“Escandaloso e oportunista”. Sindicato dos Jogadores insurge-se contra lay-off dos clubes

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Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores

O Sindicato dos Jogadores insurgiu-se, esta segunda-feira, conta os clubes que estão a pensar ou já avançaram para o regime de lay-off, como é o caso do Belenenses SAD.

O Belenenses SAD anunciou, esta segunda-feira, que entrou parcialmente em lay-off, tendo sido o primeiro clube da I Liga a avançar com o regime criado pelo Governo para auxiliar empresas no combate à crise gerada pela pandemia de covid-19.

De acordo com o jornal Record, existe um profundo descontentamento no seio do plantel do clube lisboeta, sobretudo pela forma como o processo foi conduzido. O jornal desportivo adianta que os jogadores estão a aguardar que o Governo se pronuncie sobre os fundamentos legais para a aplicação do lay-off nos clubes e só depois vão tomar uma posição, que já estará a ser pensada e preparada.

O desportivo avança ainda que outra das situações que caiu mal entre os jogadores foi a forma como lhes foi pedido que remarcassem as férias de verão. A SAD assumiu que não tinha condições para pagar a triplicar em junho, algo previsto na lei quando existe a necessidade de trabalhar em período de férias, e isto no caso de a Liga se prolongar até essa altura. Os meses sugeridos para a marcação dos 22 dias remetiam para o passado.

Horas mais tarde, o Sindicato dos Jogadores, liderado por Joaquim Evangelista, lançou um comunicado no qual condena o recurso dos clubes profissionais ao lay-off, considerando que os “clubes podem e devem adotar medidas que não envergonhem o futebol”.

“O Sindicato dos Jogadores condena, além desta falta de respeito para com os profissionais de futebol, uma atitude egoísta que lesa todos os portugueses, porquanto se pretende, requerer os cortes salariais e os apoios da Segurança Social, à semelhança da esmagadora maioria das empresas portuguesas em agonia. É manifestamente um abuso de direito, uma atitude oportunista dos clubes de futebol ao colocarem-se nesta posição”, pode ler-se.

“Numa altura em que se sabe que as operadoras televisivas cumpriram as obrigações respeitantes ao mês de março, em que o governo do futebol está a fazer um esforço para encontrar soluções e os jogadores mostraram disponibilidade para uma negociação séria, é escandaloso que alguns clubes procurem recorrer aos apoios estatais desta forma (…).”

O sindicato deixa ainda uma forte crítica às operadoras. “Não se compreende que os clubes sejam rápidos a exigir cortes a jogadores e funcionários e não se incomodem com a atitude das operadoras, que beneficiam escandalosamente deste negócio há anos e no momento de maior necessidade nos abandonaram“.

“Aliás, a notificação que as operadoras enviaram aos clubes, sem apelo nem agravo, das duas uma, ou é atentatória e merecia uma resposta conjunta de todos os clubes, ou é conveniente, na medida em que permite justificar muitos comportamentos irresponsáveis.”

O Sindicato dos Jogadores garante que “reagirá a esta atuação dos clubes e não deixará de convocar todas as entidades públicas e órgãos de governo do futebol, para necessidade de pôr termos a uma atuação que lesa os jogadores, mas sobretudo os contribuintes e o país”.

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Comentários

3 comentários a ““Escandaloso e oportunista”. Sindicato dos Jogadores insurge-se contra lay-off dos clubes”

  1. Avatar de Manuel G
    Manuel G

    São muito pobres os jogadores da 1ª liga apara ficarem indignados. Para eles não importa se o clube vai à falência, interessa apenas os ordenados vergonhosos que recebem ao fim do mês. Para mim, acabou o futebol, menos um adepto!

  2. Estes dirigentes do futebol que não passam na maioria das vezes de parasitas, que não sabem fazer nada na vida deviam ter vergonha em estar neste tempo de grande crise e incerteza roubar todos os contribuintes do País.
    Se houver alguma justiça, deveriam no mínimo ser acusados de extorsão e vedado o acesso ao mecanismo de Lay-off.
    Isto é uma verdadeira afronta aos Portugueses que já estão a passar por grandes dificuldades.

  3. Sendo o Club/SAD uma empresa, que paga impostos bem como os jogadores, deverão os mesmos ser tratados como tal…EMPRESA. No que respeita à Lay off, certamente terão os mesmo direitos com um senão; os descontos dos mesmos estão compatíveis com as outras profissões?

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