Benfica 3-3 Shakhtar D. | “Águia” permeável diz adeus à Europa

Todos eliminados. Os quatro clubes portugueses caíram todos nos 16 avos-de-final da Liga Europa, o último dos quais o Benfica.

Após a derrota por 2-1 na Ucrânia, frente ao Shakhtar, os “encarnados” receberam os comandados de Luís Castro e, apesar de terem estado a vencer por 3-1, deixaram-se empatar 3-3, em mais uma demonstração de pouco vistas debilidades defensivas – foram 19 dribles consentidos aos forasteiros e 13 remates, 11 deles dentro da grande área lusa. Pizzi abriu o activo, Rúben Dias fez autogolo para o 1-1, o central redimiu-se fazendo o 2-1 ainda antes do intervalo e Rafa Silva ampliou para 3-1. Mas Stepanenko e Alan Patrick sentenciaram a eliminatória.

O jogo explicado em números

  • “Águias” entraram com intensidade, somando dois remates e dois pontapés de canto nos primeiros minutos, com o primeiro ameaço a pertencer a uma surpresa no “onze”, Dyego Sousa.
  • Aos nove minutos surgiu o primeiro golo e o reconquistar da vantagem na eliminatória para os “encarnados”, com Pizzi a marcar um belo tento num remate cruzado e colocado ao poste esquerdo defendido por Pyatov. O golo aparecia ao quarto remate benfiquista.
  • Aos 12 minutos o Benfica permitia a primeira veleidade aos ucranianos e com consequências imediatas: Dôdo cruzou, Rúben Dias tentou evitar que Moraes chegasse à bola e acabou por enviar a bola para a própria baliza. A turma de Luís Castro reconquistava a vantagem na eliminatória.
  • O central “encarnado” redimia-se aos 36 minutos, dando sequência feliz, de cabeça, a um cruzamento de Pizzi. A eliminatória estava agora completamente empatada, numa fase em que as “águias” acumulavam sete remates contra dois visitantes.
  • Intervalo O Benfica chegava ao intervalo na frente do jogo mas empatado na eliminatória, com o erro defensivo cometido a pesar em demasia face à produção ofensiva “encarnada” até então. Nesse particular o destaque ia sobretudo para o incontornável Pizzi, que registava um GoalPoint Rating de 7.0, com um golo e uma assistência e uma exibição de regresso à sua influência habitual na manobra benfiquista, seguido de perto pela novidade Dyego Sousa 6.3, autor de três disparos e outros tantos dribles eficazes, mostrando ainda forte presença na disputa de bolas aéreas ofensivas, com três duelos ganhos em cinco disputados.
  • O jogo regressou de loucos. Aos 47 minutos Dyego Sousa assistia Rafa para um belo golo, para aos 49′ Stepanenko gelar a Luz, de cabeça, na sequência de um pontapé de canto. O encontro estava vivo e adivinhavam-se mais momentos de emoção.
  • A hora de jogo mostrava uma embate equilibrado em termos ofensivos no segundo tempo, com ambas as formações a registarem dois remates enquadrados em três, mas com os “encarnados” a terem mais bola (58%) e melhor eficácia de passe (85%-77%). As “águias” canalizavam muito jogo pela zona central (39%) e sentiam alguma dificuldades para abrir a defesa contrária.
  • Dificuldades essas que o Shakhtar não sentia nos contra-ataques que gizava. A subida em bloco da equipa ucraniana não tinha praticamente oposição por parte dos portugueses e, aos 71 minutos, os visitantes chegaram ao empate 3-3. Boa jogada de envolvimento e a bola chegou a Alan Patrick em zona frontal. Este, com um remate acrobático, rematou para o fundo das redes.
  • O Benfica precisava agora de fazer dois golos, mas nesta fase do segundo tempo já tinha perdido o controlo, mas também o domínio territorial, com a posse de bola perfeitamente dividida entre as duas equipas. E até nos remates o empate era total, com cinco para cada um, apenas com vantagem ucraniana nos enquadrados (3-2). E isso fazia toda a diferença.
  • Os derradeiros minutos mostraram um Benfica a tentar, mas sem a energia necessária para virar os acontecimentos, pelo que a descrença tomou conta da equipa “encarnada”, que deixou de criar lances de verdadeiro perigo. E assim disse adeus à Europa.

O melhor em campo GoalPoint

Terceiro jogo consecutivo em que o grego é o melhor em campo. O Benfica continua a mostrar carências defensivas gritantes, que obrigam Vlachodimos a trabalho intenso. E o guardião tem estado à altura dos acontecimentos, só não evitando o impossível. Odysseas registou um GoalPoint Rating de 7.6, fruto de seis defesas, cinco a remates na sua grande área. É caso para dizer: Vlachodimos e mais dez.

Jogadores em foco

  • Pizzi 7.5 – Mais um jogão do médio benfiquista, que abriu o activo com um belo golo e aumentou (e fechou) a sua conta pessoal nas provas europeias desta época para cinco golos e três assistências – fez o passe para o golo de Rúben Dias. O brigantino terminou com duas ocasiões flagrantes criadas em três passes para finalização, três cruzamentos eficazes em cinco e completou três de quatro dribles.
  • Dyego Sousa 7.0 – Surpresa no “onze” inicial do Benfica, mas também na prestação que conseguiu. O internacional português enquadrou dois de três remates, fez uma assistência em dois passes para finalização, completou as três tentativas de drible (duas no último terço) e ganhou seis de sete duelos aéreos ofensivos.
  • Alan Patrick 6.7 – O melhor jogador do Shakhtar. O médio-ofensivo brasileiro fez um golo, dois passes para finalização, completou 88% de posse de bola e os dois dribles tentados, e registou excelentes dez recuperações de posse.
  • Rúben Dias 6.7 – O central esteve azarado, ao fazer autogolo que deu empate 1-1 aos ucranianos. Antes do intervalo redimiu-se, ao fazer o 2-1, e ainda criou uma e desperdiçou outra ocasião flagrante. Defensivamente fez três desarmes, numa exibição estranha do central, entre o melhor e o pior.
  • Rafa Silva 6.5 – Desde que regressou de lesão, o extremo tem alternado jogos muito conseguidos com outros de apagamento. Desta feita surgiu a marcar um excelente golo, terminando com quatro dribles eficazes em cinco.
  • Adel Taarabt 6.0 – Um dos mais esclarecidos do Benfica, embora a sua ânsia de fazer tudo bem e depressa lhe prejudique algumas acções. O marroquino completou 86% dos passes que fez, teve sucesso em quatro de cinco dribles e fez nove recuperações de posse.

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