O Benfica venceu o Sporting por 2-1 num excelente dérbi disputado no Estádio da Luz, a contar para a 34ª e derradeira jornada da Liga NOS 2019/20.
Haris Seferovic marcou primeiro para os “encarnados”, na etapa inicial, fase em que foram a melhor e mais perigosa equipa em campo. Os “leões” reagiram muito bem no segundo tempo, empataram por Andraz Sporar e criaram os melhores lances, mas perto do final, Carlos Vinícius acabou por marcar e dar o triunfo às “águias”. Um tento que não só deu o título de melhor marcador ao brasileiro, como atirou o Sporting para o quarto lugar, uma vez que o Sporting de Braga venceu o Porto na Pedreira, pelo mesmo resultado.
O jogo explicado em números
- Antes do arranque do dérbi, más notícias para os dois técnicos. Do lado do Benfica, Nuno Tavares ficou de fora por lesão, o mesmo acontecendo com Sebastián Coates, da parte do “leão”. Tomás Tavares e Neto foram os escolhidos das respectivas equipas para irem a jogo. De resto, destaque para a presença de Haris Seferovic no “onze” benfiquista, tal como para os regressos de Andraz Sporar e Jovane Cabral aos titulares dos homens de Alvalade.
- O Sporting começou melhor, a querer controlar o jogo e a posse de bola, mas a primeira ocasião pertenceu ao Benfica, aos dez minutos, com uma recuperação de posse a desenvolver-se em passes rápidos até chegar a Pizzi que, solto na área, rematou para grande defesa de Luís Maximiano. Logo a seguir foi Matheus Nunes a rematar com muito perigo, mas para fora.
- No primeiro quarto-de-hora houve um pouco mais de Sporting, com 60% de posse de bola, mas menos um remate (3-2) e nenhum enquadrado para os visitantes (1-0), que perdiam algumas posses de bola no primeiro terço do terreno, facto aproveitado pelo Benfica para criar perigo. Os “leões” registaram uma média de 11,2 perdas nesta zona do terreno nos cinco jogos anteriores a este, as “águias” foram nesta fase a formação com mais acções defensivas no último terço (6,0) e essa tendência esteve patente nos primeiros 15 minutos.
- Aos 27 minutos, Chiquinho isolou-se, mas quando ia rematar, permitiu o corte de Neto. E do canto subsequente, as “águias” marcaram. Pizzi cobrou o lance, Rúben Dias amorteceu e Haris Seferovic (28′), que fugiu bem ao fora-de-jogo, emendou com oportunidade para o 1-0. Ao sétimo remate benfiquista, segundo enquadrado, o marcador funcionou.
- À meia-hora, o Sporting ainda tinha mais bola (59%), mas o Benfica era mais perigoso e recuperava muitas bolas no meio-campo contrário, causando desequilíbrios à defesa “verde-e-branca”. A formação de Alvalade registava somente três remates, dois enquadrados, e não passava das duas acções com bola na área anfitriã.
- Seferovic liderava os ratings nesta fase da partida, com 6.2, sobretudo pelo golo marcado, pois não passava das oito acções com bola. O melhor entre os jogadores leoninos era Matheus Nunes, o jovem médio que apresentava um rating de 5.2, com destaque para 89% de eficácia de passe e duas intercepções.
- Aos 38 minutos, um canto de Pizzi da esquerda encontrou, mais uma vez, Rúben Dias na área leonina, mas desta feita o central rematou mesmo, com a bola a ir ao encontro do poste esquerdo da baliza de Maximiano. Mais uma grande ocasião para os “encarnados”. Respondeu o Sporting por Jovane, com um remate fraco à figura de Odysseas Vlachodimos. Foi o primeiro disparo dos forasteiros desde os 18 minutos.
- Vantagem benfiquista no dérbi, apesar da entrada descomplexada da jovem formação leonina, que teve quase sempre mais bola e tentou cortar todas as linhas de passe das transições dos homens da casa. Contudo, o Benfica foi assentando o seu jogo, com pressão em zonas adiantadas do terreno que lhe permitiu roubar algumas bolas ao Sporting e criar perigo. As “águias” foram, assim, mais perigosas e mostraram uma maturidade que lhes permitiu chegar ao descanso com as melhores ocasiões e um golo, por Haris Seferovic. O melhor nesta fase era mesmo o suíço, com um GoalPoint Rating de 6.3, essencialmente pelo golo apontado, no único remate que fez. O melhor “leão” era Matheus Nunes, com 5.5, com destaque para três recuperações de posse e duas intercepções.
- Bom arranque de segundo tempo para o Benfica, que esteve perto de marcar por Jardel, aos 47 minutos, ao acorrer ao segundo poste a um livre de Pizzi da direita. Aos 50 foi Franco Cervi, em zona frontal e sem oposição, a rematar ao lado quando tinha tudo para facturar. Respondeu o “leão”, com Nuno Mendes, na grande área, a obrigar Vlachodimos a intervenção de volto – na melhor ocasião leonina até ao momento. Cheirava a golo na Luz.
