O SL Benfica negou esta quinta-feira as acusações de Rui Pinto, que sugere que o clube terá subornado o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria com bilhetes VIP para jogos para alargar o mandado de detenção europeu do jovem português.
Segundo o jornal Público, o clube desmente o denunciante, alegando que não desempenha qualquer papel no processo que terá início esta sexta-feira.
“O Sport Lisboa e Benfica, recorde-se, não ocupa qualquer posição processual no referido processo-crime onde foi emitido o mandado de detenção europeu. O Sport Lisboa e Benfica apenas sabe, pela comunicação social, que o Ministério Público imputa a Rui Pinto o cometimento de 90 crimes, não sendo o Sport Lisboa e Benfica ofendido ou lesado em nenhum desses crimes. Isto é, Rui Pinto começará, na próxima sexta-feira, a ser julgado pela alegada prática de 90 crimes, sem que nenhum desses crimes tenha sido cometido contra o Sport Lisboa e Benfica”, explicam os ‘encarnados’.
Em entrevista à Der Spiegel, divulgada esta quarta-feira, Rui Pinto acusou o SL Benfica de influenciar o seu processo: “Ao mesmo tempo que as autoridades portuguesas enviavam um pedido às autoridades húngaras para alargar o meu mandado de detenção europeu, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria recebeu dois bilhetes VIP para jogos do Benfica e teve encontros no estádio do Benfica. Isto é o Benfica”.
Para o whistleblower português, esta não se trata de uma coincidência: “Na minha opinião não. Depois da publicação de e-mails do Benfica, todos começaram a perceber que o modus operandi dos seus dirigentes era alargar a influência, muitas vezes por cortesia, para alcançar os seus objetivos”.
“O Benfica foi uma das partes mais interessadas no alargamento do mandado de detenção europeu. A Péter Szijjártó [ministro dos Negócios Estrangeiros] faltou o senso comum, e como diz o ditado ‘à mulher de César não basta ser, é preciso parecer’. Ficará sempre uma nuvem de suspeição sobre o alargamento do mandado europeu de detenção”, acrescentou.
Uma fonte do Benfica admitiu ao jornal Público que possam ter sido enviados convites a governantes húngaros para assistirem a jogos na Luz, mas garantiu que nada teve a ver com o processo de Rui Pinto. A prática já remonta à altura da morte do antigo jogador benfiquista Miklós Fehér, em 2004.
As visitas de responsáveis húngaros acontecem com alguma regularidade, realça a mesma fonte. Desde 2009 que uma parceria entre a antiga escola do futebolista e o Benfica premeia os melhores alunos e professores desta escola com uma visita a Portugal, com visitas à Luz e ao Seixal.
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