúvida sob a real capacidade do seu treinador e dos seus jogadores para o que resta do campeonato. Sejam os árbitros nossos concidadãos ou estrangeiros”, lê-se.
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