A saída de Lionel Messi do Barcelona parece, nesta altura, um dado quase garantido, apesar de os adeptos do clube catalão ainda sonharem com a manutenção do craque. O argentino estará decidido a sair e o Barcelona pode não estar assim tão interessado em segurá-lo.
Messi chegou ao Barcelona com apenas 13 anos e aos 33 anos tomou a decisão de mudar de ares, em busca de novas ambições.
O internacional argentino já comunicou ao clube que pretende accionar a cláusula de rescisão que lhe permitirá sair de Barcelona em cada final de época, apesar de ainda ter contrato até Junho de 2021.
Nesta altura, especula-se que o Manchester City está na frente da corrida para assegurar a contratação do craque, enquanto os adeptos do Barcelona se revoltam, pedindo a demissão do presidente Josep Maria Bartomeu e apelando ao coração de Messi para ficar.
Barca fans returned to the Camp Nou today to ask Messi to stay. pic.twitter.com/zQEFAD846U
— B/R Football (@brfootball) August 26, 2020
Vários elementos do Barcelona têm insistido na intenção de segurar Messi, mas há quem reforce a ideia de que o clube espanhol poderá estar interessado na sua saída.
O jornalista argentino Federico Kotlar, editor de Desporto do site de informação Clarín, considera que o Barcelona “deu vários passos para o empurrar para fora” do clube.
Falta saber se esses “passos em falso” do Barcelona terão sido fruto da “incompetência” ou realmente intencionais, obedecendo a “um plano” para afastar Messi de Camp Nou, especula Kotlar.
Goleada do Bayern em Lisboa foi a gota de água
O Barcelona não ganha a Liga dos Campeões desde 2015, apesar do investimento avultado, superior a 700 milhões de euros, que fez nos últimos anos.
Nesta época, perdeu o título espanhol para o Real Madrid e caiu com estrondo na Champions diante do Bayern de Munique com uma derrota por 8-2.
Ao longo da temporada, Messi teceu duras críticas à estrutura do clube e ao rumo que as coisas levavam, vincando o seu desconforto publicamente.
O jogador tinha também fugido às conversações para a renovação do contrato que se estende até Junho de 2021 com uma cláusula de rescisão de 700 milhões de euros.
Esse terá sido um primeiro sinal de Messi depois de vários episódios que lhe desagradaram nos últimos tempos. Ele não terá gostado da saída de Neymar para o Paris Saint-Germain, nem do despedimento do treinador Ernesto Valverde.
Por outro lado, terá mantido sempre uma relação tensa com Bartomeu.
O presidente do Barcelona estará disposto a demitir-se para segurar Messi, mas desde que o craque assuma publicamente que não quer continuar no clube com ele na direcção, conforme uma informação divulgada pelo canal espanhol TV3 e citada pela imprensa espanhola.
Contudo, isto poderá não passar de fogo de vistas, apenas para enganar os adeptos.
O Barcelona nunca poderia admitir estar interessado em livrar-se de Messi, o maior ídolo de sempre da história do clube. Isso seria “um suicídio político”, como constata Federico Kotlar.
Mas haverá quem no Barcelona acredite que Messi “é parte do problema” num momento especialmente negativo da equipa. A goleada sofrida em Lisboa frente ao Bayern terá sido a gota de água para ambas as partes.
Aposta em Koeman não agradará a Messi
Após a saída do treinador Enrique Setién, o Barcelona deu início a um processo de reconstrução com Ronald Koeman ao leme.
O antigo jogador do Barça que tem poucos triunfos como treinador não terá agradado especialmente a Messi que desejaria um nome mais renomeado, num sinal de maior ambição.
Nas suas primeiras declarações como treinador do Barça, Koeman falou de Messi como “o melhor jogador do mundo”, garantindo que o queria no seu projecto.
Contudo, Koeman deixou logo um aviso de que só queria ter com ele os jogadores que lhe dessem empenho e compromisso total.
Messi interrompeu as férias para se reunir com Koeman e este terá alertado o craque de que seria “inflexível” à ideia de que o mais importante é “a equipa” acima de qualquer jogador.
A postura do novo treinador não terá conquistado Messi que terá também ficado desconfiado com a direcção pelo facto de o teor da conversa com Koeman ter chegado a alguns meios de informação.
O facto de Koeman ter dispensado Luis Suárez foi interpretado por Messi como mais uma “mensagem hostil”. Suárez é não apenas seu amigo, mas também um dos seus grandes aliados em campo.
Entretanto, o jornal catalão El Mundo Deportivo avança que Koeman já planeia o futuro sem Messi, estando apostado em dar papéis mais preponderantes a Antoine Griezmann e a Frenkie de Jong.
Entretanto, o jornal espanhol Marca revela que ainda antes do anúncio choque de Messi, o Barcelona tentou trocar Griezmann por João Félix, mas que o Atlético de Madrid recusou fazer negócio. Com a jogada, Bartomeu já estaria a pensar num futuro sem Messi.
Manchester City “oferece” Bernardo Silva mais 100 milhões
O primeiro treino do Barcelona com Koeman ao leme é na próxima segunda-feira e espera-se que Messi apareça nas instalações do clube no domingo, para fazer os testes de despistagem da covid-19.
Também há quem acredite que o jogador pode vir publicamente falar da intenção de sair, explicando as suas razões.
Em Inglaterra, o Manchester City estará decidido a garantir a sua contratação, acenando com os trunfos Guardiola, o treinador com quem Messi conquistou quase tudo e com quem manteve uma óptima relação, e Kun Agüero, o amigo e compatriota.
A imprensa espanhola refere também que os ingleses estão dispostos a ceder o passe de Bernardo Silva ao Barcelona, além dos direitos de Gabriel Jesus e Éric Garcia, e mais 100 milhões de euros para assegurar Messi.
Em 2016, o City chegou a ter “um plano” financeiro para contratar o argentino numa altura em que Messi estava zangado com a pressão do Fisco espanhol. Esse interesse antigo pode agora finalmente concretizar-se.
A Rádio Catalunya assegura que Messi já conversou ao telefone com Guardiola. Enquanto isso o pai do jogador terá conversado com Ferran Soriano, actual dirigente do City e ex-figura da estrutura directiva do Barcelona.
Aquilo que começa a parecer certo é que o ciclo de Messi no Barcelona chegou ao fim. O craque estará determinado a sair para experimentar novos ares, perante “a necessidade” de novas “ambições e projectos desportivos”, como conclui o jornal desportivo argentino Olé.
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