- Muito bom o primeiro quarto-de-hora da etapa complementar, com bons lances de ataque e ocasiões de golo. O Sporting continuou a mandar na posse (58%), o Benfica melhor no remate (5-2) e na qualidade de passe (91% contra 81% de eficácia). E nesta fase o “leão” somava já cinco acções com bola na área benfiquista, contra as duas que conseguiu em todo o primeiro tempo.
- Aos 65 minutos, um erro de Jardel deixou o recém-entrado Tiago Tomás isolado frente a Vlachodimos, mas o jovem atacante atirou com estrondo ao poste. O Sporting estava melhor e chegou ao empate aos 69 minutos. Tiago Tomás isolou o esloveno Sporar e este, perante Vlachodimos, não desperdiçou. Ao sexto remate no segundo tempo, segundo enquadrado, o “leão” marcava.
- Muito bem o Sporting no segundo tempo, a juntar ao domínio uma melhor decisão no último terço, ganhando assim em número de ocasiões de perigo. Aos 75 minutos os “leões” tinham 57% da posse desde o intervalo e mais remates, oito contra cinco, e mais um enquadrado (2-1). Nos duelos individuais também mostrava superioridade (61% ganhos), enquanto o Benfica perdia também fulgor no passe, com o acerto a cair para 83%.
- O jogo foi perdendo fulgor, os jogadores começaram a mostrar algum desgaste, mas numa pressão final do Benfica, os homens da casa marcaram mesmo. O lance teve como protagonistas os dois melhores marcadores da Liga, Pizzi e Carlos Vinícius. Neste momento essa “rivalidade” ficou de lado, com o português a cruzar para o tento do brasileiro. O golo foi anulado por fora-de-jogo, mas o VAR confirmou a posição regular de Vinícius.
- Com este golo, e por ter menos minutos que Pizzi, o ponta-de-lança acabou por se sagrar melhor marcador da Liga – e o brigantino o jogador com mais assistências, 14 -, enquanto o Sporting caiu para o quarto lugar e perdeu o direito a disputar directamente a fase de grupos da Liga Europa, tendo de disputar as fases de apuramento – visto que o Sporting de Braga bateu o Porto em casa, por 2-1.
O melhor em campo GoalPoint
Este foi um jogo de pontas-de-lança, pois os três golos foram todos marcados por jogadores da posição. Seferovic abriu o activo e foi o melhor do primeiro tempo. Sporar empatou antes de Vinícius fixar o resultado. Mas foi mesmo o esloveno a levar para casa a distinção de MVP, graças a um GoalPoint Rating de 6.7. Para além do tento apontado, enquadrou os seus dois remates, criou uma ocasião flagrante, ganhou todos os quatro duelos aéreos defensivos em que participou e sofreu cinco faltas, máximo do jogo.
Jogadores em foco
- Carlos Vinícius 6.6 – O brasileiro jogou pouco menos de meia-hora, mas teve um grande impacto no jogo. Entrou, massacrou a defesa contrária com a sua capacidade física e marcou o golo que deu o triunfo ao Benfica. Registou o melhor rating dos “encarnados”.
- Odysseas Vlachodimos 6.4 – Em especial no segundo tempo, o grego foi chamado a muito trabalho, não espantando assim ter sido um dos melhores em campo. Ao todo fez quatro intervenções, três a remates na sua grande área, algumas dessas defesas de elevado grau de dificuldade.
- Rúben Dias 6.4 – Nem sempre o Benfica esteve coeso defensivamente, mas não foi por culpa do central. Rúben acertou uma vez no ferro, fez a assistência para o golo de Seferovic, ganhou dois de quatro duelos aéreos ofensivos e, na retaguarda, ganhou dois de três duelos aéreos e somou nove acções defensivas, com destaque para três desarmes.
- Haris Seferovic 6.4 – O suíço fez uma boa primeira parte, com um golo marcado e muito boa movimentação na frente de ataque. Saiu no segundo tempo para a entrada do homem que decidiu o encontro, mas até lá foi sempre um perigo para a defesa contrária.
- Nuno Mendes 6.0 – Dá gosto ver jogar o jovem lateral leonino. Com 18 anos mostra uma maturidade invejável, qualidade a defender e a atacar. Ao todo tentou o drible em sete ocasiões, tendo tido sucesso em cinco, três deles no último terço, e ainda somou o máximo de desarmes na partida (4). A sua nota acaba afectada pela ocasião flagrante desperdiçada.
- Matheus Nunes 5.8 – Foi o pé do brasileiro que colocou em jogo Carlos Vinícius, mas tirando esse momento de infelicidade, o médio brasileiro esteve bem, com sete passes longos certos em dez, dois dribles eficazes (100%), nove recuperações de posse e três desarmes. Está a crescer a olhos vistos.
Resumo
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