Neymar Jr. não é o jogador mais caro de sempre. Se ajustarmos a inflação aos dias de hoje, o ex-futebolista italiano Gianluca Vialli teria custado 257 milhões de euros à Juventus, em 1992.
O mercado de transferências de futebol é uma bolha muito peculiar, com valores que parecem crescer exponencialmente ao longo tempo. Se há uns anos, uma dúzia de milhões de euros era suficiente para uma equipa trazer um jogador de classe mundial para a sua equipa, hoje em dia quase não chega para trazer um futebolista mediano.
Se isto não parece ser um problema para os grandes clubes, que vão acompanhando a subida de preços com a subida de lucros, é um verdadeiro sarilho para os emblemas mais humildes. A valorização desmedida do preço dos jogadores faz aumentar o fosso entre ricos e pobres, criando problemas de competitividade nas ligas.
Em agosto de 2017, Neymar chocou o mundo do futebol ao transferir-se o FC Barcelona para o Paris Saint-Germain por uma verba de 222 milhões de euros. O internacional brasileiro era e é um dos maiores talentos do mundo, mas muitos argumentava que era um preço demasiado elevado a pagar por um único jogador.
O portal TotallyMoney olhou para as 100 transferências mais valiosas de cada temporada nas cinco grandes ligas europeias – Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França – desde 1992. Com estes dados, calculou qual seria o valor destes jogadores caso o montante pago estivesse adequado à inflação da atualidade.
View Interactive Version(via TotallyMoney).
Ao contrário do que muitos poderiam pensar, a transferência mais cara da história do futebol europeu não foi a de Neymar Jr. Ainda mais motivo de incredulidade é o facto de o negócio mais dispendioso ter sido acordado há quase 30 anos, na época de 1992/93. A transferência em causa é a de Gianluca Vialli.
Aos 27 anos de idade, o internacional italiano mudou-se da Sampdoria para a Juventus. A ‘vecchia signora’ pagou, na altura, 16,5 milhões de euros. Para que se tenha uma noção, este foi um montante semelhante àquele pago pelo SL Benfica por Luca Waldschmidt, ao Friburgo.
No entanto, se ajustarmos a inflação aos dias de hoje, a transferência de Vialli para Turim estaria avaliada em cerca de 257 milhões de euros, o maior valor alguma vez pago por um jogador.
Durante a sua carreira, Vialli representou a seleção italiana por 60 vezes, marcando 16 golos. Jogou ao serviço do Cremonese, Sampdoria, Juventus e Chelsea. Em 565 encontros como futebolista profissional, o avançado transalpino fez as redes balançarem 219 vezes.
Sob este parâmetro, a mudança de Neymar para Paris seria a segunda transferência mais cara, avaliada em 248 milhões. Na lista, seguia-se a de Cristiano Ronaldo, do Manchester United para o Real Madrid, em 2009/10. Os 94 milhões de euros gastos nesse dia seriam equivalentes a 240 milhões em pleno 2020.
Há ainda outro português no top das 25 transferências mais caras: Luís Figo. O vencedor de uma Bola de Ouro trocou o FC Barcelona pelo Real Madrid, na época de 2000/2001, a troco de 60 milhões de euros. Hoje, o negócio estaria avaliado em mais de 169 milhões de euros.
O jogador mais jovem a selar o seu nome no topo desta lista é Kylian Mbappé, que aos 19 anos de idade, custou 135 milhões de euros ao PSG. A transferência realizada há relativamente pouco tempo sofreu apenas uma ligeira alteração. Estima-se que Mbappé custaria os mesmos 169 milhões de Luís Figo, embora o português tenha custado, na realidade, menos 75 milhões.
O dinheiro (nem sempre) é tudo
Ainda hoje, num tempo em que o dinheiro do petróleo árabe chegou aos clubes de futebol, há quem discuta se realmente o dinheiro é tudo. A verdade é que nem sempre as transferências mais caras e sonantes são as que oferecem melhores resultados às equipas.
Basta olhar para o exemplo de Andy Carroll. Em janeiro de 2011, o avançado inglês do Newcastle levava 11 golos em 20 jogos ao serviço dos ‘magpies’, após no ano anterior ter somado 19 tentos em 42 jogos. Estes números foram suficientes para fazer com que o Liverpool pagasse 41 milhões de euros pelo jogador. Ajustado à inflação de hoje, Carroll teria custado 125 milhões aos cofres dos ‘reds’.
Na sua época de estreia, Andy Carroll acabaria por participar em apenas nove jogos, marcando dois golos. Na época seguinte conquistou a titularidade, mas ficou-se pelos novo golos em 47 partidas. O inglês acabaria por nunca desabrochar e desde então tem mantido uma carreira discreta na Premier League.
O mesmo se pode dizer do brasileiro Denílson, que em 1998 custou 31,5 milhões de euros ao Real Bétis. O emblema de Sevilha investiu forte, mas a aposta acabou por sair furada. Os 152 milhões de euros ‘atuais’ gastos no extremo não se traduziram em qualidade dentro de campo.
O atleta canarinho esteve sensivelmente sete épocas no Bétis, mas nunca conseguiu impressionar. Seguiram-se passagens pelo Bordéus, Al Nassr, FC Dallas, Palmeiras, Itumbiara, Hai Phong e Kavala, onde terminou a carreira em 2010, com apenas 32 anos.
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