A Volta a França em bicicleta foi adiada, esta quarta-feira, para as datas entre 29 de agosto e 20 de setembro, para “estar o mais longe possível da pandemia de covid-19”.
Segundo o diretor da prova, Christian Prudhomme, em entrevista à agência AFP, o adiamento permite colocar a corrida num período em que os organizadores esperam “que os corredores já estejam na forma correta”, tendo tido mais tempo para regressar aos treinos na rua e à competição.
O percurso das 21 etapas será largamente o mesmo, salvo “algumas pequenas alterações”, mas “todas as comunidades contactadas” espalhadas pelo país, que receberão partidas ou chegadas, manifestaram vontade de continuar a receber a Grande Boucle.
“O espírito do Tour será o mesmo, as grandes dificuldades as mesmas. Não será um Tour em saldos. Tivemos provas nos últimos tempos de que o mundo do ciclismo tem apenas uma esperança, que a Volta a França exista. Toda a gente precisava de saber para ajustar datas. Os corredores precisavam de um objetivo, e agora estarão mais serenos e poderão treinar e participar em provas antes disto”, explicou o diretor da corrida francesa.
Segundo Prudhomme, esta será a edição mais tardia de todas as 107 da corrida, mas isso “não impedirá a prova de ser um sucesso popular”, mesmo que “a caravana vá ser afetada pelas previsíveis dificuldades económicas”, que podem levar a uma contenção de custos.
Existirão “menos veículos” na caravana publicitária e “talvez uma área técnica menos significativa, em termos de quantidade de televisões”, e o diretor não deixou quaisquer garantias sobre as restrições de entrada em França para ciclistas de outros países, ainda que o vencedor de 2019, Egan Bernal, seja colombiano e corra pela britânica INEOS.
O dirigente da ASO garante ainda que a alteração teve em mente também a União Ciclista Internacional (UCI), que hoje anunciou a decisão tomada, mas também “representantes das equipas e ciclistas”.
A necessidade de adiar o Tour, que iria originalmente decorrer entre 27 de junho e 19 de julho, tornou-se quase uma certeza no início desta semana, quando o Governo francês proibiu a realização de eventos de massas até meados de julho.
Em comunicado, a UCI dá conta de um novo prolongamento da suspensão do calendário velocipédico para todas as provas até 1 de julho e para as provas do WorldTour até 1 de agosto.
A UCI explica que a decisão “unânime” sobre as alterações na temporada foi tomada na manhã de hoje, numa videoconferência que contou com a participação de “todos os principais representantes das famílias do ciclismo profissional de estrada – organizadores, equipas e corredores”.
Com o calendário ainda em aberto, serão reorganizados os cinco ‘monumentos’, ou seja, a Milão-Sanremo, a Volta a Flandres, o Paris-Roubaix, a Liège-Bastogne-Liège e a Volta a Lombardia, com os Mundiais de Aigle-Martigny, na Suíça, ainda marcados para de 20 a 27 de setembro, e a Volta a Itália e a Volta a Espanha a seguirem-se aos campeonatos do mundo.
No comunicado, a UCI compromete-se também a reagendar “o máximo de provas possível” para um momento posterior da época.
“A UCI, conjuntamente e em colaboração com as diferentes partes envolvidas, continua a trabalhar para anunciar, o mais tardar em 15 de maio, uma versão revista […] de todo o calendário internacional da UCI (masculino e feminino em todas as disciplinas. Este calendário dependerá, contudo, da situação sanitária mundial”, conclui.
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