Árbitros beneficiados pela ausência de público? “Só num fora-de-jogo”

Estádio de Mestalla, em Valencia

Já seria notícia, pelo menos por cá, um árbitro conceder uma entrevista – e logo na véspera do início do campeonato. Confira algumas declarações de Samuel García Aguilera.

Os principais campeonatos espanhóis de futebol vão começar neste fim de semana. As primeira e segunda divisão nacionais estão de volta e, na antevisão desta nova e estranha temporada, falou…um árbitro.

Samuel García Aguilera, árbitro assistente que marca presença em jogos da segunda divisão, abordou o arranque de mais uma época desse escalão, cujo primeiro jogo está marcado para este sábado, dia 12, com o duelo entre Ponferradina e Castellón.

O árbitro vê uma vantagem nas condicionantes que o coronavírus trouxe: a preparação para a nova época acontece mais tarde. “É bom para nós porque, antes, os testes de pré-temporada eram feitos cerca de um mês antes dos primeiros jogos e, assim, ficavas parado durante muito tempo. Desta forma, não é um problema fazê-los mesmo antes de a época começar”, contou.

Em entrevista ao jornal La Nueva Crónica, Samuel García reconheceu que enfrentar esta temporada atípica vai ser “um pouco diferente” e explicou porquê: “A época anterior acabou há quatro dias. É uma forma de dizer. E isso originou um grande desgaste psicológico, mais do que físico. Porque ninguém sabia o que ia acontecer, como ia começar e se a competição ia terminar”.

Bancadas vazias

O árbitro, que vai estar na segunda divisão pela quarta vez, recusa a ideia de que a pressão sobre os árbitros é menor por causa da ausência de adeptos nos estádios: “É o grande mito deste novo contexto. Dizem que estamos mais tranquilos porque as bancadas estão vazias mas essa ideia está muito longe da realidade. Agora é muito mais difícil entrares no jogo. Num campo modesto onde, habitualmente, não há quase ninguém, nada acontece. Mas, num estádio grande com 30 mil cadeiras vazias, aí vês que a situação não é normal e é precisamente isso que torna a situação estranha”.

A nível técnico, em relação a eventos do jogo, Samuel García Aguilera admite que o silêncio origina um ponto positivo: “Ouvimos os jogadores a tocar na bola e isso, numa situação de fora-de-jogo, é uma vantagem“.

[sc name=”assina” by=”NMT, ZAP” ]


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *