O SL Benfica viu-se obrigado a acionar uma linha de crédito aberta pelo Novo Banco em 2017. Fonte oficial do clube diz que os 28 milhões de euros serviram para cobrir necessidades de tesouraria.
A pandemia de covid-19 obrigou muitos clubes a fazer uma retenção de custos, mas este não foi propriamente o caso do SL Benfica. Nunca as ‘águias’ gastaram tanto em contratações numa só época como este ano. Até ao momento, o Benfica já contratou sete jogadores, num investimento estimado em 80 milhões de euros.
Darwin Núñez tornou-se o jogador mais caro de sempre do futebol português, custando 24 milhões de euros ao UD Almería, do segundo escalão espanhol. Também Éverton (€20M), Pedrinho (€18M) e Luca Waldschmidt (€15M) constituíram investimentos significativos para os ‘encarnados’. Gilberto custou apenas 3 milhões, Jan Vertonghen chegou a custo zero e o valor da transferência de Helton Leite não foi revelado.
Não só o Benfica tinha, teoricamente, de reduzir custos, como também tinha de reembolsar 48 milhões de euros aos detentores de obrigações. Em janeiro, a Benfica SAD decidiu reembolsar antecipadamente obrigações vendidas em 2018 a investidores. Para tal, a SAD benfiquista usou dinheiro da banca, escreve a Tribuna Expresso.
Luís Filipe Vieira recorreu a uma linha de crédito aberta em 2017 e, no primeiro semestre de 2020, utilizou 28 milhões de euros emprestados pelo Novo Banco. Na época anterior estava referido que a Benfica SAD tinha “contratualizada uma linha de financiamento junto do Novo Banco no montante máximo de 30 milhões de euros”, mas que não tinha sido utilizada até àquela data.
A informação consta do relatório e contas apresentado recentemente à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O resultado líquido da Benfica SAD ascendeu a 41,7 milhões de euros no exercício de 2019/20, uma subida homóloga de 48,7%, no melhor ano de rendimentos de sempre, marcado pela venda milionária de João Félix.
A Tribuna Expresso contactou fonte oficial do SL Benfica para saber qual o motivo de o clube ter acionado esta linha de crédito existente há três anos. Os ‘encarnados’ não especificaram.
“Esta linha de financiamento é utilizada em função das necessidades de tesouraria de curto prazo da Benfica SAD. Ao longo dos exercícios a sua utilização tem variado desde zero até ao limite máximo utilizável, dependendo das necessidades pontuais existentes”, disse a fonte benfiquista ouvida pelo Expresso.
O relatório e contas explica ainda que a pandemia travou um novo empréstimo dos adeptos.
“Aquando do reembolso do empréstimo obrigacionista ‘Benfica SAD 2017-2020’ em abril de 2020, a sociedade pretendia emitir um novo empréstimo com algumas características diferentes dos que tinha emitido no passado e sempre com o objetivo de diminuir a sua exposição do mercado. Contudo, os efeitos da pandemia associada à covid-19, que nos meses de março e abril de 2020 ‘paralisaram’ o país e a sua economia, não permitiram que a Benfica SAD prosseguisse com a sua estratégia de financiamento”, lê-se no documento.
Mesmo sem o novo empréstimo obrigacionista, o Benfica conseguiu reembolsar o dinheiro aos investidores. A fonte benfiquista recusa que o dinheiro emprestado pelo Novo Banco tenha sido utilizado para ajudar a saldar esta dívida: “a utilização da linha apenas depende das necessidades pontuais de tesouraria de curto prazo”.
O Benfica não revela nem a taxa de juro nem a data em que tem de devolver este dinheiro emprestado pelo Novo Banco.
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