A equipa do Ministério Público estava de serviço, no jogo entre V. Guimarães e FC Porto, quando o jogador maliano decidiu abandonar o campo na sequência de cânticos racistas.
De acordo com o semanário Expresso, a pequena equipa de procuradores do Ministério Público (MP) especializada no combate à violência no futebol estava de serviço, no último domingo, no estádio D. Afonso Henriques, no jogo entre V. Guimarães e FC Porto.
Recorde-se que, aos 71 minutos da partida, o avançado maliano dos azuis-e-brancos, Moussa Marega, decidiu abandonar o campo na sequência de cânticos racistas que ouviu das bancadas vimaranenses.
Segundo apurou o jornal, esta equipa do MP já tinha vigiado de perto a claque do Vitória de Guimarães (White Angels), assim como outros adeptos do clube, durante o jogo com o Benfica, que se realizou no início do ano.
O Expresso avança que este grupo de magistrados faz parte de um projeto-piloto, criado há cinco meses pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Polícia de Segurança Pública (PSP), que tem como objetivo preparar a aplicação da nova lei contra a violência no desporto e expulsar dos recintos desportivos os adeptos violentos e racistas.
Para já, funciona apenas nos estádios do Guimarães e do Sporting de Braga nos jogos considerados mais sensíveis, mas, de acordo com a PGR, será “replicado a nível nacional, de forma faseada”.
Na terça-feira, soube-se que a PSP já identificou alguns dos adeptos que estiveram envolvidos nos insultos racistas ao jogador maliano, arriscando penas de prisão até cinco anos. Além disso, podem também ter de pagar uma multa que vai de mil a 10 mil euros.
O caso Marega foi inédito em Portugal, uma vez que nunca nenhum jogador da liga portuguesa tinha abandonado o campo devido a racismo. O caso levou a intervenções do Presidente da República e do primeiro-ministro, bem como de figuras conhecidas de vários quadrantes da vida política e social nacional.
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